segunda-feira, julho 27, 2015

Aumenta o número de imóveis vagos em Campos desacelerando os preços

A despeito de tanta especulação que elevou o preço do imóvel em Campos a valores fora da realidade, os preços parecem estar voltando, mesmo num patamar ainda alto, a níveis menos digamos que menos absurdos.

Os valores chegaram a um patamar muito alto, quando comparado a outras cidades de médio porte, a algumas regiões metropolitanas e até fora do país, para imóveis similares.

Evidente que os que atuam no setor imobiliário tentam negar, mas é fato que vários imóveis novos e usados estão vagos e há meses sendo negociados, sem que compradores se disponham a pagar os valores estipulados.

Os artifícios para esta especulação já são conhecidos. Entendo que no chamado "mercado" a oferta e a procura podem regular os preços. Porém, a pressão por preços maiores obedecem a uma lógica que quase sempre é baseada em notícias e boatos que nada, ou pouco, tem a ver com a realidade da demanda.

Em março de 2013 (há dois anos e meio) este blog publicou aqui, um texto mais extenso com dados e uma breve análise comparativa, sobre os preços dos imóveis em Campos e Macaé, onde já se identificava indícios da forte especulação de preços nos imóveis em Campos.

Vale lembrar que Macaé é centro da "Economia do Petróleo", vivendo ainda a "Economia dos Royalties", embora esta seja mais forte em Campos. Neste texto está citado o número do Censo de 2010, do IBGE para os "domicílios não ocupados" e "domicílios vagos" num total de 52 mil imóveis.

Diante da acelerada da construção civil predial no município com a vinda de várias construtoras de fora, não é difícil estimar que o número de imóveis não ocupados e vagos hoje, possa superar os 60 mil imóveis.

Circulando pela cidade (área mais central ou bairros periféricos), se observa a enorme quantidade de placas de vende-se ou aluga-se. Isto ajuda a explicar o fenômeno da redução dos preços e da especulação falsamente criada pelos setores que faturam com esta realidade.

Alguns municípios brasileiros, entre eles São Paulo, Goiânia, Maringá, São Bernardo do Campo estão notificando os proprietários de terrenos e edificações consideradas sem uso, para apresentar um plano de utilização, sob pena de aumento do IPTU e até desapropriação. Para isso, usam o artigo nº 182 da Constituição, justificando a medida como função social dos imóveis vagos, ou não ocupados.

Enfim, o preço mais próximo do razoável, seja para venda ou para aluguel, parece muito melhor para que a economia flua e o dinheiro circule, ao contrário da concentração de patrimônio e lucros. A conferir!

12 comentários:

Anônimo disse...

O blogueiro tem toda razão. Está certíssimo.

Basta acompanhar os anúncios nos classificados dos jornais, e mesmo nos sites de vendas.

Existem anúncios há mais de ano. E não vende.

Negócios na a partir R$ 600.000 estão difíceis de concretizar. Aliás, só se concretizam se o vendedor aceitar um imóvel de menor valor como parte do pagamento.

E a situação tende a mais baixa de preços, pois muitas pessoas que estavam interessados em comprar, desistiram, e estão esperando para ver como vai ficar a economia do país.

Anônimo disse...

A causa do incrível aumento de preços dos imóveis em Campos, tem nome e sobrenome, e desde 2002 vem sendo difundido como "modo correto e necessário" em negócios imobiliários aqui na planície goitacá, modo este abraçado pelos emergentes medianos que deram força a mentira.

Anônimo disse...

E vai cair mais ainda. Ninguém vai imobilizar capital e/ou assumir financiamentos com este cenário de desconfiança neste (des)governo.

Eu já dava como certa uma recessão de 2,1% em 2015 em junho, mas agora analistas do Itaú e Credit Suisse já apontam -2,5% e -2,4% respectivamente e esperam 2016 também com retração.

Essa seria a primeira vez desde 1930-1931 que o País teria uma recessão por dois anos consecutivos”, destacaram no documento os economistas do Credit Suisse. Naquela época, a economia mundial sofria os efeitos da Grande Depressão de 1929. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o PIB, naquele período, recuou 2,1% em 1930 e 3,3% no ano seguinte.

Inflação hoje em 9,25% podendo facilmente chegar aos 9,5% em 1 ou 2 meses.
Desemprego apontando para entre 9% e 10%.
Dívida pública com custo de R$ 400 bilhões/ano, um peso demasiado para um governo que não tem mais da onde tirar recursos.

Este é o cenário. Quem em sã consciência vai comprar um imóvel ou um carro neste cenário??

Anônimo disse...

Tudo tem limite.

O limite é o quanto se pode pagar.

não adiante quererem aumentar os preços indefinidamente. O que sustentava alguma margem eram os empréstimos da Caixa. Acabou.

E coisa pior está por vir. Aumentarão as devoluções, pois as pessoas não conseguirão pagar.

Roberto Moraes disse...

Pelo último comentário se deduziria que se a economia mundial e a nacional estivessem bem, os imóveis valeriam milhão, depois bilhão, etc.

É evidente que o caso do valor dos imóveis em qualquer lugar tem influência geral da economia. Sequer é preciso estudar para saber disto.

A razão da nota é o processo especulativo que joga artificialmente os preços num patamar que guarda pouca relação com a oferta e a procura. Isto no caso da região, já havíamos comentado em 2013, quando fizemos ma comparação entre Campos e Macaé.

No caso atual das cidades petrorrentistas há ainda mas forte que a questão da crises nacional ou internacional, a redução das receitas dos royalties do petróleo.

Porém, os valores dos imóveis foram sendo artificialmente aumentados num forte processo que vem há mais de 6 anos.

