terça-feira, abril 10, 2012

Trânsito violento em Campos e sugestão do Carlos Bacelar

Por e-mail o biólogo e empresário Carlos Bacelar comentou sobre o acidente ocorrido na área central de Campos e fez sua sugestão que o blog comenta abaixo como forma de ressucitar e contribuir com o debate:

“Caro Roberto,

A cidade parou hoje, pela manhã, com um acidente com o caminhão de lixo e um poste próximo a rodoviária. A tendência é piorar. Nossas vias são estreitas e os acessos difíceis de contornar. Qualquer acidente para tudo. Mas tem soluções. Veja essa. Mais importante é quando foi "pensada" - 1898. É só querer: é caro hoje... mas viável. Vamos pensar grande.

Abraços,

Carlos Bacelar

http://theurbanearth.wordpress.com/2009/10/17/o-trem-suspenso-de-wuppertal-alemanha/

Comentário do blog:

Caro Carlos,

A solução é interessante, embora os custos precisem ser avaliados, mas, certamente possível em negociações e contrapartidas com os governos estadual e federal. Já bati nesta tecla algumas vezes, muito antes do caos atual se instalar.

Na época ouvi de um prefeito que eu vivia abraçado a números e não conhecia a cidade.

Isto foi quando identifiquei nas estatísticas oficiais do Detran que, mesmo com os capixabas, mostrava que o número de veículos licenciados, crescia na razão de 5 mil a cada ano, bem antes de superarmos os 100 mil veículos, em nosso município. Nada ou pouco foi feito. O transporte público avançou pouco. A solução do transporte individual é limitado em qualquer lugar independente do tamanho das cidades, se planície ou morros. Estamos no limite e nossos gestores o que fazem de menos é pensar e se aprofundar na busca de boas e viáveis políticas públicas. A próxima eleição é sempre o tema predominante.

Reconheço que parte deste problema do transporte coletivo é também nacional. Soluções e estratégias para viabilizar a montagem de fábricas e instalações para estas soluções deveriam ser ajudadas pelo governo federal. Sem empresas instaladas no Brasil e estruturadas para baixar os custos de uma implantação desta fica quase que inviável para os municípios.

Em nosso estado, o município de Friburgo (antes da tragédia) e Macaé pensaram, planejaram e agiram para implantar projetos deste tipo. É demorado porque exigem negociações, desapropriações, complicadas licitações e as empresas que participam já têm encomendas para mais de uma década e, aí, nossos gestores não querem, porque seus mandatos são menores que isto e não querem passar para seus sucessores soluções como estas. Aliás, ninguém teria a garantia de continuidade se houvesse mudança do grupo político no comando do município. O custo pode ser caro, mas é mais barato do que ficar dando quase R$ 50 milhões de subsídios por ano aos empresários de ônibus que no final ficarão com quase a mesma frota que tinham antes porque o tempo passa (queiram ou não o(a)s gestore(a)s).

14 comentários:

Anônimo disse...

O link no post nos remete a uma matéria onde entre outras informações vemos que a Cidade de Nova Friburgo fez um orçamento para esse modelo de transporte ao custo de mais ou menos 315 milhoes, valor não muito distante da soma de orçamentos de algumas obras em Campos que no mínimo, são discutíveis. Provavelmente se este orçamento fosse feito para nossa cidade, giraria em torno de uns 800 milhoes (rs...). Tudo na cidade de Campos, por algum mistério, sempre custa mais caro.

Anônimo disse...

Algumas cidades brasileiras já estão pensando nestas soluções com todo o custo que isto envolve. Não só os custos financeiros, mas políticos, sociais, ambientais etc. Quem sabe o shEIKE, que esta entrando em tudo, não queira participar de um empreendimento destes?

Anônimo disse...

Parabéns ao Dr. Carlos Bacelar por trazer o debate.
Em Wuppertal é um sucesso centenário, mas aqui seria assim: Não se poderia construir seu percurso sobre a beira-valão, não só pela pressão ambientalista como pelos autores daquela magnífica obra. Seria uma pena estragar tão bela paisagem. Engraçado que sobre o rio Wupper, pôde ser feito.
A 1001 ia querer operar o transporte com exclusividade...
A ImbeG exigiria vencer a licitação e construir a macroestrutura.
O Superbom ia querer uma estação bem em frente a uma de suas lojas que teria uma passarela para desembocar o indivíduo de frente para suas gôndolas.
A população reclamaria que o parque Santa Rosa não terá o trenzinho...
Todos os políticos iam querer ser o pai da idéia: Arnaldo diria que viu primeiro pois alem de ter morado na Alemanha, colocou um troço semelhante em seu programa de governo. Cabral afirmaria convicto que o transporte sobre trilhos é idéia dele e pronto. Garotinho diria que é dele a paternidade pois um membro de sua família já falou sobre isso e seu clã pretende governar a cidade por mais 20 anos. Logo, ele inaugurará o sistema. Talvez leve o nome de Jacyr Barbeto ou do senhor seu pai que tambem era ligado a Rede Ferroviária Federal. Tudo a ver!
Os custos seriam equivalentes ao trem de Wuppertal dando a volta ao mundo três vezes e o preço da passagem, claro, custaria um Marco Alemão!!!

