Ainda no Rio...

No Rio, desde a noite de sexta, para encontrar meu filho Caio, que por aqui estuda, a gente aproveita para esticar as pernas e a mente. Assim é que estivemos na 1 de março, no roteiro dos Centros Culturais, além de uma rápida esticada à noite pela concorrida Lapa. No primeiro, destaco, além da Travessa do Commercio, já mostrada, uma visita à Casa França-Brasil, onde uma excelente exposição que está acontecendo até o dia 20 de junho, da Rosana Palazyan. Sobre a exposição e a artista que retrata e reflete sobre as pessoas que vivem na rua excluídas, o sítio deste Centro Cultural detalha: "A matéria-prima da obra da artista é extraída das suas pesquisas, realizadas desde o início de sua carreira, há 21 anos: os sonhos, angústias, desejos e histórias de vida de indivíduos em situação de exclusão social. Esses elementos subjetivos e abstratos convertem-se em instrumentos concretos e sensíveis de aproximação e convivência entre as diferenças. Rosana não expõe individualmente no Rio de Janeiro desde 2002 e, a convite da Casa, idealizou uma instalação especialmente desenhada para o átrio central do prédio: o Jardim das Daninhas. Neste grande jardim, por meio da comparação entre o conceito de plantas consideradas daninhas – nascidas onde não são desejadas – e pessoas que estão “à margem”, a artista sugere ao espectador que reflita, questione, repense; que enxergue além do véu de invisibilidade que o separa do universo desses excluídos, da sua condição humana. As demais obras que compõem a exposição são inéditas na cidade. O Realejo foi exposto pela primeira vez em 2004, na 26ª Bienal de SP. A performance será realizada por cinco dias, sendo apresentada no interior da Casa. A figura do realejo, praticamente extinta nos dias de hoje, retoma o seu papel de mensageira dos sonhos e, percorrendo o espaço urbano, nos convida a “tirar” a sorte. Mas que sorte será essa? Por que Daninhas? é uma série criada a partir de textos encontrados em livros de agronomia que tratam de estudos sobre o tema e definem o que pode ser uma planta daninha. Especialistas revelam seus valores, qualidades e defeitos. Eles analisam como essas plantas podem ou não manter-se na natureza ou em culturas produtivas, e se necessariamente devem ser controladas. O título questiona a terminologia utilizada para caracterizar seres vivos considerados indesejáveis.Em No Lugar do Outro, Rosana apresenta o fruto de sua pesquisa com pessoas de São Paulo que superaram a situação de rua. Para a exposição na Casa foram acrescentados depoimentos de moradores do Rio de Janeiro. Afastando-se da narrativa explícita, a artista sugere uma possibilidade quase mágica, o exercício pleno da alteridade, quando nos colocamos – mesmo que por alguns instantes – no lugar do outro." Abaixo, e ainda, a bela sala de Leitura da Casa França-Brasil: