domingo, abril 01, 2012

Esquecem as manchetes e os editoriais do 1º de abril

A data é oportuna para você fazer uma leitura histórica e reflexiva sobre o texto do sociólogo Emir Sader:

“O golpe, a ditadura e a direita brasileira”

“O golpe e a ditadura foram a desembocadura natural da direita brasileira – partidos e órgãos da mídia, além de entidades empresariais e religiosas. A direita brasileira aderiu, em bloco, ao campo norteamericano durante a guerra fria, adotando a visão de que o conflito central no mundo se dava entre “democracia”(a liberal, naturalmente) e o comunismo (sob a categoria geral de “totalitarismo”, para tentar fazer com que aparecesse como da mesma família do nazismo e do fascismo).

Com esse arsenal, se diabolizava todo o campo popular: as políticas de desenvolvimento econômico, de distribuição de renda (centradas nos aumentos do salário mínimo), de reforma agrária, de limitação do envio dos lucros das grandes empresas transnacionais para o exterior, como políticas “comunizantes”, que atentavam contra “ a liberdade”, juntando liberdades individuais com as liberdades das empresas para fazer circular seus capitais como bem entendessem. A direita brasileira nunca – até hoje – se refez da derrota sofrida com a vitória de Getúlio em 1930, com a construção do Estado nacional, o projeto de desenvolvimento econômico com distribuição de renda, o fortalecimento do movimento sindical e da ideologia nacional e popular que acompanhou essas iniciativas. Foi uma direita sempre anti-getulista, anti-estatal, anti-sindical, anti-nacional e anti-popular. Getúlio era o seu diabo – assim como agora Lula ocupa esse papel -, quem representava a derrota da burguesia paulista, da economia exportadora, das oligarquias que haviam governado o país excluindo o povo durante décadas. A direita foi golpista desde 1930, começando pelo movimento – chamado por Lula de golpista, de contrarrevolução – de 1932, que até hoje norteia a direita paulista, com seu racismo, seu separatismo, seu sentimento profundamente antipopular.

A direita caracterizou-se pelo chamado aos quarteis quando perdiam eleições -e perderam sempre, em 1945, em 1950, em 1955, ganharam e perderam com o Jânio em 1960 – pedindo para “salvar a democracia”, intervindo militarmente com golpes. Seu ídolo era o golpista Carlos Lacerda. Esse era o tom da mídia –Globo, Folha, Estadão, etc., etc.

Era normal então que a direita apoiasse, de forma totalmente unificada, o golpe militar. Vale a pena dar uma olhada no tom dos editoriais e da cobertura desses órgãos no período prévio ao golpe a forma como saudaram a vitória dos militares. Cantavam tudo como um “movimento democrático”, que resgatava a liberdade contra as ameaças do “comunismo” e da “subversão”.

Aplaudiram as intervenções nos sindicatos, nas entidades estudantis, no Parlamento, no Judiciário, foram coniventes com as versões mentirosas da ditadura e seus órgãos repressivos sobre como se davam as mortes dos militantes da resistência democrática.

Por isso a cada primeiro de abril a mídia não tem coragem de recordar suas manchetes, seus editoriais, sua participação na campanha que desembocou no golpe. Porque esse mesmo espírito segue orientando a direita brasileira – e seus órgãos da mídia -, quando veem que a massa do povo apoia o governo (O desespero da UDN chegou a levar que ela propusesse o voto qualitativo, em que o voto de um engenheiro valesse muito mais do que o voto de um operário.). Desenvolvem a tese de que os direitos sociais reconhecidos pelo governo são formas de “comprar” a consciência do povo com “migalhas”.

Prega a ruptura democrática, quando se dá conta que as forças progressistas têm maioria no país. Não elegem presidentes do Brasil desde 1998, isto é, há 14 anos e tem pouca esperança de que possam vir a eleger seus candidatos no futuro. Por isso buscam enfraquecer o Estado, o governo, as forças do campo popular, a ideologia nacional, democrática e popular.

É uma direita herdeira e viúva de Washington Luis (e do seu continuador FHC, ambos cariocas de nascimento adotados pela burguesia paulista) e inimiga feroz do Getúlio e do Lula. (Como recordou Lula em São Paulo não ha nenhum espaço público importante com o nome do maior estadista brasileiro do século passado, o Getúlio, e tantos lugares importantes com o nome do Washington Luis e do 9 de julho).

