sábado, setembro 08, 2018

"As instituições de Estado e da sociedade civil não estão agindo normalmente", por Roberto Romano

"Isso é um resultado da democracia brasileira, que vive em risco permanentemente. Ela não está consolidada. As instituições de Estado e da sociedade civil não estão agindo normalmente...

... Estamos longe de perceber a gravidade da crise política e social brasileira...

... Quando o próprio Jair Bolsonaro, no Acre, usou uma frase no sentido de “metralhar seus adversários”, a Procuradoria-Geral da República não tomou providências. Esse é um ponto. Ela (Raquel Dodge) achou que era um assunto menor e isso mostra o quanto estamos longe de perceber a gravidade da crise social e política brasileira...

... É isso que eu chamo de a perda da soberania... O conceito de soberania permite o uso da autoridade pública, exige a coordenação e a harmonia dos três poderes com o compromisso diante do cidadão...

... as autoridades públicas no Executivo, Legislativo e, principalmente, no Judiciário tenham consciência da gravidade e não ajam como se nada estivesse acontecendo. As instituições brasileiras não estão funcionando normalmente. Dizer que estão é negar a realidade, negar os fatos como assassinatos de políticos e tentativas de assassinato... a história do Brasil desde o governo de Getúlio Vargas. No momento em que se pensa que a situação do País vai caminhar para a normalização..."


Falta a percepção de que a democracia e o respeito à democracia devem estar acima da disputa pelo poder. Desde 2014 os desvios institucionais se instalaram e ainda não há sinais de que serão interrompidos. 

Gente de todos os espectros ideológicos e políticos já gritam pelo problema. Roberto Romano é um desses. Veja aqui a entrevista do filósofo publicada hoje no Estadão

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