segunda-feira, julho 06, 2015

Preço do petróleo tem maior queda para um único dia: 7,7%

As causas estariam ligadas a três fatores: os problemas da Grécia, da China (mercado acionário) e, ao acordo nuclear dos EUA com Irã.

Engraçado, a paz levando à guerra de preços. Assim, o preço do barril brent caiu hoje para US$ 56,54. O Irã pode dobrar sua produção com o acordo e o excesso de oferta permanece. Por dois meses o barril esteve em torno de US$ 60. A previsão é que o preço possa cair a menos de US$ 50.

Conclusão para a região que hoje, mais que nunca, depende dos solavancos do mundo: menos royalties do petróleo e menos orçamento nos municípios petrorrentistas da região.

 Enquanto isto, a luta pelo poder segue e meio aos acordos, sem que haja discussões sobre o futuro, com muito menos royalties e mais dificuldades.

3 comentários:

Anônimo disse...

Caro Roberto, urgentemente, a nossa região,Campos, o ERJ, e até o Brasil como um todo, precisa diversificar a economia, buscando diminuir essa dependência.

O governo federal a todo momento,e, há muitos anos, só cita como orgulho nacional, a Petrobras; Já passou da hora desse governo, mudar de foco e discurso.E, investir pesado no ser humano, em ciência e tecnologias, em inovação, na modernização do seu parque industrial.
Os países, que investiram no ser humano, na educação de qualidade, na qualificação, tais como: Japão, Coréia, Cingapura, Alemanha,USA, não estão mal, evoluíram.

Enfim, o Brasil, não pode ficar eternamente dependente da venda e do uso de comodites.

Roberto Moraes disse...

Sim é necessário, embora não seja simples. Governo nenhum, especialmente num momento de aperto fiscal abre mão de usar e explorar estas reservas mesmo com o menor valor do barril.

Porém, o problema é maior nas escalas de poder mais próximo do cidadão. O PIB do petróleo fica hoje entre 10% e 12% da economia nacional, 33% na do ERJ e mais de 50% na maioria dos municípios que vivem da Economia dos Royalties e/ou do Economia do Petróleo.

O investimento em educação com maior peso hoje dependerá do Fundo Soberano com os recursos do Pré-sal. Esta é ma boa saída, para isso não podemos entregar estas reservas.

A solução não pode sair de um mês para outro, vai levar tempo. A luta pelo poder político enfraquece o debate sobre o essencial.

Porém, eu concordo que o tema tem que ser tratado a todo o momento e estar presente em todas as discussões e decisões. As pressões dos diversos setores produtivos é sempre muito grande. Os países que possuem recursos minerais em quantidade podem ir para um ou outro lado, serem dependentes, eternamente, ou avançarem. Assim são os casos do Canadá, Austrália e até mesmo, de alguma forma os EUA.

Usar os recursos e os excedentes econômicos gerados por ele para dar o salto e romper a dependência é necessário.

douglas da mata disse...

Primeiro mito que deve ser quebrado:

As inovações da Coreia, Japão, Alemanha, e etc, vieram após rios e rios de dólares despejados pelos EUA após conflitos naquelas regiões, seja com o plano Marshall (Europa, e principalmente Alemanha) em 48, seja na Coreia em 54 ou Japão em 45.

Como estes países representavam uma memória geopolítica sangrenta, os EUA optaram por cevá-los de dinheiro para não chocar novos ovos da serpente.

Daí o salto que deram em tão pouco tempo.

É bom lembrar que a exceção da Coreia, Japão e Alemanha já vinham em uma escalada de crescimento industrial e tecnológico (em muito puxado pelo esforço bélico), e com o fim da II Guerra, foi só rearrumar estes esforços, pois a base e o pensamento estratégico já existiam.

Outro ponto:

O governo atual deu um passo importante para a mudança estrutural do uso dos royalties e recursos dessa cadeia produtiva extrativista, com a vinculação das receitas do pré-Sal a Educação.

O problema, é que os gringos, com a ajuda dos sabujos da oposição acharam de vender a Petrobras antes que ela desse seus frutos por completo.

Por derradeiro, há a luta pelo controle dos volumosos negócios privados em torno da Educação, da Pesquisa, Inovação e Tecnologia.

A sociedade brasileira ainda não se deu conta do aspecto crucial desses temas, e mais ainda: ainda que retoricamente todos digamos que é importante, não constituímos um campo político ou melhor, não acumulamos capital político para forçar os representantes a dotar estas áreas de orçamento digno da relevância que dizemos ter.

O Canadá é caso à parte. Uma densidade demográfica diminuta permite uma gestão bem menos conturbada dos recursos e seus frutos.

Desses exemplos, creio que a Austrália merece acompanhamento mais próximo. É o caso que mais se parece conosco: Uma colônia de degredo (era o exílio dos ingleses condenados), ambiente diverso e hostil, massacre das populações nativas, degradação ambiental severa, e uma elite branca predadora.

No entanto, os resultados deles parecem melhores, ainda que as dimensões da economia aussie sejam bem menores que as nossas.