quinta-feira, julho 07, 2016

Brasil tem a 6ª maior reserva de petróleo do mundo diz uma das mais respeitadas consultorias de petróleo do mundo, Rystad Energy

A informação sobre a análise da Rystad Energy, consultoria norueguesa, especializada em assunto sobre petróleo, já foi divulgada em várias publicações especializadas em negócios no mundo: na Bloomberg, Financial Times e no Wall Street Journal.

Só que todas elas só deram repercussão ao fato de que nesta tabulação os EUA ter mais reservas de petróleo que a Arábia Saudita e a Rússia.

Porém, observando com mais detalhes o assunto, foi possível identificar que o Brasil foi considerado com a sexta maior reserva de petróleo do mundo com um estoque de 120 bilhões de barris, ficando atrás apenas das reservas dos EUA, Rússia, Arábia Saudita, Canadá e Irã. E na frente do Iraque, Venezuela e México considerando as 10 nações com mais reservas do mundo, segundo a Rystad Energy.




































Eu tenho acompanhado com frequência, os estudos e os relatórios da Rystad Energy e assim tenho atestado a qualidade dos mesmos o que confere confiança em seus dados.

Sobre as reservas e estimativas de de reservas de petróleo no mundo há que se considerar que há enorme variabilidade entre elas. O fato se dá por conta dos interesses estratégicos, econômicos e geopolíticos envolvidos em relação aos dados reais.

Até hoje, a mais conhecida e divulgada estimativa de reservas de petróleo no mundo eram da da BP Statical Review. Só que ultimamente, os seus dados passaram a ser questionados e criticados pelo fato de serem os números divulgados pelas autoridades nacionais.

Pelas estimativas da BP Statical, usadas pela Petrobras, o Brasil teria hoje cerca de 16 bilhões de barris e estaria hoje na 15ª posição mundial. É ainda oportuno recordar que em maio do ano passado, o Instituto Nacional de Óleo e Gás da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (INOG-Uerj) divulgou um estudo exclusivo sobre as reservas do Pré-sal que dizia que apenas ela teria ao menos 176 bilhões de barris de óleo de reservas de petróleo. Observemos então, que as tabulações da Ryatad Energy estão bem mais próximas do estudo do INOG/UERJ, do que da BP Statical.

Para a elaboração deste relatório, divulgado nesta terça-feira (05/07), a Rystad Energy fez durante três anos uma extensa pesquisa e análise que levou em conta cerca de 60 mil campos de petróleo no planeta.

Em sua investigação, a Rystad considerou as reservas de petróleo passíveis de extração nos campos existentes, novas descobertas e em áreas produtoras ainda não completamente descobertas. Assim, levou ainda em conta, a viabilidade do ponto de vista tecnológico e econômico para a extração.






















Por estas estatísticas do volume total de reservas, o mundo possui hoje um total de 2.092 bilhões de barris de petróleo. Em números redondos 60% estaria, majoritariamente, nos territórios das nações não participantes do grupo da Opep (Organização dos Países Produtores e Exportadores de Petróleo) e 40% com os países da Opep.

Vale ainda considerar pelo estudo da Rystad Energy, que do total de reservas de petróleo do mundo de 2 trilhões (ou 2.092 bilhões) de barris, ele equivale  70 vezes a produção atual de cerca de 30 bilhões de barris de petróleo bruto por ano.

Outro dado de muita relevância que a Rystad Energy volta c confirmar é que as 7 (sete) grandes companhias de petróleo do mundo: BP, Exxon, Chevron, ENI, Total, Shell e ConocoPhillips - detêm menos de 10 por cento do total de todas as reservas mundiais. 

Assim, é possível afirmar que as empresas estatais de petróleo do mundo são disparado, com cerca de 90%, as maiores detentoras das reservas de petróleo do mundo. Isto, ajuda a explicar a cobiça e as pressões econômicas e geopolíticas contras as nações produtoras e suas estatais de petróleo. 

Qualquer outra explicação sobre as pressões conta o Pré-sal (assim em maiúsculo) e pelo controle da política no Brasil não será apenas uma mera coincidência. É evidente que a interpretação deste fato terá outro tipo de análise e repercussão pelos colunistas econômicos na mídia comercial brasileira.  

7 comentários:

Unknown disse...

Roberto, os EUA são detentores de reservas (ações em empresas petrolíferas), embora possuem pouca reserva nativa?

Roberto Moraes disse...

A estatística e a tabulação se referem às reservas por território e não por posse de corporações, até porque no caso das players de petróleo elas não se apresentam mais como tendo nacionalidade. Elas se colocam como empresas transnacionais.

O sítio da maioria delas não se refere mais à localização de sedes e bases operacionais.

Hamilton disse...

