sábado, fevereiro 23, 2008

Quem seria o beneficiado com o roubo na Petrobras?

A história além de pouco provável é fantasiosa. Parece que da mesma forma que me ocorreu, depois de ouvir um jornalista respeitado na área econômica e no setor de petróleo, como o Cesar Facciolli, ontem no programa Espaço Público da TV Brasil, o blog já soube que também anda circulando na internet, embora ainda, em espaços fechados como em listas de-mails. A interpretação e análise tupiniquim é sobre as investigações a respeito do sumiço dos quatro notebooks e memórias do contêiner da Petrobras. Nas investigações policiais, normalmente, uma das primeiras perguntas é: a quem interessa o crime? É evidente que a resposta a esta pergunta é simplória demais para esclarecer todos os casos, mas nunca pode ser deixada de lado. Pois bem, ninguém é louco de imaginar que nacionalistas podem ter infiltrado alguém para roubar estes computadores e com isso espalhar a idéia de sabotagem com o conseqüente cancelamento dos leilões para exploração dos novos campos de petróleo. Porém, é óbvio que este desdobramento já está a caminho e passa a ser defendido por todos, depois da ameaça do espalhamento das informações geológicas, até então de domínio exclusivo da Petrobras. Chegando aqui, não há como não voltar para o ponto de partida. Quem passa a ser o grande beneficiário destes desdobramentos? Já passamos da fase e idade de vermos e acreditarmos em conspirações mil, mas fica evidente, que no mínimo, a Petrobras pode estar aproveitando na oportunidade para ampliar, sem se comprometer, com a tese da espionagem defendida pela Abin (Agência Brasileira de Informações) que assim vai ganhando corpo e mídia. Enquanto isso, aqueles, especialmente de nossa região, que são responsáveis pela proteção de informações confidenciais, armazenadas digitalmente é bom que guardem com zelo ou escondam, os seus pen-drives. Hoje, este tipo de memória já é uma das principais formas da polícia ter acesso a informações de organizações criminosas. Repito: organizações criminosas. Há até o caso do sujeito que quando viu chegar a polícia engoliu à seco, o seu pen-drive. Tirando as teses conspiratórias, melhor deixar os comentários sobre o caso, para os leitores deste blog mais especializados no assunto e por via das dúvidas não esqueça o outro conselho de andar sempre acompanhado, de uma garrafinha de água mineral daquele jeito que passa a idéia de um sujeito saudável, mesmo que sujo. Assim, o pen-drive pode descer mais facilmente.

Um comentário:

xacal disse...

Mister Robert...

Trabalho como consultor independente, e por várias vezes a redação da tRolHa recorre aos meus comentários sobre temas relacionados a segurança e criminalidade...

Esse caso da Petrobrás parece emblemático...
Em primeiro plano, expõe a face nada "comportada" do grande capital e de empresas "idôneas"...

Como em Campos dos G. onde grandes empresários do agrobusiness ainda utilizam semi-escravos na produção...como empresas de segurança, "sócias" do pânico...como empresas de armamento, "sócias" do tráfico, roubo, dentre outros...

Ou seja, cada atividade "legal" tem seu "espelho" na dimensão paralela do crime...Não esqueçamos os Bancos...protegidos pelo sigilo dos seus clientes, que nem sempre podem comprovar a origem lícita dos recursos depositados e aplicados...

Dito isso, vamos ao caso em tela...

As perguntas que não calam: para que containers quandoum simples carro-cofre era suficiente? Será que informações dessa monta não poderiam contar com senhas criptografadas?

Infelizmente, nesse caso as provas pericias foram corompidas...Restam os depoimentos, e as medidas penais cautelares( escutas, busca e apreensão, etc).

No entanto, duvidamos de sua eficácia...os dispositivos de memória já foram "entregues"...ou estão seguros para um futuro "leilão"...

Uma boa solução seria a divulgação das informações, pois assim frustraria os planos de "vantagem competitiva"...

Um abraço...

Bruce Wayne...consultor independente