domingo, maio 10, 2009

Mãe

Alguns motivos têm me feito visitar alguns dos meus antigos escritos. Assim, acabei por usar na formatura dos alunos dos cursos técnicos, na sexta-feira no IFF, um deles: “Do prazer em ver o outro feliz”. Indo para outros reencontrei este que fiz em homenagem à minha mãe Eliete, no Dia das Mães de 2005, e que acabei julgando oportuno postar abaixo, em homenagem a ela e também a todas as mães leitoras deste blog e também às mães de nosso(a)s leitore(a)s: Mãe Não sou poeta, gostaria de sê-lo, para neste momento poder expressar com lirismo e rima aquilo que sinto. As mães são merecedoras que seus filhos, todos, fossem poetas para retribuir parte daquilo que elas nos dão durante nossas vidas. Minha mãe é uma pessoa simples. Cresceu acompanhando a luta do pai, o “caboieiro do pé rachado”, no seu cotidiano de homem do campo que criou oito filhos. Casou cedo como era comum à época. Desde nova apreciou a leitura de romances que nem a luz de vela a fazia desistir. Foi também desportista praticante de vôlei no antigo Colégio São Salvador na Rua Formorsa. Guarda até hoje o gosto pelo esporte que a faz varar madrugadas no acompanhamento de competições de diversas modalidades. Sempre foi religiosa sem pieguice e com uma evolução de discernimento que supera a média daqueles que se escolarizaram só até o atual ensino médio. Dedicou a maior parte da sua juventude às tarefas domésticas, já que aos vinte e dois anos, possuía dois filhos que muito a exigia. Teve no total quatro filhos, do qual sou o único homem. Suas maiores dores foram as perdas de entes mais próximos. Dois por acidentes automobilísticos, o irmão mais velho e a filha mais nova. A morte da mãe, após um aneurisma, doeu tanto na alma quanto o sofrimento da doença e da morte do esposo, meu querido pai. Porém, na sua semana, aqueles que ainda possuem suas mães, não têm direito de cultivar a tristeza. Sinto profunda alegria de reconhecer a sua força para reagir e enfrentar as adversidades. A melhor recordação que levarei para sempre comigo foi o passeio que fizemos, logo após, deixar a direção do Cefet. Ali vi de perto sua fome de conhecimento e de sentimento estético ao visitarmos pontos turísticos e históricos. Muitas outras virtudes possui. Sempre buscou ajudar nas tarefas da família não só com os cuidados destinados aos filhos, mas, também nos seus bordados que ainda hoje são lembrados pela fama de bom gosto, delicadeza e acima de tudo criatividade. Precisei enfrentar junto com ela as adversidades e avançar nos estudos para identificar outra característica, a de pessoa empreendedora que gosta de fazer as coisas, embora, quase sempre prefira a ajuda filantrópica ao comércio remunerado. Ao refletir sobre o interesse que o leitor poderá ter neste texto de caráter tão pessoal, concluo por me considerar contemplado, se conseguir fazer com que, pelo menos uma única pessoa, após a sua leitura, se interessar em fazer o mesmo, transmitindo em texto ou de forma pessoal, o reconhecimento e o agradecimento pela dedicação que sua mãe fez ou ainda faz. Como já disse, versos que não sei fazer, mas tenho um amigo, Dr. Luiz Alberto Mussa, que fez em homenagem à sua: “Mãe.../ Desde então /Não há palavra ou pensamento bom, /Nenhuma essencia de perfume ou cor /Que signifique tão imenso amor... / Nem há poema ou sinfofnia, nada, / Nem há delicadeza e nem palavra /Que signifique ou soe tão delicada... / Mãe... / Basta dize-la prá trazer na voz / A luminosidade de um milhão de sóis... / No inicio era o verbo / E o verbo se fez mãe /E habitou entre nós...” Parabéns a todas as mães e um abraço especial à minha mãe Eliete.

3 comentários:

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Só tenho a dizer: Emoção! Lágrima. E obrigada, Roberto, por me aceitar outra vez.
Sua mãe deve ter sido mesmo uma pessoa cheia de poesia e sua poesia andava, chorava, cantava, bordava, lutava, jogava, e com certeza, vencia.Rimava pelos cantos e caminhos.
A vida é dura, Roberto. O mundo é cruel. E a circunstâncias da vida, podem nos levar a interpretar as coisas diferente do que elas realmente são. Por exemplo: Esta rádio. Nunca pensei em postar esta rádio ( que é sem fins lucrativos e ouço sempre, há mais de 1 ano). Mas ontem , justamente ontem, ela mudou o designer. E por ser esta casinha "tão família" resolvi colocar ali naquele contexto tão bonito que vivi depois de momentos quase de desistência.Eu estava muito mãe e filha ontem. E o que mais me impactou foi que quando liguei estava falando sobre o texto de JOão 13- Justamente o da Humildade.
Eu sabia que corria o risco de pensarem que o meu objetivo era mostrar esta rádio. MAS ISTO NÃO É VERDADE.
É que sou "boba"... sou "casinha de campo"... sou "amarelinha"... sou poesia... sou mais que tudo MÃE. Foi tudo bem informal e quase sem querer. Foi mais que tudo profético. O profético nos surpreende, pois no profético não podemos preparar nada afinal preparar é manipular. É melhor deixar Deus agir diante das circunstâncias.
Resolvi deixar ali por um tempo... casa é lar ... é mãe...(A minha está no Céu). Mas este blog não tem intenção de nada, a não ser trazer BOAS NOVAS... a cada passo e circunstâncias.

Que o dia de hoje seja de reflexão para todas as Mães do Mundo... e que elas sejam ricamente abençoadas.

Mais uma vez, obrigada por me receber de volta.

Rosângela, Débora para este tempo.

Anônimo disse...

Parabéns pelo texto "Do prazer em ver o outro feliz" apesar de não gostar de alguns (muitos)posicionamentos políticos seus, sobretudo no IFF, admiro, é uma boa resposta.

Anônimo disse...

Conheço sua mãe!!!

Mulher de coragem...e o que me salta os olhos...sempre... quando a encontro [apesar das dores]...é a permanência da TERNURA!

DEUS A ABENÇOE..hoje e sempre!
Abençõe a minha mãe e de todos!
Com carinho, Lauren.