segunda-feira, agosto 17, 2015

"A geopolítica do yuan"

Na quinta-feira (13/08) cotei aqui três observações sobre a China. Uma delas sobre a valorização da moeda chinesa, o yuan e ao fato de que a China poderia estar se estruturando para entrar no sistema financeiro mundial.

Pois bem, no dia seguinte, no caderno Eu&Fim de Semana, do Valor, uma interessante e bem detalhada matéria, da jornalista Vivian Oswald, de Londres avança com dados, opiniões e análises exatamente sobre esta questão. Ela é extensa, mas vale conferir!

A geopolítica do yuan

Por Vivian Oswald | De Londres

O presidente Xi Jinping (à direita, no fundo) recebe representantes dos países signatários da fundação do Aiib, um marco na estratégia chinesa de distribuir crédito pelo mundo

Os movimentos do Banco Central chinês no mercado de câmbio, nos últimos dias, com desvalorizações seguidas do yuan, fazem parte de uma estratégia para colocar a moeda em nível de protagonismo no sistema financeiro global, para adiante de posições, já relevantes, que ocupa hoje. Em compartilhamento de ações nessa mesma direção, a diretoria executiva do FMI deve fazer em novembro, de comum acordo com Pequim, a revisão da cesta de moedas que servem de base para os Direitos Especiais de Saque (DES), a moeda escritural emitida pelo Fundo, quando examinará a possibilidade de incluir o yuan. Atualmente, o valor monetário do DES é determinado pela soma dos valores do dólar, do euro, do iene e da libra. Algumas estimativas indicam que a inclusão do yuan na cesta do DES poderá levar as compras líquidas de títulos chineses “onshore” a algo próximo de 6 trilhões de yuans, ou quase US$ 1 trilhão, até 2020.

Se consumada a mudança – o que dependerá de avaliação técnica, seguida de votação dos diretores executivos e implementação gradativa – o FMI terá reconhecido formalmente o yuan como moeda de reserva internacional. Isso não significa que de repente o dólar será deixado para trás pela moeda chinesa na preferência dos bancos centrais, mas certamente, por efeito simbólico da decisão, o yuan será visto com mais confiança por países interessados em diversificar suas reservas. E a China subirá um novo degrau na afirmação de sua importância no sistema financeiro global, ponto central de sustentação de suas ambições geopolíticas na Ásia e no mundo.

“O yuan preenche com facilidade o primeiro critério para inclusão na cesta de moedas, que é seu uso amplo em operações de comércio exterior”, disse ao Valor o representante brasileiro no FMI, Otaviano Canuto. Um segundo critério, analisado qualitativamente, diz respeito à usabilidade global da moeda para transações financeiras. Segundo Canuto, o banco central da China e o estafe do FMI “convergiram em direção a um conjunto de medidas, a serem implementadas até outubro [para apreciação na reunião de novembro], que deverá ampliar substancialmente a usabilidade financeira do yuan”.

Essa qualidade aumentada virá ao encontro de um plano de ação muito próprio, em que a China se movimenta no vácuo deixado pela ortodoxia das instituições de Breton Woods e pela aversão a riscos mundo afora, desde a crise deflagrada em 2008, ocupando nichos que outros países já não têm meios – ou interesse – de preencher. Com quase US$ 4 trilhões em reservas, cacife respeitável para os mais variados usos em relações externas, e a necessidade de suprir uma gigantesca demanda doméstica de matérias-primas e alimentos, o país caminha para tornar-se um dos maiores banqueiros do mundo – se não o maior. É sua a liderança de uma nova estrutura de crédito internacional que tem favorecido sobretudo as economias emergentes e passa ao largo das instituições formadas no pós-guerra para prestar socorro à economia mundial. FMI e Banco Mundial perdem posição relativa. Está em andamento, e em ritmo intenso, a diplomacia do yuan, orientada por objetivos de ocupação de espaços econômicos e políticos mesmo enquanto ainda é do dólar a supremacia como moeda de reserva e principal referência no comércio internacional.

