quinta-feira, agosto 13, 2015

A formação da holding Prumo, os resultados do trimestre e as desapropriações

O blog já comentou neste espaço como, aos poucos, a Prumo Logística Global S.A., substituta da LLX que era uma das empresas do grupo EBX e que é controlada pelo fundo de investimentos americano EIG Global Partners, vai se constituindo em uma holding (grupo que tem participações em várias empresas) a partir do Porto do Açu.

O diagrama abaixo está publicado na página 22 do relatório com os resultados do 2º Trimestre de 2015 que a Prumo divulgou nesta quarta (12/08).

Há surpresas em relação às participações divulgadas anteriormente, como a Heliporto do Açu S.A., a Gás Natural Açu Ltda. e a LLX Brasil Operações Portuárias S.A. Outras menos conhecidas como a G3X Engenharia S.A., a LLX Empresa Brasileira de Navegação Ltda. (“EBN”) e a SNF - Siderúrgica do Norte Fluminense S.A. do projeto descartado da Siderúrgica Ternium.

Juntando estes a outros dados é possível também compreender a importância que tem as áreas desapropriadas ao redor do porto, para esta acumulação de atividades e de capital em favor da controladora.

Sobre os resultados do 2º T 2015, a Prumo anunciou uma receita de R$ 88 milhões, uma dívida de R$ 3,3 bilhões e um prejuízo no trimestre de R$ 23 milhões.

Sobre o capital social da Prumo não há mudanças em relação à situação anterior. Veja abaixo a informação que consta da página 60 dos resultados do 2º trimestre de 2015. O empresário Eike Batista ficou com apenas 0,27%. A controladora o fundo americano EIG está com um percentual próximo ao limite máximo permitido para uma empresa S.A. que é de 75%. A partir daí a empresa teria que fechar o capital adquirindo as demais ações dos sócios minoritários.

Uma outra informação interessante está na página 66 das informações do 2º Trimestre de 2015:  "O Porto do Açu possui 13.000 hectares, sendo 441 hectares de áreas já locadas". Por aí se percebe o potencial de faturamento futuro com aluguel de área.

Com relação à toda a área incluindo aquelas do DISJB (Distrito Industrial de São João da Barra) que a Codin cedeu para uso da Prumo, após áreas desapropriadas a área total dos empreendimentos é de 90 km².

Pois bem, se juntarmos a informação acima com o slide 6, da "Apresentação Corporativa da empresa do mês de agosto" (abaixo) pode-se depreender que dos 90 Km², um total de 70 Km² seria fruto das desapropriações e de 476 ações judiciais:




Vale ainda conhecer esta informação da página 14 na "Análise de impairment": "As cotações das ações da Prumo fecharam o período de 30 de junho de 2015 com o valor de R$0,79, valor este inferior ao valor patrimonial consolidado da Companhia na mesma data, de R$0,97 por ação". Ontem, 12/08/2015 as ações da Prumo fecharam cotadas a 0,72.

A Prumo regista ainda nos seus resultados do 2ºT 2015, os créditos a receber com a OSX de 634 milhões e de R$ 432 milhões com a Anglo American. (P.32).

Há diversas outras observações a serem feitas sobre as informações destes resultados do 2º T 2015 e da apresentação corporativa do mês de agosto. O blog voltará ao assunto.

Nenhum comentário: