quarta-feira, junho 20, 2018

A eletrificação dos carros no capitalismo lubrificado pelo petróleo

Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), em 2017, as vendas globais de veículos elétricos aumentaram 54% e ultrapassaram 1 milhão pela primeira vez. Assim, o quantidade de carros elétricos no mundo chegaram a 3 milhões de veículos.

Parece muito, mas é apenas 0,3% do total estimado em 1 bilhão de automóveis hoje no mundo. Desta forma, a eletrificação do transporte individual avança, mas ainda em velocidade pequena para dar conta do total da frota e do consumo do petróleo que tende a se manter forte por um período de pelo menos meio século.

O material para as baterias mantém seu custo alto. Problemas com o descarte das baterias, pontos de eletrificação (carregamento) e a demanda da energia elétrica são problemas que terão que ser resolvidos aos poucos. Assim, ainda estamos longe da massificação dos chamados carros de passeio.

Além disso, o consumo de combustíveis com o transporte que está também vinculado ao transporte de massa de materiais e pessoas é uma outra dificuldade, onde a eletrificação está um pouco mais distante para atender grandes caminhões, enormes navios petroleiros, graneleiros e contêineiros e aviões para viagens intercontinentais.

Porém, o avanço da produção, com o uso de carros elétricos e a produção de energia solar e eólica tenderão a atender parte do crescimento da demanda que ainda se tem dos combustíveis fósseis. Desta forma, ainda estão longes de substituir o atual consumo diário de quase 100 milhões de barris por dia.

Este fato ajuda a explicar a influência ainda grande da geopolítica do petróleo no mundo. Como lembra o professor alemão, Altvater, até lá o capitalismo, infelizmente, tende a continuar sendo lubrificado pelo petróleo.

No meio de tudo isso, as reservas estão ficando mais escassas e esta cada vez mais caro explorar e extrair petróleo. Os EUA e a China sabem disso. Diante desta realidade o nosso pré-sal como maior fronteira petrolífera descoberta na última década no mundo é uma das maiores fontes de cobiça em termos de geopolítica da energia.

Nenhum comentário: