sexta-feira, junho 29, 2018

O que os municípios petrorrentistas podem aprender com quem não vive esta dependência

Eu tenho questionamentos em relação a alguns dos critérios do IFDM (Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal), mas entendo que, em determinados casos, ele pode ser usado para fazer análises comparativas. Assim como o Índice Desenvolvimento Humano (IDH) criado pela ONU e que também possui uma versão para analisar e rankear os municípios.

O IFDM também trabalha com três indicadores básicos: educação, saúde e emprego-renda que difere do IDH que usa longevidade para avaliar saúde. O IFDM também varia de 0 a 1. De 0 a 0,4 é baixo; 0,4 a 0,6 regular; 0,6 a 0,8 moderado e 0,8 a 1,0 alto.

Ontem, seus organizadores divulgaram o IFDM 2016. Há várias observações comparativas interessantes de serem feitas. Porém, vou iniciar com uma interpretação que me chamou a atenção.

Apenas dois municípios do ERJ - que vive enorme crise econômica, social e fiscal – apresentaram alto desenvolvimento: Itaperuna e Nova Friburgo, primeiro e segundo colocado respectivamente no ranking do ERJ. Em 2013 eram 15 municípios nesta situação.

No plano nacional, Itaperuna e Nova Friburgo estão, respectivamente, na 265ª e 346ª colocações, enquanto Campos dos Goytacazes, por exemplo, está em 28ª colocação no estado e 1.691ª colocação no ranking nacional.

A situação em outros municípios petrorrentista: Macaé está 16ª colocação no ERJ e 1.084ª no país. SJB é 34ª no ERJ e 1,942ª posição no ranking nacional. Maricá que agora tem enorme e crescente receita de royalties do petróleo está 49ªposição no ERJ e 2669ª no ranking nacional.

Vale observar que nem Itaperuna e nem Nova Friburgo possuem grandes orçamentos e nem são petrorrentistas com as goradas receitas dos royalties do petróleo.

O caso serve para reforçar o que eu tenho dito em alguns debates por onde tenho ido discutir temas relacionados ao desenvolvimento regional: ao contrário do que muitos pensam os municípios não petrorrentistas, incluindo os da região Noroeste Fluminense, tem muito a ensinar, em especial, aos petrorrentistas que dizem querer viver de forma menos dependente destas rendas. 

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