quinta-feira, maio 10, 2012

Rio de Janeiro: "estado-porto"

O sistema portuário do Rio de Janeiro em seus 635 km de litoral


O Rio de Janeiro já é o estado brasileiro com o maior número de portos em sua costa, sete (7) no total: Rio de Janeiro, Itaguaí, Niteroi, Angra dos Reis, Macaé, Arraial do Cabo e Santa Cruz da CSA). O estado do Rio de Janeiro é hoje, o segundo maior do país em volume de cargas movimentadas (126 milhões de toneladas em 2009), atrás apenas do Espírito Santo. O Brasil tem 8,5 mil quilômetros de costa, movimenta 700 milhões de toneladas anualmente que por seus portos que responde por cerca de 90% das nossas exportações.

A previsão é de que até 2015 o Estado do Rio de Janeiro possa se tornar o maior estado em volume, com 11 portos em sua costa, três grandes terminais especializados Torguá, na Baía da Guanabara, Ilha Guaíba (Mangaratiba), TeBIG (Ilha Grande) e 14 plantas marítimas de grande porte, além dos que estão em construção como os portos do Açu e de Barra do Furado. 

Além destes, estão projetados os portos de Lago da Pedra, Itaguaí (investimento conjunto da CSN, Gerdau e Petrobras), o Terminal Ponta Negra (TPN), em Jaconé, Maricá da DTA Engenharia e Terminal Logístico de Macaé (Terlom).

Com um porto ou grande terminal marítimo a cada 48 quilômetros não é mais possível se referir aos “portos do Estado do Rio de Janeiro”. Segundo, Riley Rodrigues de Oliveira, especialista em infraestrutura e novos investimentos da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o que existe é o Sistema Portuário do Rio de Janeiro, onde os portos são, na realidade, complexos de terminais, com grande diversificação de atividades.

Riley sugeriu recentemente a atualização/adaptação das Leis 3055 de 1998, que criou o Sistema de Apoio Industrial ao Porto de Sepetiba e a 4.173/2003, que criou o Programa Riolog, para se adequar à nova realidade do estado, levando em conta, inclusive, o Arco Metropolitano do Rio de Janeiro. Além disso, Riley cita os problemas de alguns portos: 

1)      Na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, o principal gargalo está em sua relação com a cidade. O porto briga com a cidade.
2)      Em Niteroi, é preciso melhorar acessos rodoviário e ferroviário.
3)      O porto de Arraial do Cabo ainda não possui licença ambiental;
4)      O porto de Imbetiba em Macaé possui apenas três cais, o que cria uma fila de até três dias para atracação. 

É importante que saibamos dos problemas e oportunidades que cercam uma região portuária, especialmente, quando se trata de um projeto da 5ª geração de portos, do tipo Midas (Maritime Industrial Development Areas), que une a parte de logística à produção industrial numa proximidade que radicaliza o processo just-in-time como é o caso do Complexo Logístico-industrial do Açu.

Analisando o contexto do planejamento de portos em nosso estado, percebe-se que há grande possibilidade do porto do Açu, através do seus terminais TX-1 e TX-2, virem a atender as demandas de apoio ás atividades offshore da Bacia de Campos, em complemento ao porto de Imbetiba e às limitações do projeto do Terminal Logístico de Macaé (Terlom).

Mesmo que o Complexo do Açu esteja cada vez mais ligado às atividades de apoio offshore de petróleo, do que ao projeto inicial de um terminal portuário, como um porto de distribuição (hub-port), as interferências na vida das cidades da área de influência direta (AID) do Complexo tendem a crescer.

Tudo isto exige regras e regulações sobre o uso do solo e do território como um todo. O empreendedor tem o território como instrumento de negociação e de ampliação do seu leque de investimentos e empreendimentos. Fora disto teremos problemas graves que acompanham o adensamento populacional e a ocupação desordenada do solo que neste caso não deve interessar a ninguém.

Enfim, o Estado do Rio de Janeiro com um sistema portuário já grande, diversificado, em termos de atividades e crescente em termos de movimentação, já faz por merecer uma maior atenção em termos de gestão do governo estadual.

3 comentários:

Blog Católico do Leniéverson disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Blog Católico do Leniéverson disse...

