terça-feira, fevereiro 10, 2009

6.800 empregos no Mineroduto, só pode ser engano!

Não tem nada a ver com desejo, se assim fosse o número poderia ser maior. O blog comenta sobre o número de empregos que a matéria de capa do jornal Monitor Campista trouxe hoje: “Mineroduto já emprega 6,8 mil trabalhadores”. Deve haver algum engano da fonte da notícia, o Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil ou da repórter que fez a matéria. Mesmo que o número fosse não apenas dos trabalhadores do mineroduto e juntasse também os que atuam no porto, este número ainda pode ser considerado, no mínimo, fantasioso. Tem sido uma prática comum, o exagero e o super-dimensionamento das demandas de emprego, nos anúncios feitos por autoridades a respeito do número de empregos diretos e indiretos que serão gerados pelos empreendimentos a serem feitos em seus territórios. A construção dos 525 quilômetros do mineroduto entre Minas Gerais e o Açu, certamente, não terá, em nenhum momento, este número de empregos anunciados de 6.800. O blog ousaria informar que nem um terço deste número será alcançado no auge das contratações, assim mesmo, ao longo do trecho que envolve municípios para além de nossa região. A maior parte da movimentação de terras e de preparação, soldagem e instalação dos dutos é feita através de máquinas como, aliás, já foi visto por aqui, em outro tipo de duto, onde o rigor de inspeção e soldagem é até maior para o transporte de gás no gasoduto que ligou Macaé até a Bahia. Mesmo a construção e instalação das estações de bombeio não exigirão tamanha mão-de-obra, quem dera? O que está deixando o pessoal da Anglo Ferrous Minas-Rio Mineração S.A. preocupado é o valor dos salários exigidos por inspetores de solda que atuarão diretamente no trabalho de interligação dos dutos. Como há escassez de mão-de-obra específica deste setor, há técnicos especializados pedindo salários da ordem de R$ 10 mil, superiores ao que recebem engenheiros e alguns gerentes do empreendimento. Sem querer entrar em seara alheia e, ensinar padre nosso ao vigário, mas com o espírito de colaboração que estamos aprendendo cada vez mais a conviver, aqui nos espaços dos blogs é possível sugerir uma outra pauta ligada a esta de hoje: saber quem são estes trabalhadores. De onde vêm? Quais suas experiências, formação e expectativas. Como convivem com em canteiros de obras afastados dos centros urbanos. A distância das famílias. Qual o nível de absorção de mão-de-obra local, etc.

11 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns, professor, pelo corretíssimo comentário.
Até parecematéria plantada para favorecer alguém, aliás, forma já costumeiramente empregada em outras situações, principalmente, por abordagens políticas.

Marcos Valério Cabeludo disse...

É uma grande dificuldade adquirir uma certificação para inspeção em soldagem, ufa! Nem sei por onde indicar o começo da trajetória! Abraços Roberto!

Anônimo disse...

Pois é Roberto, estas perguntas deveriam ser feitas e respondidas antes de ficarem literalmente abrindo as pernas para se instalarem na região. Vão necessitar de que? Soldador, mecânicos, eletricistas, técnicos, etc. Vamos fazer um treinamento com pessoal local e garantir os empregos.
Ao invés disso, ficam bajulando e dando título de barão, coisa ridícula, provinciana, atraso total.
São uns despreparados, só pensam no poder e no bolso.
Tô ficando chato, mas, não tem como deixar de coloca-los todos no mesmo SACO!
Abraços!

vagasnf disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

10/02/2009 19:02

Registro de Arnaldo Vianna negado no TSE o torna inelegível

O ministro Eros Grau julgou, agora à pouco o recurso impetrado pelo candidato derrotado a prefeito de Campos, Arnaldo Vianna que ainda tentava obter o registro de candidato a prefeito.

“O recurso especial é intempestivo”. No voto que proferiu, o ministro do Tribunal Superior Eleitoral afirmou que os sucessivos recursos impetrados pelo candidato tinham caráter protelatório, ou seja, para que não houvesse julgamento definitivo antes da eleição e ele pudesse concorrer – como aconteceu – sub judice.

Com essa decisão o registro foi negado com base nas informações do TRE – RJ, que as contas do ex-prefeito de Campos tinha vícios insanáveis.