Anônimo disse...

"Porém, os valores dos imóveis foram sendo artificialmente aumentados num forte processo que vem há mais de 6 anos."

Errado:

1 - Petrobras era vista como a grande investidora e operadora única do pré-sal.

2 - Expectativas quanto à refinaria do Comperj aumentaram quanto à movimentação do setor de petróleo da região produtora.

3 - Jogue no caldeirão o programa de UPP's, que muita gente achou seria para todo o estado.

4 - Some-se duas pitadas de Copa do Mundo e Olimpíadas, além do "boom" de commodities que o Brasil vivia até 2008 e pronto!

Está aí a receita para o aumento de preços. Ninguém sai de casa decidido: "Hoje vou aumentar meu imóvel em seis vezes porque me deu vontade". A fantasia acabou e a realidade está cobrando seu preço.

Só lamento pra quem comprou no topo e mal está conseguindo pagar as prestações.

Você é professor. Que tal apoiar a discussão sobre Educação Financeira nas escolas públicas? Te garanto que os mais pobres seriam os maiores beneficiados a aprenderem a se preservar aos riscos.

Anônimo disse...

Desculpe Roberto. Onde se lê "Errado:" substitua "Discordo:".

Roberto Moraes disse...

Quanta baboseira dos tecnocratas de sempre.

Os problemas são sempre da política nacional exclusivamente. O olhar é apenas do viés neoliberal que o mercado se autorregula. Que a especulação é a má regulação. Que ignora a relação do mercado controlando a política tornando os gestores como empregados gerentes do capital. E todos os níveis.

Na região metropolitana e não no Norte Fluminense, quem mais comemorou e bancou os eventos foi o capital financeiro junto com o imobiliário. Os mesmos que incentivaram o discurso das UPPs para valorização e especulação imobiliária num discurso em que a mídia comercial levava o seu.

A mistura que o comentarista faz das cosias intenta exatamente confundir e assim seguir o receituário que todo o dia sai repetido pelos "colonistas" pagos.

Todo este processo expulsou os pobres para a periferia. Seus domicílios forma tomados. Agora moram há duas a três horas do seu trabalho. A mobilidade baseada no modelo rodoviarista e dos ônibus não consegue dar conta.

E ainda querem incutir nos pobres que eles são os culpados por não saberem educação financeira.

Veja até onde este raciocínio do "homus economicus" fluiu na sociedade.

A cidade foi deixando independente dos governos de ser um direito de todos e passou a ser um "ativo" financeiro que deveria ser explorado para acumulação. Neste sentido a lógica não é da convivência, não é a da vida solidária entre as pessoas.

O capital ganham de todos os lados. Com os eventos e a especulação imobiliária. Com os "boom das commodities" aportando capital fixo sobre o território expulsando as populações originárias, com desapropriações a preços vis. Com a inclusão social que gerou renda na base da pirâmide e fez circular excedentes que agora na crise são recolhidos.

E no final a solução é ensinar educação financeira (esta dita acima) é mais do mesmo.

A repetição do que diz os colonistas da mídia comercial.

O que tem limites é a minha paciência e o meu tempo para com estes que repetem sempre a mesma cantilena.

Roberto Moraes disse...

Veja que o debate não é nem da disputa público x privado. Na sociedade vivida no sistema capitalista isto é sem sentido. Porém, o que se chama a atenção é como o sistema deixa é falsamente regulado.

Na verdade não há regulação. Por isto, a ânsia e o financiamento do capital sobre as eleições. Os eleitos têm poucas margens para agir e mudar a realidade.

A mídia comercial está aí mesmo para vender seus serviços seja para ajudar na especulação, seja, para achacar os eleitos caso ousem mexer nos ganhos dos mesmos.

Este é o mesmo movimento que agora se faz para garantir mais espaço sobre as maiores reservas de petróleo descobertas no planeta nas últimas décadas.

O caso local/regional da especulação é o mesmo processo aplicado em menor escala, embora articulado hierarquicamente com os demais.

Anônimo disse...

Tem toda razão sobre perder tempo.

Quando eu era garoto meu pai tinha desistido de ensinar minha tia a dirigir. Depois de 6 tentativas fracassadas e duas auto-escolas depois ela percebeu que era inapta na condução de veículos. Algumas pessoas tentam lutar contra a economia, a matemática, a oferta e demanda, etc.

É perda de tempo mesmo!

Roberto Moraes disse...

Sim, isto deve explicar, na razão inversa, porque o comentarista diariamente usa seu tempo para vir aqui no blog se informar. kkk

Anônimo disse...

Quais personagens teriam inflado os preços de imóveis dessa região ?

A maioria desses investidores(compradores), poderiam ser "laranjas" de políticos da região, ou, eles próprios ?

Poderiam ser principalmente, empresários que atuam junto a prefeitura e que investem seus ganhos superfaturados nesse tipo de negócio ?

Fontes oficiosa, e, não oficial, comentam que um "laranja", de um influente político, goiano,estaria em nossa Campos,há anos, atuando no ramo da construção civil, preferencialmente na região da Pelinca, na carteira, somente mega lançamentos.

Comenta-se ainda,que um empresario atuante junto a nossa prefeitura, teria mais de uma dezena de salas fechadas,sim fechadas, há anos, num grande edifício da Rua Conselheiro José Fernandes, além de outros mega-investimentos, em latifúndios, etc

Enfim, muito dinheiro sujo, foi usado e continuará a ser usado na compra de imóveis em nossa Campos e Brasil afora, por isso percebe-se, aqui, uma bolha no setor imobiliário.

Esse é o nosso Brasil.