domingo, janeiro 25, 2009

A pasteurização e os ovos da granja do futebol

Até aqueles menos ortodoxos e afeitos às novidades e que gostam de futebol, já desconfiaram dos riscos que a alta rotatividade de atletas, sem ligação com clubes - apenas com empresários - podem trazer para o desestímulo do torcedor. Poucos conseguem listar metade dos jogadores de qualquer que seja o clube, assim de cabeça, sem recorrer a uma pesquisa. O vai-e-vem para o exterior de ídolos e outros menos cotados jogadores vai produzir, ou já está produzindo, uma anormalidade em que, a mídia valoriza mais o atleta que o clube. O resultado disso será o afastamento do torcedor, que mesmo gostando de futebol, na sua maioria, julgo que gosta mais da torcida pelo seu time, do que pelo mais idolatrado craque. Não retiro que a novidade da contratação de craques seja algo mais, porém com o clube como razão e não a "personalidade" do atleta, assim, simplesmente. O blog pode estar errado, mas, desconfia que estão colocando em risco – e não é só no Brasil e sim, no futebol mundial – os ovos de uma grande ganja milionária. Ainda assim, viva a volta da disputa do Campeonato Estadual!

5 comentários:

Anônimo disse...

Caro Roberto, concordo contigo e tendo a acreditar (e temer) que o futebol deve se tornar progressivamente mais uma vítima do capitalismo pós-moderno: a culto do espetacular; o fetichismo dos jogadores como mercadorias/celebridades; o controle acionário/empresarial dos clubes. Como sugestão de leitura, divertida e informativa, indico o livro COMO O FUTEBOL EXPLICA O MUNDO!
Abraço
Gustavo Carvalho

Anônimo disse...

Prof. Roberto,

É por essas e por outras que o futebol é para mim, algo totalmente descartável, visto a mercantilização que o mesmo tem sofrido no decorrer dos anos.

Hoje, se for perguntada a escalação de um time, com certeza, teremos dificuldade em responder, pois os mesmos tem sofrido sucessivas alterações com relação ao seu elenco e todo este "mecanismo" tem trazido satisfação somente aos dirigentes e aos empresários do futebol, a cada dia mais mercenário.

O futebol perdeu há tempos o romantismo de seus primórdios, onde o amor ao clube falava mais alto que o amor à conta bancária.

Anônimo disse...

Concordante em Gênero, número e grau, acrescentaria que o pouco ou nenhum profissionalismo, amor nenhum as cores do clube, fazem dos dirigentes, venenos tão ou mais letais ao nosso futebol.
Veja o que fizeram estes tais aos times e estádios de nossa cidade, destruiram as categorias de base, pois a eles só interessam a proximidade com empresários os conchavos e acordos obscuros nos contratos dos jogadores profissionais.
Quando acontece um milagre de um craque feito em casa acontecer é negociado na câmaras escuras e os valores divulgados maquiados.
Temos exemplo recente em Campos na venda de um jogador, numa parceria do Americano, Rio Branco e um grande empresário do Rio.
Merecia investigação da receita Federal. Esta grana se entrasse nos cofres dos clubes, ajudaria na restauração dos mesmos.
Não precisaria por exemplo o Rio Branco vender parte da sede em Guarús para um grupo de lojas de supermercados, não precisaria o Godofredo Cruz ser maquiado pra ter aprovação e liberação do estádio para os jogos do Campeonato e seria preciso um mínimo de vergonha na cara dos dirigentes.


Boleiros

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Concordo plenamente. Realmente os jogadores pensam mais no dinheiro e neles mesmos. Não que eles não devam se valorizar, mas estão menosprezando e desvalorizando os torcedores..


Viva o FOGÃO no Estadual!!!! hehehehe esse ano só vai dar BOTAFOGO...

Anônimo disse...

O futebol é muito mais bonito em comerciais do que dentro das quatro linhas. Até jogadores medíocres são idolatrados. Qualquer pedalada é vista como algo de outro mundo.
Não temos mais no mundo e não só no Brasil craques cerebrais, tabelas. Só vemos muitos gols de escanteio, bola parada.
E mesmo com um espetáculo pobre, os jogadores recebem mais do que há 25 anos atrás, os clubes, somando o fato de sucessivas má administrações (e corruptas é lógico) estão mais deteriorados do que nunca, nas mãos de empresários parasitas que não preparam em nada o atleta apenas para a fama e o glamour.