Essa decisão torna Arnaldo Vianna inelegível para as próximas eleições para a Câmara Federal. Quem quiser mais detalhes pode consultar a página do TSE e buscar o julgamento de recursos especiais. O de Arnaldo é RESPE 35207, decidido na data de hoje.


Extraído do blog do Garotinho

Anônimo disse...

Indireto acredito que sim. Agora como foi divulgado... somente os canteiros. Acho que foi um erro de Liliane ou do José.

Unknown disse...

Olá, Roberto. Sempre atenta ao seu blog, vi os comentários e gostaria de esclarecer que as informações foram confirmadas pelo presidente do sindicato dos trabalhadores da Construção Civil, José Eulálio. Ele disse que, em todo o percurso, o número de empregos gerados foi esse. Frisou, inclusive, que a previsão de trabalhadores é feita pelo Sesi para prestar atendimento médico e odontológico aos trabalhadores nos canteiros que estão sendo montados. A primeira fase já teria sido feita no canteiro do distrito de Santo Eduardo e, agora, os trabalhos estariam concentrados em Itaperuna. Posso assegurar que não é "matéria plantada". Estaremos dando continuidade ao assunto... Atenciosamente
Liliane Barreto

Roberto Moraes disse...

Cara Liliane,

O blog em nenhum momento insinuou ou acusou ó fato da possibilidade da matéria ter sido "plantada".

O que foi registrado e isto não foi feito pela primeira vez aqui neste blog é o questionamento sobre este número de empregos direto e indiretos dos empreendimentos.

Verdade que isto não se dá apenas aqui em nossa região. É geral e com interesse dos três níveis de governo.

Nos indiretos então é uma farra, porque é onde é mais difícil, ou quase impossível ser medido.

Mesmo com as informações do Eulálio, sustentado em outras do Sesi e também na explicação de que este número não é apenas em Campos e SJB, ainda sustento o questionamento do número de 6,8 mil empregos.

Os canteiros de obras, na sua maioria não funcionam simultaneamente, até porque seria improdutivo, caro e mais complexa a admissão e demissão de pessoal. Assim, uma boa parte do pessoal vai migrando ao longo da obra do duto nos seus 525 quilômetros.

No final isto importaria pouco, porque se você contrata mais gente em diferentes lugares eles tenderão a ficar menos tempo n atividade que assim seria desenvolvida mais rapaidamente.

O único senão é para o empreendedor que deseja mostrar "números fantásticos" de geração de empregos e também para os gestores que, nesta linha pegam carona atribuindo o resultado como consequências da implantação de suas políticas públicas.

Por tudo isso, considero pouco provável, mesmo em toda a extensão do mineroduto, tanto direto quanto indiretos a existência deste número de contratos de 6,8 mil.

A questão não invalida fatos, debates, história sobre a instalação do empreendimento, vantagens, impactos e resultados para a população destas cidades.

A meu ver é saudável que a imprensa se abra para discutir tanto a sua forma de noticiar quanto para os diferentes pontos de vista que a matéria pode trazer. Isto é saudável e mostra uma oxigenação mais próxima do que deseja o leitor-cidadão cada vez mais antenado e interessado em conhecer fatos e opiniões.

Nesta linha aguardo que a matéria seja replicada em outras abordagens para além do número de empregos, embora, o debate deste pudesse ouvir outros especialistas e a própria empresa, o MTB, etc.

Agradeço seu comentário e parabenizo pela matéria.

Abs,

Anônimo disse...

não li a matéria do MC mais se for na construção do mineroduto desde o seu começo (início do mineroduto acho que em MG)acho o nº de empregos viável.

Anônimo disse...

Não acho correto ter excluído o comentário do leitor que falou que a matéria foi plantada.

Quando temos um meio de comunicação devemos ouvir a todos. Liliane teve o direito de resposta, o correto seria deixar o leitor tirar suas conclusões.

A moderação deve apenas excluir quando tiver alguma agressão à outra pessoa não um questionamento.

Um comentário falando que a matéria foi plantada, de uma pessoa que não se identificou, não é para ser levado a serio, nem ter aceitado já que foi que permanecesse.

Obs. Não é necessário ser ACC é para o moderador.

Abs...

Roberto Moraes disse...

Caro Douglas,

Asseguro que nenhum comentário sobre este post foi moderado. Todos foram publicados.

Um único que foi removido assim aconteceu pelo próprio comentarista e não pelo blog.

O autor a que se refere a informação é do comentário e não do blob.

Sds,