sábado, maio 29, 2010

A falta de argumentos sobre o uso da mídia e a mistura do público com o privado na defesa de Rosinha e Garotinho

O objeto da cassação e da suspensão dos direitos políticos da Rosinha e do Garotinho não foram tratados nas matérias, inclusive da Secretaria de Comunicação da própria PMCG. Todas as explicações são sobre detalhes da legislação que tornariam a punição injustificável, mesmo com o que a lei interpretaria como "abuso de poder econômico" pelo uso de veículo de comunicação social indevidamente para proveito eleitoral. Sobre o assunto, o procurador Francisco de Assis alegou duas questões diferentes do objeto principal, usando o que poderíamos chamar des "brechas da lei": 1) "A ação já teve o prazo expirado e o processo já deveria ter sido extinto, levando-se em consideração que no ano passado foi aprovada legislação – Artigo 97 da Legislação Eleitoral – que estipulou prazo para trâmite de todo processo eleitoral em um ano." 2) "As ações desta natureza (por suposta influência no resultado no pleito por causa de programa de rádio) deveria ser impetrada na Justiça Eleitoral por candidato, partido ou coligação ou Ministério Público Eleitoral. No caso, a ação foi impetrada por Arnaldo Vianna que, juridicamente, não foi considerado candidato, porque não teve registro de candidatura, conforme decisão transitada em julgado". Não, há nada de errado, na escolha da estratégia da defesa da prefeita, sob o ponto de vista legal, mas sob o ponto de vista político, a situação muda. Ao não falar nada, nas justificativas atuais, sobre o uso da mídia a seu favor, durante o período eleitoral, Rosinha e/Garotinho, permitem que concluamos, que as suas chances de defesa estão calçadas nas "brechas da lei" e não no objeto principal da acusação. Salvo melho juízo do blogueiro, que como seus leitores habituais sabem, não é advogado, há um outro detalhe que não deveria ser esquecido, e, que talvez, não seja, tão supérfluo assim. Trata-se da constação que o Procurador Geral do Município, Francisco de Assis Pessanha Filho, como tal, pode falar e defender (veja aqui a matéria da sua entrevista coleitiva no portal da PMCG) sobre a situação institucional da prefeita, mas não sobre o processo, que, por ser eleitoral, só deveria ser tratado, pela prefeita, ou ainda, por seus advogados particulares, ou como alternativa, pelos advogados de seu partido, e nunca, através do procurador geral da Prefeitura, que é funcionário do poder público para a defesa da prefeitura, ou sobre os atos da prefeita como gestora, e nunca, e em nenhuma hipótese como candidata em disputa eleitoral. Mais complicado ainda é quando ele, nesta condição, se permite fazer interpretações técnico-políticas que evidenciam a mistura de sua participação no caso, por exemplo, ao dizer, nesta mesma entrevista coletiva: "a audiência teve conotação política, tendo em vista que o chefe de gabinete da secretaria estadual de governo, Eduardo Damian, era o primeiro da fila, apesar da audiência ter sido fechada". De toda a forma, o blog deixa para seus leitores, a análise das questões aqui levantadas, que talvez possa exprimir com estas novas provas, a mistura daquilo que é público com o que é privado, até reforçando, se for este o entendimento, a principal argumentação dos autores da ação a qual responde a prefeita e o ex-governador.

23 comentários:

Anônimo disse...

DOUGLAS DA MATA DISSE TUDO:seu mandato acabou.


Na verdade, pouco importa se os resultados das decisões do TRE ou TSE possam colocar um termo no mandato da prefeita eleita em 2008, assim como cassar um de nossos representantes no Congresso.

A questão principal antecede. É entendermos como chegamos a esse ponto.Caso se confirmem, serão seis, eu disse 06 eleições em quatro(04)anos.

Que tipo de sociedade é essa que convive com tal ambiente caótico, sem que acorde para emergir da lama que a soterra?

Ora, todos sabemos que somos vítimas e cúmplices desse processo, mas eu pergunto: Não haverá, nos moldes de alguns momentos mais importantes da História de outros lugares, uma vanguarda que nos guie para fora desse atoleiro?

Não, não há, e a mesma História nos mostra que os movimentos de vanguarda tendem ao fracasso, e traem seus propósitos fundamentais.

A resposta é política, e está em nossas mãos, embora sempre pareça que ela escorra entre nossos dedos.Mas preferimos jantar nossos próprios restos mortais, cercados pelos abutres de mídia, com a gargalhada das hienas do poder como música incidental.