Anônimo disse...

Moramos numa cidade plana, excelente para criação de vias de acesso mais rápido, mas vimos diariamente que o governo atual não tem competência nem para ativar uma ponte que já está construída há cerca de quatro anos.
Alguém ainda espera alguma coisa desse governo?

Como alento, pude constatar que estão asfaltando ruas que eram de paralelepípedo e muito esburacadas, lá no bairro pecuária. Ano eleitoral faz milagre...

Anônimo disse...

se vc aqui iria cair na cabeça dos outros esse trem aereo ai

Anônimo disse...

Uma cidade com o orçamento que possui deveria garantir aos citadinos um transporte público coletivo de qualidade. O que se vê numa cidade sem planejamento, desordenada e com ruas despadronizadas é a ausência de técnicos competentes do grupo governista para se planejar e gerir uma cidade de porte médio em franca expansão. Absurdamente no lugar de ciclovias ao longo das principais vias, o que se vê são faixas de estacionamento para carros particulares. Lamentável!

Anônimo disse...

Se em Friburgo, tal empreendimento foi orçado em 315 MILHÕES DE REAIS, aqui em Campos, não sairia por menos de 900 MILHÕES DE REAIS. A prática é essa, e acabou.

George Gomes Coutinho disse...

Caro Roberto,

Em verdade ando pensando o ocorrido de hoje projetando no médio prazo.

Simplesmente a conclusão é direcionada para as piores projeções. Campos não está preparada, de forma alguma, a vivenciar construtivamente uma explosão demográfica em larga escala. Não há inteligência administrativa no poder local e tampouco a busca por elaborar medidas mitigadoras para o boom econômico que se avizinha. O acidente ocorrido hoje no centro deu uma prova cabal da ausência de capacidade de gerir contingências... Campos, mesmo hoje, detém um fluxo de capitais e pessoas onde não pode dar-se ao luxo de permitir uma bananosa no trânsito como vimos hoje...

Sobre as oposições, bem, poucas são as vozes que fazem uma crítica estrutural.. que poderia levar a proposições de modificações também estruturais.

O que imagino é a cidade expulsando boa parte da sua massa crítica em virtude desta justamente compreender que o atual estado de coisas não é "natural". Em verdade é derivado de opções históricas e políticas.... As quais, de forma pessimista, não vejo grandes soluções no momento.

Resumidamente: os "bons" incomodados irão se mudar. Como tem se mudado há décadas.

Abçs

George

Anônimo disse...

Triste assitir uma cidade de bilhões perder oportunidades factíveis de melhora de qualidade de vida de sua população por conta do anacronismo político.
Por conta de demagogos baratos sem a menor inclinação democrática e em busca de um poder medíocre e delirante .

Anônimo disse...

Lendo os comentários, concordo com o despreparo mas não discuto a qualidade da governança pública na planície. É ruim e sempre será, pois reflete a nossa própria condição como sociedade. Nossa prática cotidiana prestigia o modelo medíocre que temos instalado. Somos nós mesmos que neglicenciamos e desrespeitamos as Leis, todos os dias... Aqui, se anda quando o sinal fecha e ficamos parados quando a luz está verde!

Josélia de Goitacazes disse...

Particularmente, sou contra a opção postada pelo nobre colaborador. Para nossa região seria algo mirabolante, com custo astronomico, ainda em se tratando da prefeitura de Campos, onde tudo fica bem acima dos preços praticados em outras prefeituras e sempre há um desculpa esfarrapada para tal.

Apesar de criticas já postadas, sobre o VLT (metro de supserficie), pesnso que tal modelo seria o ideal para nosso município, pois tomando por base os custos do VLT de Macaé, quando um trecho de 10 Kilometros está custando entre 25 e 50 MILHÕES DE REAIS, entre desapropriações e todo serviço de infra-estrutura, tal sistema se encaixa melhor no perfil de Campos.

CARLOS RIBEIRO disse...

Campos, é 4 vezes maior que todo município do Rio de Janeiro, Campos é demasiadamante grande; Parodoxalmente(contrariamente), o seu Centro comercial, é extremamente pequeno, essa desproporção entre o tamanho do município e o Centro, está causando desconforto e problemas tais como o apresentado pelo leitor.

Logo, percebe que Campos, já deveria ter possiblitado emancipações para algumas regiões. Aqui deveriamos ter pelo menos mais um município.

Intencionalmente, e visando manter um clã, "TUDO", só é, ofertado, em sua plenitude, exclusivamente no PEQUENO CENTRO DO MUNICÍPIO. Para se ter um ideia,A população total de Campos, é de 460 MIL HABITANTES, Guarus, tem mais de 250 MIL habitantes,mais da metade da população de Campos. A Baixada Campista, tem aproximadamente 80 MIL HABITANTES.

