sexta-feira, julho 31, 2009

Valores, liberdade & limites?

No final do ano passado, ao jantar em Brasília com um amigo, contemporâneo do tempo da universidade e também companheiro do movimento estudantil, do final da década de 70, início de 80 no Rio de Janeiro, ele acabou por me apresentar sua amiga, uma conhecida colunista política do Correio Brasiliense. Algumas lembranças passadas em conjunto foram repartidas com histórias atuais. Foi nesta hora, que ao comentarmos sobre o bloguinho aqui, a jornalista disse que no mês seguinte teria que iniciar um espaço semelhante, no site do jornal que trabalhava e que para tanto receberia um acréscimo no salário de exatos R$ 1 mil. Ainda assim reclamava de mais esta obrigação. Lembrei-me disto ao pensar naqueles que precisam fazer trabalho igual. Não há aqui nenhuma implicância com blogs feito por jornalistas. Ao contrário. Os bons jornalistas, assim como qualquer bom profissional, só contribuem com a evolução de suas áreas e isto é melhor para todo mundo. Quanto mais gente trazendo informações de qualidade na grande rede melhor. Quanto mais opiniões e debates aprofundados melhor, especialmente, se como consumidor delas, eu não preciso pagar nada além do acesso à grande rede. O problema é que os jornalistas vivem disso. Este é o trabalho que lhes dá o ganha-pão. Neste sentido, eles vivem de produzir informações. Daí, não fica difícil imaginar que a pressão das novas mídias, a exigência agora abolida pelo STF da formação para o exercício da profissao de jornalista e a relativa facilidade em obter e divulgar informações, não tornaria o comprador desta força de trabalho forte demais para pressionar este trabalhador da informação. Os blogs podem dar aos jornalistas, não apenas aos colunistas, um poder que antes não possuíam, ao ser quase tão conhecido e valorizado quanto o veículo que os contrata. Alguém duvida disto quando observa o Ancelmo Gois, Noblat, Juca Kfouri entre outros? Isto inclusive, fez muitos donos das mídias resistirem até o último furo, a "usá-los" em seus espaços virtuais. Acabaram sucumbidos à realidade dos demais blogs e avançaram. Será que ao assim fazer deram a eles a liberdade para expressarem tudo aquilo que pensam e defendem, ou terão que continuar a manter a linha editorial da mídia? Após estas digressões, o blog, curioso como é, fica aqui a pensar se a reclamação da jornalista brasiliense citada no início deste texto se expande para outras plagas por este nosso imenso país.

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