Um banquete de podridão antropofágica.Não importa se a prefeita vai ou não ser mantida no cargo, como já disse.Seu mandato acabou. Esse modelo acabou, e não há repaginação de marketing que dê jeito.

Não adianta cirurgia plástica para cessar a metástase do carcinoma.Como está, a administração e suas "obras" parecem uma dona de casa atônita, que acende todas as luzes, liga o fogão sem que haja panelas para cozer algo, aumenta o som da TV e do CD player, liga a irrigação do jardim, enquanto faz obras em todos os cômodos, e tenta limpar a poeira com um pano seco, com o ferro elétrico ligado por três horas para passar uma camiseta, enquanto a lavadora de roupas é acionada para lavar um par de meias, e por fim, abre todas as torneiras.

É chegada a hora de romper todo nosso imobilismo, superar diferenças, e juntar em uma frente ampla gente do calibre de:Sérgio Diniz, Andral Tavares, Roberto Moraes, Luciano D'Ângelo, Odisséia Carvalho, Odete Rocha, Rogério Matoso, Antonio Carlos Rangel, Adão Faria, Adilson Sarmet, Hugo Diniz, Fabiano Rangel, Zé Maria Rangel, Gustavo Lopes, Gustavo Carvalho, Fábio Siqueira, Renato Barreto, Brand Arenari, Roberto Torres, George Gomes Coutinho, Fabrício Maciel, Garciete Santana, Erick Schunk, Marcos Pedlowisk, José Hamilton, Rossana Florêncio, Aurélio, Cléber Tinoco, Zé Luiz Vianna, Artur Gomes, Jane Nunes, Sérgio Cardoso Moreira, Rose David, Professora Luciana, Vitor Menezes, Gervásio Neto, Gustavo Rangel, Cláudio Kezen, Celso Vaz, Cláudio Andrade, Maxsuel Barros Monteiro, Herval Junior, Davi do MST, Aristides Soffiati, Gustavo Soffiati, Félix Manhães, Joca Muylaert, e tantos outros, muitos outros.

Aceitamos até aqueles que renunciem às práticas que contribuíram para nosso sofrimento.

Que a Imperatrix faça o "gesto simbólico" e devolva os 1.8 milhão da "fantasia". Que outros vereadores, deputados estaduais decidam parar de tentar agradar deus e o diabo, e venham se juntar aos esforços dos homens e mulheres de boa vontade.

Não há futuro para nós, se mantivermos as coisas como estão.É hora de parar, refletir e agir.É essa História que esses homens públicos querem legar aos seus descendentes e sua biografia?Esse é o momento de ruptura que exige medidas de exceção.

Livremo-nos de nossas diferenças e sigamos pelo que nos une.Há tempos de cinismo, e há tempos para ingenuidade

DO BLOG PLANICIE LAMACENTA

Jornalista_cassado disse...

Acredito q em defesa de seu post, leremos que o Sr. Francisco falou em nome da prefeita que estava operada; vão dizer que, pelo fato destes argumentos serem válidos, não caberia "perder tempo" explicando outros argumentos... enfim, fumaça pra tapar onde sai fogo.

Gozado é que a prefeita "sai de cena" numa operaçao, e seu vice, Dr. Chicão (que deveria crescer tão qual seu apelido numa hora dessas, uma vez que tbm 'estaria cassado') nem se ouve falar.

É absurdo que se faça tamanho controle sobre a televisão e suas propagandas (vá lá que sao só 6 emissoras grandes e todo mundo pode ver e ouvir de casa pra fiscalizar) e nenhum sobre radio e jornal. Soube, há muito tempo atrás, que tentariam mudar a lei eleitoral, dando as mesmas aplicações da tv (todo candidato tendo o mesmo tempo e espaço de divulgaçao) para os outros meios de comunicaçao. Mas são tantas radios e jornais (chinfrins inclusive) que deveriam ser vistos e lidos, que um caso desses (que ja "perdeu o prazo" como alegam só por conta de UM jornal e UMA radio) acabaria sendo julgado em 2014. SE FOSSE.

Cassaram Campista (e ele foi o unico que ate hoje nao voltou pro cargo "nem a pau"); cassaram Mocaiber, registro de Arnaldo e agora, teoricamente, Rosinha. Se a gente nao consegue nem ter prefeito, vai ter progresso como?

Salvem-se. Enquanto puder.

Anônimo disse...

