quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Cadê a ética?

Pode-se não gostar do ex-governador. Pode-se ter rompido com ele ou coisa que o valha. Porém, nada justifica que um radialista, que até o meio do ano passado era unha e carne com ele, usar informações passadas em “on” ou “off” não sabe, mas erradamente, por um político, ex-médico e também ex-aliado do ex-governador, para o primeiro usar no programa radiofônico “oficial”. Hoje pela manhã, o radialista relatou detalhes íntimos da relação médico-paciente deste médico-político com o ex-governador, comentando suas reações diante de crises de saúde semelhantes à vivida na segunda-feira no Rio, pelo ex-governador Garotinho. Tudo diretamente no ar para todos os ouvintes. O radialista só não externou o nome do profissional e nem mais precisava, porque ninguém mais tem dúvidas depois que este ainda informou “que era aquele que aparecia nas fotos dos jornais ao lado do ex-governador” quando este tinha problemas de saúde. Numa cidade com tantos médicos-políticos imagine você, os riscos que os clientes não podem estar correndo, ao expor suas mazelas físicas e mentais a esses doutores, acreditando que o juramento de Hipocrates e código de ética só serão cumpridos, se não existir outros interesses. Sinal dos tempos. Talvez seja mais uma conseqüência e uma evidência dos limites elásticos da ética que tem vigido em nosso município. Valha-nos Deus! PS.: Só para lembrar leia abaixo um dos itens do juramento de Hipócrates: “O que vir e ouvir, durante o tratamento, sobre a vida dos homens, sem relação com o tratamento, e que não for necessário divulgar, calarei, considerando tais coisas segredo”. Se desejarem ler o juramento na íntegra clique aqui.

3 comentários:

xacal disse...

Don Roberto...

Tal conduta além de constituir uma grave infração ao Código de Ética médica, passível de sanção pelo CRM, é uma pequena amostra do "nível" do pleito que se avizinha...

Imaginem se a mania se alastrar aos advogados...Sai de baixo...

Anônimo disse...

Esse médico-político, devia abdicar da primeira atividade, pedindo baixa do seu registro no CRM.

Apesar de sua conduta ser anti-ética, como político, por ser uma classe em que os valores morais são exceções, poderia até passar. Mas como médico é inaceitável. Com ele Deus permita-me nunca precisar me tratar com ele.

Gustavo Alejandro disse...

Ja repararam que, neste filme campista, não tem mocinhos? Todos são vilões.