segunda-feira, maio 21, 2012

"A agonia da indústria canavieira no Rio"

O Valor da última sexta-feira (final de semana) trouxe uma matéria de página inteira, do correspondente, jornalista Chico Santos, sobre a "a longa agonia da indústria canaveiria no Rio".

Com informações sobre o imbróglio jurídico na venda da Usina Sapucaia, a decisão do grupo MPE sobre a Usina de Pureza e sobre a decadência de quase 30 anos, que reduziu o número de usinas e a falta de matéria-prima. Como a reportagem é só para assinates no jornal, o blog foi buscar links das partes da matéria para você ter acesso ao seu conteúdo na íntegra.

Clique aqui e leia mais detalhes o que você já sabe a matéria principal. Dos boxes dos detalhes: sobre a Usina Sapucaia leia aqui. Sobre a Usina Pureza virar escola e museu leia aqui. Sobre a decadência na opinião dos empresários regionais do setor leia aqui.

4 comentários:

douglas da mata disse...

Interessante, caro Roberto, é ver(ouvir e ler)os arautos do liberalismo e da livre inciativa implorando por dinheiro governamental(público)para tocar suas empreitadas.

Sabemos todos que nenhum problema tem uma só causa, e a nossa história nesta atividade é pródiga para explicar tanto fracasso:

01- Incapacidade de modernizar as relações de trabalho e o modo produtivo, mantendo o "arcaismo escravocrata", que por sua vez, degradou por anos a fio a parte mais fraca da cadeia produtiva(a mão-de-obra)que preferiu abandonar o ciclo econômico. Em algumas regiões que se modernizaram, boa parte dos trabalhadores foi incorporada a outros setores, e outra parte permaneceu e incorporou o capital de conhecimento gerado pelo avanço tecnológico, agregando renda e transformando o entorno da atividade industrial, irradiando oportunidades;

02- Vocação atávica ao calote a fornecedores e empregados, o que desestimulou o investimento, tornando a produção cada vez mais cara e ineficiente. Ninguém quer investir em safras que não sabe quando e como irá receber;

03- Baixo investimento em tecnologia;

04- Falta de credibilidade para financiar projetos de longo e médio prazo;

05- O setor não se definiu se atuaria como produtor de energia ou de alimento(há um tratamento estratégico distinto, inclusive por parte dos esforços governamentais);

06- Enorme passivo ambiental que impede que a atividade atraia investimentos externos a partir de uma plataforma de geração de energia bio-sustentável;


Enfim, poderíamos enumerar por horas e horas...

Mas eu destaco uma causa primordial: Nossos empresários são uns idiotas que se acham gênios.


PS: e na democracia, não tem din-din para quem incinera corpo na caldeira.

Anônimo disse...

Como as matérias demonstram a crise e seus detalhes não são de agora. Mas a nossa imprensa de coleira só faz repercutir nas colunas sociais os seus protagonistas. Estudos (aos montes) de órgãos de pesquisas já detectaram as causas do declínio da nossa atividade sucro-alcooleira há muitos anos ( a mais recente - de 2006- http://sistemafaerj.com.br/biblioteca/72-diagnostico-da-cadeia-produtiva-da-cana-de-acucar-) produzida pela Federação da Agricultura, Pecuária e Pesca do Estado do Rio de Janeiro). Neste meio tempo tivemos a prefeita, quando era governadora, lançando pedra fundamental de usina que iria ser construída na nossa região ( http://www.setorialnews.com.br/materia.asp?y=2006211141912). E O Fundecana (http://www.blogdopudim.com.br/?p=1296) distribuindo dinheiro público com que estratégia de retomada da atividade canavieira? Certamente o ex-secretário de agricultura, presidente do Fundecam e presidente da Associação Fluminense dos Plantadores de Cana (Asflucan)- não sei se ele exerceu todos esses cargos ao mesmo tempo- e candidato a vereador nas próximas eleições (http://eduardocrespo.blogspot.com.br/2012_05_01_archive.html) deve saber perfeitamente qual será a colheita desses empréstimos.

Anônimo disse...

Professor Roberto, soma-se a má administração com a falta de incentivo, não só a indústria canavieira, mas tudo que está ligado a produção agrícola e infraestrutura foi deixado de lado por grande parte dos governos, tanto municipais quanto estadual nas últimas décadas. O que o Estado do Rio produz em alimentos? Na última década, querendo incentivar o desenvolvimento rápido e com o advento da indústria do petróleo os investimentos foram apenas para a indústria pesada e ligada a essa área (construção naval, portos e industrias ligadas ao petróleo). O governo não tem uma visão ampla, mas espero que quanto o ouro negro acabem eles se lembrem que não da pra comer aço e petróleo.

CARLOS RIBEIRO disse...

Ao nobre postador, Douglas da Mata.

Concordo em genero e grau suas colocações e acrescento ainda que Apesar de sabermos da grande taxa de impostos que recai, sobre todas os brasileiros, inclusive sobre as pessoas juridicas(empresas e outras), mas, os usineiros na decada de 70, tiveram "ajudas", emprestimos genersosos, do Governo Federla, via Banco do Brasil,para modernização e amplicação de suas usinas, porém a maioria deles(usineiros), teria desviado tais emprestimos, para outros fins, sendo certo que, os emprestimos, deveriam ser aplicados na modernização do parque industrial(usinas de açucar). Mas isso não aconteceu

Com efeito, por esse motivo, a maioria dos usineiros de nossa região, quebrou.

Enfim os usineiros, optaram pelo continuismo, não se modernizaram, não acompanharam as novas tecnologias, não investiram, por isso pereceram. E pior estão afundados em dividas impagáveis, os citados emprestimos citados acima.

Esse é o preço de quem administra de forma retrograda, atrasada. leva algum tempo, porém, o fim será a quebreadeira. Isso vale para políticos que tem o mesmo pensamento e usam de expediente semelhante, a tais usineiros.