quarta-feira, julho 22, 2015

Condomínios logísticos-industriais em Macaé

A apreensão da Prefeitura de Macaé com a limitação do Terminal de Portuário de Imbetiba da Petrobras para dar conta da expansão da exploração offshore de petróleo no litoral sudeste é em grande parte, reflexo da articulação de grupos econômicos que investiram (e ainda investem) em parques ou grandes áreas de complexos logísticos-industriais.

Estes condomínios industriais oferecem além de área licenciada, vias de circulação, distribuição de água, coleta e tratamento de esgoto e outros serviços, além de uma parte de área verde, para a instalação de empresas. Elas são instaladas fora da área urbana mais central e próximo dos eixos rodoviários como a BR-101, em direção ao interior oeste do município, área de crescimento.

Hoje, o município de Macaé já possui o Parque Industrial Offshore Novo Cavaleiro, já adensado de empresas e junto à área urbana; o Parque dos Tubos, em Imboassica; o Polo Industrial Cabiúnas (com área de 750 mil m² e 10 milhões de m² para expansão), junto à Unidade de Gás da Petrobras, próximo ao litoral, na saída em direção à Carapebus e Quissamã; e ainda, o projeto do Parque Científico e Tecnológico (Macaé Techno Park), próximo às universidades na direção da BR-101 e do interior do município.

Localização da Primus Log
Além dessa infraestrutura, Macaé já dispõe de dois outros grandes condomínios logísticos-industriais que estão em fase de implantação. Há um terceiro em fase de licenciamento com previsão de início de implantação até o final deste ano.

O mais conhecido deve ser o Primus Log Macaé que está sendo instalado junto à BR-101, no primeiro trevo de acesso à Macaé para quem vem na direção Rio-Campos. Ele tem uma área total de 928 mil m², com 741 m de frente para BR-101 e prevê um total de 85 lotes com área entre 2,5 mil e 10 mil m². É um investimento da Argon e da CBRE, um grupo de origem inglesa.

O outro projeto de condomínio logístico-industrial em instalação é o Centro Empresarial Bella Vista com previsão de chegar a 3 milhões m². Fica localizado em Imboassica, a cerca de 600 metros atrás do Parque dos Tubos. Segundo seus organizadores, 12 empresas já reservaram uma área de 170 mil m². 

Localização Clima -
Complexo Logístico Industrial de Macaé
Na Brasil Offshore, o projeto que se encontra em licenciamento foi apresentado a interessados: Clima – Complexo Logístico Industrial Macaé. O mesmo prevê uma área total de 6,3 milhões m², localizado relativamente próximo aos outros dois, entre a RJ-168 e a BR-101. É um investimento que junta a Agrivale, Incorporadora Santa Clara e a EBTE Engenharia.

É possível identificar que estes novos projetos de condomínios ou complexos logísticos-industriais em Macaé, embora se tratem de investimentos privados, elas parecem responder às inciativas dos municípios vizinhos, inciados por Rio das Ostras, de criação de áreas que passaram a ser chamadas de ZEN (Zonas Especial de Negócio).

Hoje, os municípios de Carapebus, Quissamã e também Conceição de Macabu, instalaram estas áreas objetivando se enlaçar nas cadeias de valor da Economia do Petróleo, sendo que Rio das Ostras já caminha para a instalar a sua ZEN-2 próximo ao Parque dos Tubos da Petrobras e na divisa com o município de Macaé.

É ainda fato que a expectativa dos investidores com a instalação destes complexos logísticos-industriais estavam mais ligados à instalação de novo terminal portuário no município, ação cada vez menos provável de obter licenciamento ambiental.

Ainda assim, seus investidores consideram que a demanda por espaços onde as empresas (e indústrias) ligadas à cadeia do petróleo, possam evitar imobilizar capital e esforços para licenciamento e ter acessos a serviços, junto das vias de circulação e modais de transporte, sejam um diferencial importante.

Os investidores também consideram que o novo traçado da ferrovia Vitória-Rio que passará por Campos, Açu, não mais entrará na área urbana de Macaé e assim passará na lateral destes condomínios que estão próximo da BR-101.

Os condomínios industriais, distritos industriais ou complexos logístico-industriais começaram como investimentos governamentais para estimular a economia, com apoio a projetos privados. O caso do DISJB junto ao Porto do Açu é um destes casos que acabou, na prática sendo administrado pela Prumo, controladora do terminal portuário.

Hoje, e cada vez mais, especialmente na Economia do Petróleo, são investimentos imobiliários privados que possuem altíssima rentabilidade, muitas vezes maior até do que a própria atividade de produção (industrial).

2 comentários:

Carlos Fernandes disse...

Apesar da alta taxa de vacância, há espaço a médio prazo para a retomada das locações de galpões em Condomínios logísticos. Modernos e construídos de forma otimizada, continuarão a atrair mais ocupantes. Basta que haja recuperação da economia. A maioria dos projetos nasceu num cenário econômico otimista e infelizmente não havia a perspectiva de crise e nem as proporções assumidas. Parabéns pelo artigo.

Roberto Moraes disse...

Caro Carlos,

Você possui algum dado sobre a ocupação destes condomínios?