Professor, permita-me um off-tópico, ontem o site URURAU divulgou uma notícia que não vi outros blogs e portais de internet, emissoras de rádio e TV ou jornais falando sobre.Trata-se de uma negociação, praticamente certa, faltando alguns detalhes, entre uma construtora e o clube de regatas Rio Branco, ao lado do HGG.Veja maiores informações aqui.
http://www.ururau.com.br/esporte15707#Do Calabouço para o Eldorado, Rio Branco está de mudança de sede?

Bom, professor, a minha inquietação não significa que eu não seja a favor do que será construído lá, será até bem-vindo, pois valorizará bastante o local, mas gostaria que você me ajudasse a saber algumas informações, como:
* Quem é a construtora?
* Quantos prédios serão construídos no condomínio, com a perspectiva de quantos moradores?
*O objetivo dos prédios é serem ocupados pelas classes: A,B ou C?
*Qual será o grupo que manterá o shopping?
* Qual será a ABL, Área Bruta Locável?
* Terá quantas lojas e cinemas?
* Pode ser que seja cedo para perguntar, mas já pensaram no impacto no transito local, tendo em vista que fica próximo a um hospital, partindo do pressuposto de ter melhorias de sinalização (semáforos, viadutos, placas de aviso de acordo com o CTB)e o alargamento da Estrada Velha de Santa Rosa?
* Se entre a construtura e a prefeitura, alteração urbanística, e paisagística do entorno?
* E os impactos ambientais?
* Haverá melhorias na Rede distribuidora de água e coletora de esgoto?
* E entre as casinhas do Parque Prazeres e o condomínio do projeto Rodobéns, também estará no pacote de investimentos?
* Será construído bancos financeiros no local?
* Etc.

Esses questionamentos vem de encontro a preocupação no sentido de se evitar os mesmos transtornos ocorridos com a construção do Shopping Boulevard.

Marcos Cintra disse...

Caso Celso Daniel: júri condena três por homicídio duplamente qualificado
noticias.uol.com.br

O juiz Antonio Augusto Hristov afirmou que o julgamento ocorreu sem nenhum tipo de incidente. “Os trabalhos ocorreram dentro da total normalidade”. O magistrado afirmou que os advogados que abandonaram a tribuna podem sofrer algum tipo de sanção em razão de conduta ética pela OAB (Ordem das Advogados do Brasil).

Para o promotor Márcio Friggi, a pena dos réus foi “correta”. “Estou absolutamente satisfeito com o resultado”. Ele diz esperar que o resultado do júri influencie o julgamento de Sombra, que deve ocorrer ainda neste ano. “À medida que os réus forem condenados a partir da tese que o MP encampa, é claro que isso gera um reflexo nos outros julgamentos. Os jurados reconheceram que o crime ocorreu mediante pagamento e que não foi um crime de sequestro urbano convencional.”

A tese do MP é que Daniel foi morto porque queria impor limites a um esquema de corrupção dentro da Prefeitura de Santo André, cujo objetivo era arrecadar dinheiro para financiar campanhas do PT. Segundo a Promotoria, o ex-prefeito sabia e participava do esquema, mas quis impor limites ao perceber que os envolvidos estavam desviando dinheiro para contas pessoais.

Bruno Daniel, irmão do ex-prefeito, considerou o resultado do júri uma “vitória parcial”. “É um passo importante desse processo, mas não o último. Há muita coisa para acontecer. É uma grande vitória, parcial, mas uma grande vitória”, disse.

Os jurados responderam a seis quesitos sobre o crime, que questionavam se eles concordavam que Daniel foi morto a tiros, se os réus tiveram participação na morte, se o crime foi encomendado e se houve emprego de recursos que impediram a defesa da vítima. Baseado nas respostas, o juiz Antonio Augusto Hristov determinou a pena de cada um.

Os réus Elcyd Oliveira Brito, o “John”, e Itamar Messias da Silva, que deveriam ter sido julgados hoje, tiveram seus julgamentos transferidos para 16 de agosto deste ano, após seus advogados abandonarem a tribuna, antes do início do júri, alegando que não conseguiriam exercer plenamente a defesa dos réus.

O argumento dos advogados é que os 30 minutos a que teriam direito para defender os acusados no plenário era insatisfatório. Eles pediram o desmembramento do júri dos dois réus, mas o magistrado negou. Assim, ambos decidiram abandonar a tribuna, mas continuam na defesa dos acusados.

A expectativa da promotoria é que a condenação de hoje influencie no julgamento do empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, amigo de Daniel, acusado pelo MP de ser o mandante do crime. O júri de Sombra deve ocorrer ainda neste ano.