Caro Roberto, compartilhando suas publicações c/ alguns amigos e familiares interessados no tema, obtive o seguinte retorno, que compartilho de modo a estimulá-lo à novas, e sempre interessantes, reflexões:

"Esses volumes não podem ser considerados "reservas" e sim possibilidades geológicas de acumulação ainda a serem descobertas.
Para ser reserva a acumulação deve já ter sido descoberta. Reservas são volumes de acumulações de petróleo (óleo e/ou gás natural) que podem ser produzidas (extraídas) economiocamente com a tecnologia existente.
Existem 3 categorias de reservas: Reservas Provadas, Reservas Prováveis e Reservas Possíveis.
Reservas Provadas são aquelas que se tem certeza da existencia do volume e da viabilidade téncica e econômica da sua produção.
Reservas Possíveis (acho que ele quis dizer "prováveis", HG) correspondem a um volume adicional às reservas provadas correspondendo à incerteza quanto à sua existência devido à imprecisão da medição do real volume da rocha reservatório quanto às suas dimensões (limites), altura do contato com a água e qualidade da rocha quanto a porosidade e permeabilidade.
Reservas Possíveis são volumes adicionais às reservas prováveis correspondentes a áreas da rocha reservatório em que se infere a presença de hidrocarboneto mas os testes realizados não permitem comprovar sua existência.
Existe também uma grande diferença entre o conceito de reserva e de "óleo in place". O óleo in place corresponde ao volume total de hidrocarboneto contido na rocha reservatório. A reserva é a parte desse volume total contido na rocha que se consegue extrair. A razão entre o volume produzido e o volume in place é chamado de "fator de recuperação" e gira em torno de 25% a 30%.
Existem campos com grande volume in place em que o óleo simplesmente não flui e o fator de recuperação é baixíssimo. Há exmplos no Brasil de campos em produção há mais de 30 anos com fator de recuperação de 5%.
Outro dado estranho no artigo é colocar a Venezuela tão abaixo nessa lista de maiores reservas. A Venezuela tem as maiores reservas do mundo, maiores até que as da Arábia Saudita, se for considerado o volume de óleo ultrapesado para o qual já existe tecnologia para produzir. Talvez essas reservas tenham "encolhido" recentemente em virtude do baixo preço do petróleo. Coomo o conceito de reserva é técnico E econômico, pode ser que hoje a produção do óleo ultrapesado não seja viável econômicamente."

Roberto Moraes disse...

Na postagem não entrei no mérito da metodologia e dos critérios usados pela Rystad Energy.

Por enquanto, apenas reportei os resultados da tabulação feira pela Rystad Energy que hoje possui no geral, mais crédito do que a BP Statical.

Porém, há entre as duas metodologias critérios que a Rystad Energy não escamoteou, inclusive mostrando um gráfico detalhado sobre as projeções de reservas por diferentes metodologias.

O conceito de reservas e as informações que cercam o setor não são penas técnico e econômico, ele tem poder geopolítico e portanto, nunca será absoluto.

Estou sem tempo com tanto afazeres para alongar este comentário e mesmo outros textos e artigos.

Porém, tenho insistido que há uma componente com muito maior potência para interferir não apenas nas avaliações das reservas, mas sobre vários outras questões, em diferentes dimensões e que dizem respeito ao que chamo de "ciclo petro-econômico".

O Ciclo Petro-econômico é o conteúdo essencial de um artigo acadêmico extenso que tenho debatido em alguns fóruns. A Análise sobre as reservas, preços, estoques na dimensão espacial, econômica, geopolítica, etc. permite uma leitura bem mais ampla da questão.

Anônimo disse...

Prezado Hamilton, as reservas são estabelecidas em critérios geológicos, engenharia (tecnológico) e econômico. Toda e qualquer reserva ultrapassa a fase de possibilidade de acumulo mineral, para ser declarada reserva a comercialidade da jazida é premissa, se ela se viabiliza ser produzida ou não, vai a contendo do cenário do setor petróleo ex.: Preço do barril.

Então as reservas são delineadas e em alguns casos provadas. Sua viabilidade técnica e econômica se altera conforme os cenários, porém não há questionamento sobre a existência da jazida.

Anônimo disse...

Para evitar recuperação judicial, Petrobrás terá de elevar preço dos combustíveis para cobrir rombos derivados de fraudes e políticas econômicas prejudiciais que sangraram o patrimônio da companhia.

Mas aumentar quando o barril gira nos US$ 50? Eita lasqueira.

Roberto Moraes disse...

Nada disso. Não cabe esta assertiva. Não há no cenário nenhum hipótese de recuperação judicial. Isto é terrorismo de quem quer sair vendendo tudo e com isso romper o conceito de empresa integrada que é o que lhe dá força e poder.

Querem fatiá-las como foi feito com o setor elétrico para que a parte mais lucrativa das tarifas seja entregue para o lucro privado.

Sim, os derivados, exatamente por a Petrobras ser uma empresa integrada, representa mais da metade de sua rentabilidade hoje, como foi lá atrás a exploração/produção.

As dívidas estão sobre controle e pode ser negociada paulatinamente, enquanto novo ciclo petro-econômico não chega com mais altos preços do barril. A Petrobras tem valores a receber junto ao governo, a Eletrobras e outros.

Usar este terrorismo para fatiar e entregar a empresa faz parte do golpismo que se vive no país. Há possibilidade sim de abrir mão de uma parte das ações de alguns ativos, nunca a maioria dos setores das subsidiárias entregando o controle.