Não falta mais nada acontecer em Campos. E nos que pensamos que MOCAIBER, era o fundo poço, agora descobrimos que o poço é muito mais fundo.SOCORRO!!! Para o mundo que eu quero descer.

Anônimo disse...

Sérgio Diniz e Andral Tavares? Daqui a pouco você chama a direita da UDR também...

Renan Lubanco Assis disse...

Boa tarde!
Sinceramente! Infelismente nós campistas já naturalizamos tal situação. O que a justiça 'soube agora' já é de nosso conhecimento a anos. Sempre estivemos diante do que Habermas chama de intervenções externas na 'esfera pública abstrata', ou seja, aparelhos midiáticos controlado por grupos específicos, o que fere a 'opinião pública' que deixa de servir como pressão para com os governntes, para agir em favor aos interesses dos mesmos.

Isso é parte ainda de um 'etado patrimonianista' onde a distinção entre o público e o privado é tênue.

A sociedade campista, como resposta ao controle dos aparelhos midiáticos, deveria fazer simplesmente um boicote a estes meios. Um jornal sem leitores e um rádio sem ouvintes, não se sustentaream por sí mesmos.

Mas com todos esses males, ainda temos um recurso potente, que faz com que a 'opinião pública' transite livremente: A "Blogosfera". Caminho livre para expressão cultural e insatisfações.

Por fim, deixo um recado os conterrâneos: "A partir do momento em que acontece uma mobilização, as estruturas sobre as quais se apóia a autoridade de um público que toma posição comecem a vibrar. As relações de forças entre a sociedade civil e o sistema político podem sofrer modificações". (HABERMAS 1997: 113)

Paulão de Goitacazes disse...

Não podemos deixar que o ódio nos cegue e que a hira envenene as nossas mentes, temos a capacidade de discernir, é óbvio que alguns meios de informação tentam distorcer os fatos, mas nós trabalhadores sabemos aquilo que vem nos favorecer no nosso dia a dia, portanto toda as políticas sociais ela sempre será bem-vinda, pois sabemos perfeitamente o quanto nos custa os gastos diários com passagem, aluguel e alimentação...ser intelectual com a vida equilibra é muito fácil vai viver como assalariado a fome devora qualquer intelecto...portanto sempre etarei apoiando a nossa Prefeita Rosinha Garotinho.Paulão de Goitacazes.

Jornalista_cassado disse...

Paulo de Goytacazes, é por isso que políticos assim conseguem se perpertuar nos seus postos: se o salario minimo sempre for essa miseria, eles substituirao a diferença por programas sociais que compram seu apoio e fazem o que querem com resto.

"Pao e circo" ao povo e o resto ta garantido. Fica esperto que nao é so pq vc paga menos na passagem e ganha um pouco melhor com programetes sociais eleitórios que o governo torna-se util, bom e, principalmente, honesto.

Anônimo disse...

Grande burgesia podre de campos.
é muita "m...." junta num só pacote.....

Anônimo disse...

JUNTO-ME À VOZ DO DOUGLAS DA MATA:

CHEGOU A HORA DE NOVA CONJUGAÇÃO DE FORÇAS para EXTIRPAR o modelo FALIDO que, INSANDECIDAMENTE não quer aceitar que
A LUZ APAGOU,
AS CORTINAS SE FECHARAM E O PÚBLICO JÁ SE FOI.
NÃO TEM CREDIBILIDADE,NÃO TEM COERENCIA ,NÃO TEM AMIGOS.
Não adianta morder os tapetes ou se esconder nos porões.

SAINDO OU NÃO,A-C-A-B-O-U!

Anônimo disse...

Em outra situação, esses que hoje criticam o candidato Garotinho, estariam defendendo a "Liberdade de Imprensa"

Anônimo disse...

Douglas,
Junta vc essa, que vc diz ser, "frente ampla", e lance um candidato nas próximas eleições.
Ficar de blá blá e perder todas é a sina do PT em Campos.

Anônimo disse...

Caraca!!! Garotinho disse que ele colocou 22 homens de preto com óculos escuros para se passarem por policiais federais. E me lembro de ter visto pelo menos dois deles aqui na Penha na hora que fui votar. O cara se entregou.

Anônimo disse...

Agora descobrimos como ele sabia da operação "telhado de vidro" antes de acontecer e divulgou em seu blog. Assim é fácil ter exclusividade nas notícias, com policiais federais da inteligência cantando a letra é mole.

Anônimo disse...

Espero que a corregedoria da Polícia Federal faça logo uma perícia nesse audio. Porque, no áudio, Garotinho acabou com a moral da Policia Federal; acabou.