Entretanto, numa postura arrogante e centralizadora dos governantes(prefeita(os)), a população dessas regiões, tem que buscar TUDO( boas escolas,faculdades, bons empregos, teatro,shopping,bancos, cinemas, hospitais, serviços públicos,segurança pública, clinicas medicas, lazer,etc), tem que buscar tudo nesse pequeno Centro de Campos. Enfim daí o caos no transito, pois todos tem que vir ao Centro para resolver algum tipo de necesidade. E os governantes nada fazem para melhorar esse quadro.

Os governantes querem o município "unido",mas para isso forçam a Centralização de serviços essesnciais, obrigando toda população, a vir até o Centro do município, para solucionar seus problemas, que poderiam ser resolvidos nos bairros onde residem, caso disposissem dos serviços báscos e essesnciais, citados anteriormente.

Anônimo disse...

A Bombardier, empresa canadense conhecida concorrente da Embraer começa a fabricar monotrilhos no Brasil, em Hortolândia (SP) viabilizados por um contrato de R$ 2,1 bilhões com São Paulo. Segundo a Istoé Dinheiro serão 23,8 Km de linha. "Por ele, devem circular 54 trens com capacidadepara transportar 48 mil passageiros por hora, nos dois sentidos."
Um projeto semelhante, com menos trens, poderia custar algo em torno de 500 milhões e seria um excelente investimento na cidade em 5 ou 10 anos. O grupo Garotinho que pretende governar ad eternum poderia trabalhar um pouco pela cidade. Trabalhar de verdade e negociar um projeto deste.
Ver matéria em
http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/35449_O+AEROTREM+DA+BOMBARDIER
Hortolândia é perto e a Bombardier já está em contato com outras cidades do Brasil. Porque não podemos

Anônimo disse...

Vi gente reclamando de que tudo em Campos é no Centro e não há nada em Guarus ou na Baixada. Mas isso é característico de todas as cidades mais antigas. O que você consegue de bons serviços no Rio de Janeiro fora do Centro/Zona Sul/Barra? Não foram os prefeitos dos últimos 10, 20, 30 anos que fizeram isso!
Uma solução "bem" mais barata e eficaz que esse tal de aerotrem proposto seria o VLT aproveitando a antiga malha ferroviária que está sob a responsabilidade da FCA hoje. Assim como a BR 101 vai ser desviada do Centro por Martins Lage, a ferrovia também poderia ser, paralelamente a BR. Um novo pátio de manobras poderia ser construído nas terras da usina São João para substituir a estação da Leopoldina, que por sua vez poderia ser uma grande estação central do sistema de VLT interligando também, por meio de uma grande praça, o Parque Rodoviário ao São Caetano, que hoje são separados pelos muros da estação. É um local estratégico, próximo à Pelinca, ao Parque Rodoviário e não tão longe do Centro. Teríamos uma linha que poderia cortar de Travessão à Ururaí (ou menos otimista do Aeroporto ao shopping estrada), passaria ao lado do shopping Boulevard, dos futuros hotéis e condomínios dali, além de passar nos fundos do shopping estrada e na entrada para o aeroporto no Parque Aeroporto. Vindo de Guarus, na descida da ponte de ferro passaria ao lado do futuro novo campus da UFF, na 15 de novembro, e bem próximo do fórum.

Outra solução ainda mais barata seria a instalação de barcas no Rio Paraíba. O transporte fluvial é talvez o mais barato e o menos utilizado em nosso país. Não precisa de trilhos e nem rodovias. Só o barco e as estações.
Poderíamos ter pelos menos uma interligação do trevo do CEPOP à Pecuária. Uma estação poderia se localizar no próprio trevo do CEPOP, onde poderia existir um bom ponto de ônibus para quem for tomar ônibus para São João da Barra/Grussaí/Açu/Porto.
Outra estação poderia se localizar nos fundos da UENF para os alunos da Universidade e moradores do matadouro. Talvez outra no Parque Prazeres, na margem esquerda do Rio. Ainda daquele lado poderia ter uma na cabeceira da ponte Barcelos Martins, em frente ao Sesc. Outra estação poderia ser no centro, no cais da Lapa (talvez a principal). Mais uma estação poderia ser nos fundos da águas do Paraíba, entre as duas pontes ali do Cajú. E, por fim, uma na fundação rural.
Imagina um morador da Pecuária hoje que trabalhe no porto do Açu ou mesmo em Grussaí. Em 15, 20 minutos estaria ali na curva. Hoje, 15-20 minutos é apenas o tempo esperando o ônibus da Tamandaré no ponto na Pecuária.
Sem pretensões, acho que está proposta também poderia iniciar uma discussão no blog como a do aerotrem lá.

Nilcimar Souza