Em Brasília, a ideia é de que pode vir da China grande parte dos R$ 200 bilhões de que se fala para investimento em infraestrutura

A criação do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (Aiib, na sigla em inglês) é considerada um marco dessa nova realidade em que a China desponta como líder de um amplo sistema transnacional de movimentação de capitais, no qual se entrelaçam interesses governamentais e privados. Com 57 membros fundadores – 37 países da região Ásia-Pacífico e 20 não regionais, entre os quais Brasil, França, Alemanha, Itália e Reino Unido, que assinaram o protocolo de adesão em junho, em Pequim – o banco, que terá capital inicial de US$ 100 bilhões, poderá receber novos sócios até o fim do ano, quando deverá entrar em operação. EUA e Japão não participam da iniciativa. São presenças dominantes, financeira e políticamente, no Banco Asiático de Desenvolvimento (ADB, na sigla em inglês), também com operações preferenciais na região da Ásia-Pacífico. Dividem entre si, em partes iguais, perto de 60% do capital da instituição. O restante é pulverizado entre participantes regionais e não regionais.

Oficialmente, no “sobre nós” de seu site, o Aiib sugere que procura a convergência de interesses. Seria plena sua disposição para “complementar e cooperar” com outros bancos de desenvolvimento multilaterais na superação das graves deficiências de infraestrutura na Ásia. Para isso, “está aberto à participação de países regionais e não regionais, em desenvolvimento e desenvolvidos, que procuram contribuir para o desenvolvimento da infraestrutura asiática e a conectividade regional”. A iniciativa chinesa, anunciada em outubro do ano passado, rapidamente extrapolou a vizinhança – e o banco ganhou musculatura, já na fundação, que o qualifica, independentemente do que signifiquem declarações oficiais, para rivalizar com o Banco Asiático de Desenvolvimento.

O Aiib surgiu alguns meses depois dos anúncios de criação do fundo de infraestrutura da Rota da Seda, de US$ 40 bilhões, e do Novo Banco de Desenvolvimento do Brics – o grupo em que se convencionou juntar Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul -, com capital autorizado de US$ 100 bilhões e sede em Xangai, voltado para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nesses países. O fundo reúne recursos das reservas chinesas, da China Investment Corp, do Banco de Exportação e Importação da China e do Banco de Desenvolvimento da China. Seu propósito é identificar oportunidades de investimento e prover serviços de financiamento e investimento ao longo do Cinturão Econômico da Rota da Seda, parte terrestre de um sistema, que inclui a Rota Marítima da Seda, chamado Um Cinturão, Uma Rota, estabelecido pelo governo chinês para integrar iniciativas de comércio e investimento na Eurásia.

Com paciência e muitos bilhões de dólares, os chineses se dedicam à execução de uma estratégia com que administram seus interesses globais, da Ásia à África, passando pela América Latina e Europa. Assim, reforçam a imagem de potência do século XXI, ao mesmo tempo que expandem sua esfera de influência geopolítica e consolidam sua relevância no sistema financeiro internacional.

Dentro e fora da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, espera-se que venha da China parte substancial do dinheiro que o governo quer atrair para financiar o anunciado programa de concessões na área de infraestrutura, com projetos que somariam R$ 200 bilhões.

“Não há outro país [como a China] com tamanha capacidade e disposição de investir. Já manifestaram forte interesse [no programa brasileiro]. Os projetos se encaixam como luva no perfil dos investimentos em infraestrutura que os chineses têm feito pelo mundo”, disse ao Valor uma fonte do governo. Pequim estaria de olho, por exemplo, na fatia de até 10% do campo de Libra que a Petrobras pode vender da sua participação de 40% na camada do pré-sal na Bacia de Santos. As estatais chinesas CNPC e CNOOC já são sócias no consórcio, hoje com 10% cada. A Total e a Royal Dutch Shell têm 20% cada.

