sexta-feira, abril 15, 2016

Quem se legitimará socialmente neste processo? Os gabinetes da plutocracia ou as ruas e praças da democracia?

O blogueiro ao longo do dia postou três breves textos em seu perfil do Facebook, sobre a disputa política que se vive na atual conjuntura política em nosso Brasil.

Agora resolvi trazer estas reflexões/posições aqui também para o espaço do blog. Abaixo eles serão postados na ordem em que foram publicado no Facebook. O primeiro no final desta manhã. O segundo à tarde. E o terceiro, agora, no início da noite:

1) Quem apoia golpe, em qualquer tempo ou espaço, é golpista.

Não há como fugir desta pecha. Poderá se arrepender, mas não desmanchar o que foi feito.

O endinheiramento da política em direção ao poder vem trocando a democracia pela plutocracia, da força econômica, interferindo e decidindo no lugar da população.

Reforçar este viés com movimento liderado por Cunha, Temer e a Globo é golpe a ser rechaçado com todas as nossas forças.

O Brasil seguirá adiante.


2) A mídia internacional segue afirmando o absurdo do impeachment contra a presidenta Dilma. As últimas foram as capas do jornal americano The New York Times e do inglês The Guardian.

Agora no site do jornal espanhol El País no meio da matéria ele repete o que estes outros dois jornais já veem falando. Vou pegar apenas uma parte do texto e mesmo sem tradução é fácil entender:

“...los pecados de Rousseff parecen proporcionalmente pequeños ante un Congreso atestado de diputados investigados por corrupción –y asustado con el caso Petrobras– que en el último año se ha especializado, además, en aprobar aumentos de gastos populistas. Rousseff no está implicada en ningún caso de corrupción. Nadie la ha acusado hasta ahora de haberse llevado un solo real a su casa. La paradoja ha sumergido a los brasileños en una exaltada discusión sobre la naturaleza del impeachment, mezcla de juicio jurídico y voto de desconfianza parlamentaria...”

Os golpistas entraram por um caminho sem volta. Acreditam que se sustentam com a mídia comercial que os lidera como se partido fosse. Têm no mínimo a grande desconfiança da base maior da pirâmide social brasileira. E o rechaço da mídia internacional que enxergam e verbalizam a trama midiático-jurídico-parlamentar.

Se ainda assim alcançarem o golpe terão imensas dificuldades para propor alguma "concertação político-econômica-social". Ainda mais propondo a "Ponte para o Inferno" com cortes de programas sociais, reforma radical da previdência, redução dos reajustes do salário mínimo, privatizações, etc.

A disputa assim sai das coalizões administrativas e tende a radicalizar a democracia, com a intensificação dos conflitos em busca de uma nova hegemonia entre a defesa da orientação do voto popular e os golpes de gabinete. O outro lado, é a supressão do Estado Democrático e de Direito e o Estado de Exceção.

Quem se legitimará socialmente neste processo? Os gabinetes da plutocracia ou as ruas e praças da democracia?


3) Alguns avaliam o quadro político atual, caso o golpe se efetive, como pior do que de 64. É possível, mesmo que tendamos sempre a valorizar mais o presente, pela ansiedade de quem está vivendo a crise em curso.

Porém, o quadro institucional brasileiro ao contrário do que imaginávamos parece manter sua instabilidade e controle das elites econômicas que financiam e comandam o poder político.

O jornalista César Felício, hoje, em sua coluna no Valor, lembra que desde 1891, portanto em 125 anos, o Brasil teve 24 presidentes e destes, caso haja o golpe, Temer se tornaria, o 8º vice-presidente a comandar nosso país.

Felício lembra ainda que, (com esta nova tentativa de golpe, contra o qual ainda se luta - observação minha), faria com que o ex-presidente Lula, passe a ser o único presidente, desde 1926, que recebeu o poder de um antecessor eleito como presidente e o passou a outro, na mesma condição.

Assim, observando a história, sem deixar de lado as questões da atual conjuntura e nem os detalhes das situações anteriores, esta sucessão de casos poderia, ou deveria, nos trazer ainda mais interesse e motivação, para lutar pelo Estado Democrático e Direito e contra o golpe, e desta forma, romper mais um paradigma, dentre tantos que temos ainda pela frente.

Os adversários de hoje são os mesmos de antes, mas sempre se pode reescrever uma nova história, especialmente, quando o objetivo é o de impedir mais um golpe.

Um comentário:

Roberto Moraes disse...

Aguardo os mais ou menos exaltados que querem comentar sobre a nota em nosso perfil do blog no Facebook:

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