É uma direita golpista, elitista, racista, que assume a continuidade da velha república, de 1932, do golpe de 1964 e do neoliberalismo de FHC.”

12 comentários:

Antonio Rangel disse...

GRANDE IMPRENSA MENTE SOBRE O EVENTO NO CLUBE MILITAR E AGE DE FORMA IRRESPONSÁVEL INCITANDO A DESORDEM E A AGRESSÃO A OFICIAIS DA RESERVA DAS FFAA

Matéria do site de O Globo inicia o lead afirmando que a revolução de 31 de março de 1964 implantou uma ditadura. Mas não foi isso que aconteceu. Quem viveu essa época sabe muito bem que o movimento democrático de 31 de março, que teve amplo apoio da população, foi levado a efeito pelos militares que não tiveram outra saída que não fosse intervir no processo político para restabelecer a ordem e a segurança nacional. Se fraquejassem o Brasil hoje seria uma republiqueta no estilo de Cuba.

Houve na verdade uma guerra contra canalha comunista. Essa mesma canalha que hoje domina boa parte da América Latina como se vê em Cuba, Venezuela, Equador, Bolívia, Nicarágua, Uruguai, Argentina e agora também no Peru.

Em todos esses países as liberdades civis estão sendo pisoteadas, a imprensa é perseguida, as Forças Armadas são denegridas e a lei e a ordem são escarnecidas pela bandalha comunista.

Esta ação é coordenada pelo Foro de São Paulo, organização comunista que fornece as diretrizes de ação para o desmonte das instituições democráticas em todo o continente e foi criada aqui no Brasil, em São Paulo, sob os auspícios do PT.

Em todos esses países os cidadãos vivem um estado de violência permanente, já que os comunistas abençoam os bandidos, como os narco-terroristas das FARC que fazem parte do Foro de São Paulo, organização fundada por Lula, o PT e seus sequazes, juntamente com gente do nível de Hugo Chávez e dos criminosos das FARC.

O Brasil segue o mesmo caminho dessas republiquetas ajudado por uma imprensa servil e cupincha do movimento comunista internacional. As redações dos veículos de comunicação são todas controladas pelos comunistas. Tanto é que a grande imprensa só noticia coisas que não têm nenhum interesse. Opinam sobre o Big Brother da Rede Globo e dão notícias de novelas e bobagens correlatas.

No que se refere ao que interessa que é a política, os jornalistas e seus veículos de comunicação tergiversam e promovem a inversão de valores numa permanente lavagem cerebral da população. Nas escolas e universidades ocorre a mesma coisa.

Instituições democráticas como as Forças Armadas e as polícias são alvo de ataques permanentes dos jornalistas comunistas que controlam toda a informação.

A baderna ocorrida no Rio de Janeiro nesta tarde contra o Clube Militar antecipa o que está por acontecer no Brasil que, sob o domínio de Lula, do PT e seus sequazes, se encaminha para transformar-se numa nova República Comunista a exemplo daquelas que listei acima.

Os comunistas há anos vêm reescrevendo a história do Brasil, falsificando-a de forma vil e sorrateira, no que são ajudados por um jornalismo mentiroso. Chegará um momento em que toda a nova geração brasileira terá sofrido uma completa lavagem cerebral e ela mesma defenderá o fim da democracia e da liberdade.

Hoje foram, segundo se noticia, cerca de 300 bate-paus que assacaram contra o Clube Militar. Mais adiante serão milhares de idiotas a serviço do movimento comunista internacional.

Aí qualquer reação soará como algo insólito e fora de lugar. Democratas liberais serão taxados como exóticos doentes mentais e encaminhados para os hospícios do Estado Comunista.

E, por isso, o Brasil e todo o continente latino-americano continuarão a ser habitados por autômatos orelhudos já impossibilitados de enxergar a realidade além do próprio nariz.

Aluizio Amorim

Anônimo disse...

Caro Roberto,

O texto, como era de se esperar é primoroso.

Apenas um retoque, que de certa forma nos revela a nossa "gênese", da esquerda, a saber:

Getúlio não vence em 30 à bordo de um projeto popular, muito embora dentro daquele contexto histórico e pelo que ele representava, seja correto dizer que ele era o antagonista da direita brasileira.