Anônimo disse...

Dos homens de preto que não se lembra? acho que ele se entregou, na época que isto aconteceu, teve um desses homens de preto que foi preso pela federal, porem ele não abriu o "bico" de quem o havia contratado.

Anônimo disse...

Não estou entendendo para que o ato público a favor de rosinha. Depois de tudo que Garotinho disse, ele saiu definitivamente da condição de vítima. Mostrou como torra o nosso dinheiro. E esse ato será pago por quem?

Anônimo disse...

O pioneirismo de Garotinho..

Lei Ficha limpa!

Relator, na Câmara, do projeto apelidado de "Ficha Limpa", o deputado federal Antonio Índio da Costa (DEM-RJ) chegou a dizer que o casal Garotinho seriam os primeiros políticos conhecidos a serem punidos pela lei, aprovada na semana passada pelo Senado, pois, como ela determina, já foram condenados por um órgão colegiado (com mais de um juiz).

No entanto, a lei só começa a valer quando for sancionada - o que ainda não aconteceu.

Anônimo disse...

ESCREVA ISSO NO GOOGLE:

É, por enquanto, obscura a razão pela qual Garotinho aparece na foto ao lado saindo do avião Cessna Citation III, prefixo PT-LVF, para um evento de campanha em Curitiba, no dia 9 de março.

Paulão de Goitacazes disse...

Meu nobre jornalista entendo perfeitamente as suas idéias...mas a realidade é nua e crua,portanto só vamos mudar a partir do momento em toda sociedade se despir de e qual quer vaidade e ir a luta, mas enquanto isto não acontece os trabalhadores e excluídos desse país vão ficar a mercê da sorte.

douglas da mata disse...

Caro Comentarista das 09:24,

Você tem todo o direito de achar erradas as minhas opiniões, mas lembre-se: são opiniões e merecem respeito.

Vamos ao debate:

Não reduzo a minha vida e meu entendimento das conjunturas a partidos , e ou eleições e votos, ou ainda, a perder e ganhar. Todos esses elementos são importantes, mas não indispensáveis, pois veja que se "perco" todas, e a situação encontra-se desse jeito, posso, sem arrogância dizer: nem sempre bom senso rima com senso comum, onde você se encontra.

As minhas contribuições não necessitam ter tamanho menor nem maior do que verdadeiramente têm. Na verdade, quem dá peso maior a elas é a consciência pesada de vocês.

Se você me disser que acredita que isso tudo faz parte da normalidade, tudo bem, eu aceito, e sou capaz até de acreditar em sua boa fé, caso contrário, inverto sua proposta: saiam vocês de cena, porque até agora só trouxeram desgraça e vergonha.

Ao Paulo de Goytacazes,

Esse processo de vitimização chula, do tipo somos pobres e sofredores e votamos com a barriga, e os "intelectuais" de barriga cheia não nos entendem não cola, meu amigo.

Sou servidor público, ganho menos de 5 salários mínimos por mês, pago TODOS meus impostos, e não dependo de favores.

Tenho só o segundo grau e tento com muito suor terminar uma faculdade.

Mas ainda assim, mesmo fazendo parte da chamada classe média C, não refuto o conhecimento dos intelectuais, ao contrário, aprendo com eles.

E posso dizer que esse discurso paternalóide-populista não deveria ter mais espaço. Olha onde chegamos. Se você está satisfeito, parabéns.

Mas não transfira a responsabilidade dos erros a quem não tinha o poder de decidir: São 20 anos de atraso em nome do povo. Povo? Ouça a gravação do seu "chefe", e veja como ele é hoje "um intelectual refinado" na arte de enganar e iludir.

Um abraço Roberto e demais leitores.

Jornalista disse...

Paulao, seu comentario agora complementa realmente o que quis dizer. Parabens pela sobriedade desta vez, rara em algumas peças que se expressam puramente pela "emoçao que vem do bolso".

Anônimo disse...

Até quando Campos vai aparecer na mídia só por causa dos políticoa corruptos?
Está na hora do povo se mobilizar e EXIGIR uma cidade limpa em todos os sentidos!

Anônimo disse...

A defesa não está se calcando nas brechas da lei puro e simplesmente. Só que num processo primeiro discute-se as formalidades, digo os requisitos e pressupostos da ação, pois ela pode morrer ali mesmo por ausência de alguma forma legal e acaba por muitas vezes nem discutindo o mérito da ação que é a parte material do processo.

Um advogado.