O modelo chinês consiste em emprestar ou investir recursos em países e setores que sejam considerados estratégicos, principalmente nas áreas de energia e matérias-primas, com o objetivo de garantir suprimentos e desenvolver operações que ofereçam bons retornos. Mas a geopolítica também tem pesado nas decisões de desembolso.
A presidente Dilma Rousseff recebe o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang: possibilidades de investimentos conjuntos em infraestrutura

Desde 2007, a China mostra-se pródiga em apoio financeiro a economias que, a julgar por seu desempenho, dificilmente poderiam recorrer ao FMI ou ao Banco Mundial, se é que desejariam fazê-lo, diante das previsíveis obrigações de contrapartida. Sem muitas perguntas ou exigências de bom comportamento, como seria a praxe, a China emprestou para a decadente economia da Venezuela, por exemplo, em menos de dez anos, cerca de US$ 45 bilhões, destinados a projetos de infraestrutura, para pagamento em fornecimentos de petróleo.

No ano passado, foi a vez da Argentina: conseguiu US$ 7,2 bilhões, que seriam injetados na construção de duas barragens hidrelétricas e na ampliação da malha ferroviária, além de outros US$ 11 bilhões que reforçariam suas minguadas reservas internacionais. A Rússia – sob sanções do mundo ocidental, por seu envolvimento na crise da Ucrânia – teve acesso a mais de US$ 100 bilhões, entre linhas de crédito para bancos, estatais de petróleo e um “swap” de divisas para garantir operações de comércio exterior.

Nos meses que antecederam o acordo para salvar a economia grega, com refinanciamentos de US$ 86 bilhões, fechado com a Troica (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI), especulava-se que o governo de Alexis Tsipras poderia recorrer à China. A ajuda viria por intermédio da Rússia, que, a despeito das restrições impostas pela União Europeia (UE), foi um dos primeiros países contatados pelo então recém-eleito governo grego. O socorro acabou saindo pelas vias tradicionais, após arrastadas negociações.

O Brasil tem recebido atenções especiais de Pequim. Em maio, por ocasião da vista do primeiro-ministro Li Keqiang, que chefiou uma missão com 120 empresários, o governo chinês anunciou investimentos da ordem de US$ 53 bilhões. Em janeiro, o presidente Xi Jinping havia antecipado, durante a primeira cúpula China-Celac (Comunidade dos Estados da América Latina e do Caribe), que a China pretende investir US$ 250 bilhões na região, nos próximos dez anos.

“Com o importante declínio do Banco Mundial e do BID em infraestrutura na América Latina e na África, o avanço da China, numa estratégia própria e clara, desde a crise de 2008, tem ocupado espaços vazios”, afirma Carlos Geraldo Langoni, diretor do Centro de Economia Internacional da Fundação Getúlio Vargas, ex-presidente do Banco Central.

Os chineses foram os primeiros a estender a mão para a Petrobras, quando os canais tradicionais de financiamento no mercado de capitais praticamente se fecharam, logo após a estatal ver-se envolvida na crise provocada pelo escândalo de corrupção. Entre abril e maio deste ano, o Banco de Desenvolvimento da China emprestou à companhia US$ 5 bilhões. Logo depois da assinatura das duas linhas, a primeira de US$ 3,5 bilhões e a segunda de US$ 1,5 bilhão, havia rumores de que o compromisso seria honrado em fornecimento de petróleo, nos mesmos moldes acertados anos atrás com a Venezuela, o que a estatal desmente. Ao Valor, a empresa reiterou que o pagamento será feito nos próximos anos, em dólares, sob condições que incluem a confidencialidade dos termos do contrato.

Se parte das novas instituições financeiras multilaterais ainda não está em funcionamento pleno, sua existência já é, em si, prova de que a China está determinada a montar um sistema paralelo ao criado em Bretton Woods – e com amplitude aumentada. Analistas entendem que a estratégia chinesa deve pressionar pelas reformas do FMI e do Banco Mundial, com redistribuição de poderes, que não saem do papel por relutância das economias mais ricas, principalmente os EUA. O Congresso americano engavetou o projeto que prevê mudanças no sistema de cotas do FMI.