Mas esta contradição rara(e que não se repete em Lula) nos custou (e nos custa até hoje) muito caro.

Veja que nosso projeto de poder(até aqui bem sucedido)passa também pelo enfraquecimento do que aprendemos a chamar de sociedade organizada.

Estruturamos nossa concepção de modernidade pela estatização das relações sócio-políticas, à reboque do determinismo econômico que agora se traveste de neo-keynesianismo, ou como querem outros, keynesianismo pós-moderno.

Não discuto aqui as virtudes e a natureza deste projeto, ainda mais em um país como nosso, de instituições tão imaturas.

Mas olhe bem o nosso pequeno microcosmo local, e veja como a luta pelo aparelho do estado matou a vida partidária e "civil".

Um abraço.

Roberto Moraes disse...

Comentários de gorilas defendendo a ditadura e as agressões físicas aqui não terão espaço.

O blog há muito já definiu que não são apenas os xingamentos e as agressões verbais que aqui não serão permitidas.

As agressões à Democracia através dos gorilas também serão aqui rechaçados. Isto é, a juízo do blog, diferente do direito de opinião.

Vê-se claramente a quem estes se aliam na tentativa de ocupar os espaços que hoje já não são do seu controle como a Velha Mída que defendeu o golpe militar e continua a defender o interesse dos poderosos contra o povo, estes mesmos que em Campos assaltam o dinheiro dos royalties que deveria atender a nossa população.

Lamarca disse...

Eu tenho sinceras dúvidas do que causa mais estragos à Democracia:

Uns dois ou três tiros em alguns "vovôs torturadores" ou este texto aí do lado?

Todas as grandes democracias do mundo entendem que para este tipo de gente aí do lado que você protege sob o manto da chamada "liberdade de expressão" não merecem outro tratamento senão a violência na mesma proporção que defendem.

Mas como já disse a escolha é sua!

No entanto, entristece saber que está no mesmo campos dos "gorilas", na medida que, neste caso e como não há neutralidade, defender o texto deles ao publicá-lo é se aliar a eles.

Não há relativização que d~e conta disto, chame do que quiser!

O vigia disse...

PS:

citando você:

"Comentários de gorilas defendendo a ditadura(...)"

Ué, o que este texto do A.Rangel senão um libelo pró-Ditadura?

Roberto Moraes disse...

Este passou porque, na análise anterior do blog, parecia suscitar um debate de opiniões, que logo foi visto que não era o caso.

Ele é a prova acbal da forma como o blog atua, acreditando antes, no interesse no debate Democrático das opiniões.

Roberto Manhães disse...

O Brasil já teve estudantes que viraram símbolo da luta estudantil contra os poderosos.

Nos anos 60 os estudantes iam às ruas para protestar contra a Ditadura Militar instalada no país. Apanharam, foram presos, alguns até expulsos do país, mas a imensa maioria queria apenas liberdade, nunca se juntaram a grupos terroristas financiados por CÚba para implantar uma ditadura do proletariado na pocilga.

Anos mais tarde os estudantes cérebro lavados e manipulados pela Globo, saíram as ruas para pedir a cabeça do EX presidente Fernando eunãosoumaluco Collor de Mello. Ficaram conhecidos como "Os Cara pintada".

Semana passada mais uma turminha de estudantes idiotas e manipulados ideologicamente se reuniram diante do clube militar no Hell de Janeiro onde acontecia uma conferência sobre o "golpe" militar de 64.
Até aí tudo bem, uma vez que os milicos que estavam nessa conferência estão de pijamas há anos, e o Clube Militar é uma espécie de associação para aposentados das forças armadas jogarem dominó e damas, pois não tem ligação alguma com as FFAAs.

Bem, diante do clube militar se reuniram um bando de sem noção, manipulados pela ideologia burra e pelos interesses revanchistas de pessoas que nem nascidos eram nos tempos da ditadura, ou se nascidos, eram criança assim como eu.

Esses jovens que eu chamo de "Os Cara Esfumaçada", em vez de apenas protestarem passaram a agredir pais de família, avôs, homens que dedicaram uma vida inteira a serviço do país.

