segunda-feira, setembro 24, 2018

Barril de petróleo supera US$ 80. Um novo normal?

Nas últimas semanas o preço do barril de petróleo no mercado mundial vinha oscilando em torno dos U$ 75. 

Este valor do barril tipo brendt de US$ 80,64 é o maior valor desde o início da fase de colapso do ciclo de preços do petróleo (ciclo petro-econômico) no final de 2014.

No início de 2016, o barril chegou a US$ 27.

Para os municípios petrorrentistas o aumento é sempre uma boa notícia. Ainda mais com o dólar em R$ 4,15.

As razões desse que pode vir a ser um novo normal de preços são várias. 

Tanto relacionadas ao curto prazo e conflitos regionais e embargo ao Irã, quanto às hipóteses cada vez mais fortalecidas de que hoje já se iniciou e opera uma nova fase de novo ciclo petro-econômico.

Vale relembrar que entre 2010 e 2014 foi a primeira vez na história da humanidade que os preços do barril oscilaram sempre acima dos US$ 100. 

Até cair no final de 2014 com a fase de colapso de preços que seguiu até 2017.

Este patamar entre US$ 80-US$ 85-US$ 90 parece que será um "novo normal" no preço do barril de petróleo.

A não ser graves conflitos mundiais, o déficit atual pode ser rapidamente recuperado mantendo esta faixa em torno dos US$ 80. 

Nessa hipótese, o mais provável seria que lá pela metade da próxima década, se voltasse a ter preços acima dos US$ 100.

Porém, há muitas variáveis em jogo no mercado mundial, onde a Opep agora controla apenas 1/3 da produção mundial, hoje, próximo dos 100 mil barris por dia. 

Junto da Rússia, a Opep se aproxima da metade da produção mundial que hoje tem os EUA na liderança.

No meio de todo esse cenário é de doer relembrar o que o Brasil fez ao entregar ativos a preços de final de feira nestes últimos dois anos. Parte das reservas do pré-sal no campo de Carcará, os gasodutos, etc.

O poder econômico sobre o comando do poder político após o impeachment fez "negócios da China" aqui no Brasil.

Custou, mas a mídia comercial, finalmente, se viu obrigada a reconhecer o que vimos falando desde 2013: o pré-sal é a maior província petrolífera descoberta no mundo na última década. Seis dos dez maiores campos descobertos nesse período estão no litoral brasileiro. 

A Shell, Equinor (ex-Statoil), Esso e fundos financeiros estão rindo de orelha a orelha.

Porém, estas players já se perguntam espantados, como deverá ser o poder político que sairá dar urnas daqui a 13 dias, diante daquele que saiu dos acordos parlamentar-partidário-midiático judicial em 2016.

O Brasil parece querer reagir.

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