Para Peter Williamson, professor na Judge Business School, da Universidade de Cambridge, a China tomou a iniciativa de criação de instituições internacionais alternativas para ganhar mais peso nas decisões dos organismos internacionais, nos quais hoje é predominante a influência dos EUA e da Europa. “A China pode ganhar mais voz e trabalhar com países que enfrentam desafios de desenvolvimento similares aos seus.”

Ainda não está claro que papel, ou papéis, um sistema como esse agora conduzido pela China poderá desempenhar na prática. Desde já, porém, projeta-se como provável concorrente do sistema tradicional, com alternativas operacionais baseadas em exigências e prioridades da China. “Esses bancos de desenvolvimento têm pelo menos a função de complementaridade em relação ao FMI e ao Banco Mundial, por exemplo, que já não têm capacidade, ou não podem assumir os riscos de emprestar para certas economias com as condições que oferecem atualmente, disse Ramon Pacheco Pardo, professor de relações internacionais no King’s College, de Londres.

Os chineses logo estenderam a mão à Petrobras quando canais tradicionais de financiamento praticamente se recusaram a negociar

Erica Downs, especialista em China do Eurasia Group, afirma que o lançamento do Aiib e do Novo Banco de Desenvolvimento do Brics tem por pano de fundo o fato de Pequim querer, antes de mais nada, que a arquitetura financeira global não apenas reflita seus interesses como, também, seu peso no mundo. Para a ex-analista de energia da CIA, o Banco Mundial, no modo de ver chinês, não atribuiu ênfase suficiente à infraestrutura e, então, o Banco Asiático de Desenvolvimento não tem recursos suficientes para financiar as enormes deficiências de infraestrutura na região.

Margaret MacMillan, professora de história internacional da Universidade de Oxford, destaca a importância da China como agente de um novo equilíbrio geopolítico global e não descarta que o país possa tomar o posto americano de maior economia do mundo, mas reconhece que se trata ainda de um objetivo a ser conquistado. O soluço recente na bolsa chinesa, que provocou reflexos e temores no resto do mundo, são, em sua opinião, boa prova de que a economia do país tem deficiências internas, como a falta de instituições fortes e regulação, além de problemas com corrupção.

Os chineses precisam enfrentar ainda outro desafio se quiserem, de fato, tornar-se a potência hegemônica global do século.”O jogo ficará cada vez mais complicado e arriscado, o que é típico quando um país amplia sua esfera de influência” diz Margaret. “Aconteceu no passado, com o avanço britânico orientado pelas atividades da Companhia das Índias. A China terá de lidar com áreas mais instáveis, mundo afora. Não será fácil. Como proteger dutos de petróleo no Paquistão contra ataques terroristas? Vão se envolver cada vez mais com problemas que não querem.”

Em palestra na Chatham House, em Londres, em junho, o cientista político e professor de Harvard Joseph Nye afirmou que a economia chinesa pode ultrapassar a americana até 2030. Lembrou que, historicamente, os EUA entraram no século XX representando cerca de um quarto da economia mundial, fatia que cresceu para 50% logo depois da Segunda Guerra Mundial, com a decadência da Europa. A proporção voltou para 23% na década de 1970 e está hoje mais ou menos no mesmo nível. Para superar a economia americana, a China terá de crescer não apenas para aumentar sua participação no PIB mundial, mas também compensar o crescimento de outros países, comparativamente. Mesmo assim, ainda que consiga isso, segundo ele, a China não deve superar os EUA como potência global, por uma série de questões internas, não apenas políticas, mas também econômicas.

Enquanto mostrava à plateia seu aparelho celular, Nye afirmou que o modelo, que custava US$ 750 nos EUA, era importado da China. “Mas quanto do valor agregado vem de lá? Cerca de 5%. Se os componentes vêm de outros países, os chineses montam, a propriedade intelectual é dos EUA, assim como o marketing. Como os próprios chineses dizem algumas vezes, eles são muito melhores em produzir ‘jobs’ do que o Steve Jobs”, disse Nye.