Desconstruíram suas biografias e os acusavam de crimes que sequer os acusadores tem a certeza de que os que lá estavam são mesmo os atores dos horrores nos tempos de tortura.
Simplesmente nivelaram por baixo e colocaram a marca de que militar dos anos 60/70 é torturador e ponto final. Simples assim.

E mais uma vez a lógica e a cidadania são atropeladas pela cambada dos sem noção que são contra tudo e contra todos, menos contra a maconha.

Jovens nitidamente baderneiros entre 16 e 20 poucos anos que da revolução só sabem o que leram nos livros, ou ouviram dizer, que se posicionam sem ter a mínima ideia do que realmente aconteceu, se sujeitam a servir de paus mandados de um grupelho que em vez de estar pelos corredores do poder em Brasília, deveriam estar em cana da mesma maneira os que eles acusam de serem torturadores.

O que essa cambada esquece é que os militares fizeram tudo com o apoio da maioria da população. Pois naquela época os valores eram outros e a educação e cidadania ainda eram latentes nas pessoas, e a imensa maioria dos Brasileiros sabia que o que os baderneiros queriam é uma troca de ditador, saia um Militar de direita e entrava um lixo esquerdofrênico doutrinado por CÚba. Essa molecada que atentou contra os velhos militares deveria agradecer a esses mesmos militares por terem liberdade hoje em dia de poderem agir de maneira tão cretina contra quem lutou pela democracia.
Pois se fosse na velha CÚba que eles tanto amam, é só olhar o que aconteceu com o manifestante que gritou contra a ditadura dos Castro na visita do Papa a Afana.

Essa é "democracia" em que esse idiotas querem viver. Tudo não passou de baderna manipulada por gente revanchista que quer por que quer ganhar a revolução de 64 no grito. Uma revolução que só continua viva nas cabeças mais doentes da sociedade brasileira.
O tempo passou na janela e só os esquerdofrênicos não viram.

E já que o MP não vai atuar contra esses jovens idiotas pelas agressões contra os militares por achar que é uma forma democrática de protesto. Ao menos o MP e a PF poderiam indiciar os agressores pelo estatuto do idoso, pois, é muita covardia um jovem de 20 e poucos anos agredir senhores de 70/80 em nome de algo que já ficou para a história.

Roberto Moraes disse...

O comentarista quer parecer que são muitos, quando o interlocutor apenas troca de pseudônimos.

Tal como Carolina não viu a banda passar e chora os governos militares.

Porém, mais importante que nomes falsos e verdadeiros são os argumentos e as premissas.

Não julgo necessária a manifestação no Clube Militar, assim como, repudio a inversão dos papéis que se pretende inisinuar sobre a luta em prol da Democracia.

Indiscutivelmente o país hoje é muito melhor que ontem. Em que pesem as desigualdades que ainda insistem em se manter, há mais democracia e liberdade para debater e estabelecer o contraditório.

Fora isso, o resto é no voto e no respeito à vontade popular.

Franco atirador disse...

Roberto,

Não há contraditório possível com quem não respeita a democracia.

É como discutir o menu com canibais.

Às viúvas e vivandeiras do golpe a mesma tortura, sequestros e assassinatos que foram vítimas os militantes de esquerda.

Não se constrói uma verdadeira Democracia sem "ajustar" contas com seus algozes.

Logo, digo e repito, ainda que você me censure e deixe esses imbecis escreverem essas barbaridades:

Morte aos gorilas desdentados!

Pau-de-arara para as viúvas do golpe!

Roberto Manhães disse...

Senadora comunista defende a "cubanização" da medicina brasileira.

A senadora Vanessa Grazziotin, defendendo a "cubanização" da medicina brasileira, informa que foi tratada por um médico peruano e "ficou boa". Que grande argumento! Esta é a mesma senadora que disse que pelo fato dos bois comerem ração transgênica, nós, os seres humanos, podemos virar transgênicos. Estão achando que é mentira?

O governo brasileiro, por meio do PT, com seleção do PT, enviou centenas de jovens para sofrerem lavagem cerebral em Cuba, aprenderem táticas de guerrilha e outras atividades nada acadêmicas, fazendo, ao mesmo tempo, um curso de medicina naquele país.

Submetidos a testes de convalidação do diploma quando voltam ao Brasil, para verificar o nivelamento da formação de lá com a daqui, nenhum "médico" cubano é aprovado, pois o curso de lá assemelha-se a um técnico em enfermagem.

