quinta-feira, maio 21, 2009

Cidade, referências e respeito

Nem sempre considero boas as referências da colunista do Segundo Caderno de O Globo, Cora Rónai. Porém, ela hoje em sua coluna relata depoimentos de leitores que fizeram comentários sobre artigo anterior em defesa das calçadas construídas em pedras portuguesas na cidade do Rio de Janeiro. Entre estes há um depoimento de Matilde Penna sobre cidades que merece o registro do blog: “Cidade nenhuma sobrevive sem charme, sem referências antigas, sem tataranetos pisarem o mesmo chão que tataravôs pisaram. Sem referências, cidades não são cidades são depósitos de gente, e gente que sem referências perde o respeito pelo bem público e junto perde o respeito pelo conterrâneo. Sem a História e o vivenciar local dela, é tudo uma invasão, não uma cidade”. Estas observações servem para a gente se perguntar que lugar é este que estamos co-habitando? Para onde vamos? Que referências temos ou deveríamos ter? Respeito para quem e por quê? Cidade deveria ser sinônimo de convívio e de espaço para o diálogo das divergências. Enfim que cidade temos e qual desejaríamos e como fazer para chegar lá? Taí leitor(a) mais uma provocação do blog! Atualizado às 23:10 de 22 de maio de 2009 com o resgate do comentário abaixo do filósofo e professor Gustavo Carvalho: "Oi Roberto, acho que você tocou num aspecto especial da baixa auto-estima do Campista. Fico lembrando do orgulho provinciano e benigno cultivado pelo meu avô Waldir Carvalho, que pesar ele teria hoje em dia em sua cidade querida. A nossa cidade é acima de tudo um lugar extremamente degrado em termos de espaços de sociabilidade e diversidade cultural. Como todos sabem, os critérios usados para estabelecer o índice de desenvolvimento humano (IDH)são: renda, escolaridade e longevidade. Acho que outros parâmetros deveriam ser usados: números de praças/áreas de lazer; pluralidade de manifestações culturais autônomas; o número de jornais independentes; creches de qualidade para o povão (sem populismo); salários dignos para professores; o número de livrarias e bibliotecas; o número de cinemas; etc. Mas acima de tudo uma elite econômica e política com o mínimo de responsabilidade e solidariedade".

3 comentários:

Prof. Diác. Kauê de Souza Martins disse...

Ofereço ao presente blog o Prêmio Blog Dorado.
Para pegar a logo da rede e postar nesse blog, no meu é fácil encontrar as regras e a logo. Parabéns e Felicidades,
Prof. Kauê Martins.

Gustavo Carvalho disse...

Oi Roberto, acho que você tocou num aspecto especial da baixa auto-estima do Campista. Fico lembrando do orgulho provinciano e benigno cultivado pelo meu avô Waldir Carvalho, que pesar ele teria hoje em dia em sua cidade querida. A nossa cidade é acima de tudo um lugar extremamente degrado em termos de espaços de sociabilidade e diversidade cultural. Como todos sabem, os critérios usados para estabelecer o índice de desenvolvimento humano (IDH)são: renda, escolaridade e longevidade. Acho que outros parâmetros deveriam ser usados: números de praças/áreas de lazer; pluralidade de manifestações culturais autônomas; o número de jornais independentes; creches de qualidade para o povão (sem populismo); salários dignos para professores; o número de livrarias e bibliotecas; o número de cinemas; etc. Mas acima de tudo uma elite econômica e política com o mínimo de responsabilidade e solidariedade.

Luciana soares Marques disse...

Parabéns Gustavo Carvalho, por tudo o que vc escreveu, eu concordo ...