Para o professor Kishore Mahbubani, da Universidade de Cingapura, a decisão britânica de se associar ao Aiib sinaliza nada menos que “o fim do século americano e a chegada do século asiático”. Em artigo publicado em março deste ano, lembrou que o Banco de Desenvolvimento Asiático calculava em pelo menos US$ 8 trilhões as necessidades de investimento em infraestrutura na Ásia, demanda que instituições como o Banco Mundial e outras jamais poderiam atender.
O presidente chinês, Xi Jinping, na primeira reunião de cúpula China-Celac, em Pequim: US$ 250 bilhões para projetos na América Latina em dez anos

Enquanto desafiam o papel dos países ricos no arcabouço financeiro internacional, os chineses vão se firmando como parceiros comerciais e políticos importantes, apesar das múltiplas disputas territoriais que tenham com vizinhos próximos ou questionamentos sobre direitos humanos.

Como consequência, também têm conseguido emplacar o yuan como moeda de troca em um sistema financeiro dominado pelo dólar e desafiando o status quo. Na saída do aeroporto internacional de Bancoc, a mensagem no outdoor do Banco da China (mais de 70% de capital em mãos do governo) parece o prenúncio de um futuro que muitos já ousam imaginar: “RMB: new choice / The world currency” (RMB, de renmimbi, o nome oficial do yuan). Mas há os céticos, para quem ainda levará muito tempo até a moeda chinesa estar entre as três mais importantes e constar como parte significativa das reservas internacionais de outros países. Antes, a economia chinesa precisaria passar por reformas profundas e se abrir de uma maneira tal que o Partido Comunista Chinês (PCC) talvez não esteja preparado para fazer, ou simplesmente não queira fazer.

Mais otimista, Pardo, do King’s College, entende que, em breve, a moeda chinesa pode tornar-se pelo menos a segunda mais importante, perdendo apenas para o dólar. As recentes turbulências no mercado de ações da China podem até atrasar esse processo, um projeto acalentado pelas autoridades do PCC, mas não devem impedi-lo.

Na Ásia, o yuan é cada vez mais usado e, consequentemente, vem ganhando importância, na Mongólia, Vietnã, Coreia do Sul, Tailândia e até mesmo no Japão. É claro que, em outras regiões, o avanço será mais difícil. Mas, ainda assim, se não ultrapassar o euro, o yuan será um desafio para a moeda única europeia, diz Pardo. Em relatório recente, o banco central da China informou, pela primeira vez, que no fim de abril bancos centrais de vários países possuíam aproximadamente 666,7 bilhões de yuans (US$ 107,41 bilhões) em suas reservas. No fim do ano passado, de acordo com dados do FMI, bancos centrais detinham mais de US$ 6 trilhões em reservas de moeda estrangeira – mais de 60% em dólares americanos, 23% em euros, 4% em ienes e 3,9% em libras. O yuan estaria atrás dos dólares canadense e australiano.

Para o subsecretário para Ásia do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, José Alfredo Graça Lima, a China entra em cena como um ator importante em um mundo de carências do sistema financeiro para apoiar obras de infraestrutura e desenvolvimento sustentável. Os chineses ganham com as operações financeiras, com os projetos de longo prazo, com a venda de tecnologia e de serviços. E ainda preenchem “uma necessidade que o Brasil tem, absolutamente indispensável para aumentar nossa capacidade produtiva”. Segundo Graça Lima, os chineses perceberam que, com o extraordinário crescimento de sua economia, e da população, “não podem ser felizes sozinhos”.

Langoni, da FGV, afirma que, no mundo novo, deve-se olhar para os Estados Unidos e para a China. “Hoje, para o Brasil, o comportamento da China é tão ou mais importante do que o anúncio dos juros americanos pelo Federal Reserve.”

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