Roberto Moraes disse...

Ranço chauvinista e argumentos pueris e preconceituosos.

Nada mais.

Antônio Rangel disse...

Grampos mostram que Protógenes era "consultor" da turma do Cachoeira. O cara de pau foi quem requereu a CPI.

Autor do requerimento de criação de uma CPI para investigar a ligação de políticos com Carlinhos Cachoeira, acusado de comandar uma rede de jogos ilegais no País, o deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP) foi flagrado em pelo menos seis conversas suspeitas com um dos mais atuantes integrantes do esquema do bicheiro goiano: Idalberto Matias Araújo, o Dadá. Os grampos da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, revelam a proximidade do parlamentar com um possível alvo da CPI que deverá ser instalada no Congresso Nacional.

Espécie de faz-tudo do esquema e conhecido araponga de dossiês políticos, Dadá esteve a serviço de Protógenes na Operação Satiagraha e, nas conversas, recebe orientações do ex-delegado sobre como agir para embaraçar a investigação aberta pela corregedoria da PF sobre desvios no comando da operação que culminou com a prisão do banqueiro Daniel Dantas - a Satiagraha. A ligação de Protógenes com Dadá permite questionamentos sobre sua autoridade para integrar a CPI. Os diálogos revelam o empenho do deputado, delegado licenciado da PF, em orientar Dadá na investigação aberta contra ele próprio, no ano passado.

Numa das conversas, Protógenes lembra ao araponga para só falar em juízo. 'E aí, é aquela orientação, entendeu?, diz ele, antes do depoimento de Dadá. As ligações foram feitas para o celular do deputado. Fica evidente a preocupação de Protógenes em não ser visto ao lado de Dadá. Eles sempre combinam encontros em locais distantes do hotel onde mora o deputado, como postos de gasolina e aeroportos. Procurado pelo Estado por três vezes em seu gabinete ontem, Protógenes não foi localizado e também não respondeu às ligações para seu celular.

Dadá foi identificado na Operação Monte Carlo - que o levou e ao bicheiro Cachoeira à prisão, em fevereiro -, como o encarregado de cooptar policiais e agentes públicos corruptos, de obter dados sigilosos para a quadrilha e de identificar e coordenar a derrubada de operações de grupos concorrentes. Ele está preso desde o mês passado, acusado de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e exploração de máquinas caça-níqueis.

Em agosto do ano passado, Dadá tratou de seu depoimento no inquérito da Satiagraha com o próprio Protógenes, com o advogado Genuino Lopes Pereira e com o escrivão da Polícia Federal Alan, lotado na Coordenação de Assuntos Internos da PF(Coain-Coger), uma subdivisão da Corregedoria-Geral. O assunto é o mesmo: Dadá e Jairo Martins, outro araponga ligado a Cachoeira e que esteve informalmente sob o comando de Protógenes na Satiagraha, só deveriam se manifestar em juízo.Se integrar a CPI contra Cachoeira, Protógenes investigará dois de seus colaboradores, como indicam os grampos obtidos pelo Estado. O advogado Genuino Pereira afirmou que não conhece Protógenes e negou que seus clientes tenham combinado a versão que dariam em depoimento à PF. Alega que eles se comportaram daquela forma por coincidência. Alan não foi encontrado no local de trabalho.

Com uma imagem de quem se tornaria o 'xerife' da Câmara, Protógenes foi eleito graças à carona que pegou nos 1,3 milhão de votos do palhaço Tiririca (PR-SP) para preencher o total de votos exigidos pelo quociente eleitoral de São Paulo. A iniciativa de criar uma CPI para investigar Cachoeira e seus colegas é, até agora, o auge de sua promessa de campanha.

Nos áudios da Monte Carlo, Dadá trata o deputado por 'professor' e 'presidente'. Uma das interceptações mostra Protógenes sugerindo a Dadá que o encontre num novo hotel. 'Não tô mais naquele não', avisa, num sinal de que os encontros são constantes. No grampo de 11 de agosto de 2011, acertam o local da conversa, mas se desencontram. 'Tá onde?', pergunta. Dadá responde: 'Em frente da loja da Fiat', ao que o deputado constata: 'Ah, tá. Estou no posto de gasolina'. 'No primeiro?', indaga Dadá. 'Isso', confirma o deputado.