quinta-feira, junho 16, 2011

Por que não apressamos a ligação de trem Campos-Macaé?

O projeto está no Programa de Resgate de Transporte Ferroviário de Passageiros do governo federal. Nele, há um total de 14 trechos em estudo de viabilidade, para um total de 1.865 quilômetros, que atenderá a 112 municípios, numa demanda estimada em cerca de 70 milhões de passageiros por ano.

Pela programação atual os estudos deverão ser concluídos ano que vem. Pelas suas projeções será necessário um investimento total de R$ 5 bilhões para os quatorze trechos. O trecho ferroviário Campos-Macaé tem uma distância de 94 quilômetros.

A previsão é que sejam utilizadas máquinas à diesel ou elétricas com velocidade entre 90 e 120 quilômetros por hora e um capacidade de transporte entre 129 e 554 passageiros.

Na última terça-feira, o diretor do Departamento de Relações Institucionais do Ministério dos Transportes, Afonso Carneiro Filho, ao participar na FIESP de um evento sobre logística e transporte falou que “é necessário ter articulação das prefeituras para viabilizar os projetos”.

Taí uma sugestão para o misto de primeiro-damo do município e deputado federal, que pode usar seu gabinete em Brasília para procurar o ministro dos Transportes, que é do seu partido, o PR, e solicitar que sejam agilizadas as providências, para a liberação deste trecho, que é uma ótima alternativa ao uso da BR-101.

Para facilitar o trabalho dos técnicos que vão se ocupar de conhecer detalhes desta questão na ANTT e nos Ministério dos Transportes, o blog posta abaixo a apresentação em power-point do referido diretor do Ministério dos Transportes. Na apresentação é possível confirmar as informações e acessar outras que estão aqui neste página.

PS.: Atualizado às 21:16: O blog só esqueceu de lembrar que quem não vai gostar desta notícia é a empresa que fatura com o monopólio no transporte de passageiros entre estes municípios.

Atualizado às 23:26: A última vez que o blog tratou deste tema foi no dia 14 de fevereiro passado em nota aqui.

9 comentários:

Anônimo disse...

PROFESSOR ROBERTO, ALÉM DA PODEROSA EMPRESA RODOVIÁRIA TEMOS UMA OUTRA PODEROSA EMPRESA DO RAMO PETROLÍFERO QUE, TALVEZ, NÃO GOSTE DA IDÉIA DE SE INVESTIR EM FERROVIAS. ESTARIA CORRETO MEU RACIOCÍNIO, OU NÃO?

Roberto Moraes disse...

Não acho.

A economia de combustível fóssil seria mínima em relação ao porto de empresa. Além do mais, é possível que o combustível do trem a ser usado seja o diesel.

A matriz energética brasileira não será alterada profundamente, mesmo se todo o transporte de passageiros fosse feito por trens elétricos.

E, é evidente, que estamos distantes disto. Hoje, um gargalo mais importante para a empresa é sua força de trabalho.

E neste aspecto, a Petrobras, tem perdido inúmeros trabalhadores, experientes, vítimas de acidentes de trânsito, muitos deles na própria BR-101.

Algumas empresas que atuam no segmento de petróleo na Bacia, já proibiram seus funcionários de pegarem esta rodovia em deslocamentos para o Rio, antes o trecho duplicado. Para garantir o cumprimento desta determinação elas, estão suspendendo o seguro, se eles forem vítimas pelo uso da BR.

Por tudo isto, e outras razões não acho que dentro de todos os desafios da produção no pré-sal, das demandas por logística e tecnologia, que ela tenha tempo de tratar desta questão de uma forma, tão pequena, quanto, tem sido o caso da empresa de ônibus.

Sds.

Jornalista_do_Bonde_andando disse...

Enquanto lia, automaticamente me veio a ideia do comentario que voce mesmo pôs, ao final da nota, lembrando que há "1001 motivos" para que a idéia nao siga adiante.

Seria, grosseirissimamente falando, a mesma comparaçao com a segurança publica.

Se nossa policia fosse eficaz, se tivéssemos ordem e progresso como a bandeira diz, nao precisaríamos ter mais de 380 mil empregos (formas e informais) de segurança particular só na Região Sudeste.

Se tivermos trem, acredito que ate 'desemprego' sera usado como desculpa para evita-lo.

Tadeu disse...

O primeiro damo tem 1001 razões para ficar quietinho.

denis disse...

O Brasil já chegou a investir muito em ferrovias, mas parou de investir nesse meio de transporte para investir das rodovias, e ai a malha ferroviária que tínhamos ficou sucateada. Recentemente o Governo Federal voltou a ver nas ferrovias um “novo” meio de transporte, porém investimentos tímidos ainda, se compararmos com tantos outros e pela importância desse meio de transporte. O governo Federal vai investir mais de R$ 30 bilhões de reais para fazer o trem bala Rio - SP (Campinas) onde o preço da passagem ficará praticamente o mesmo de se andar de avião nesse trecho e em alguns casos até mais caro, com todo esse dinheiro quantos quilômetros de ferrovias, quantos aeroportos e quantos portos dariam para serem construídos ou ampliados?! Acredito que o Brasil não precisa ficar bem na foto com esse trem bala, precisa colocar investimentos prioritários em pauta para crescermos com sustentabilidade e por longo tempo. Sabemos que na Europa e na América do Norte o transporte ferroviário de passageiros e cargas é gigantesco, o que barateia os custos de transporte e faz com quem a economia feita no transporte fique dentro do país...
Se o Brasil quer evoluir de fato temos que ter prioridades e metas que devem ser objetivos a serem alcançados por qualquer governo que assuma, independente de partido ou coligações...
Acredito que não só o trecho entre Campos e Macaé tenha a necessidade de ser revitalizado, mas porque não de Macaé ao Rio também?!
Quanto ao monopólio dessa empresa no mesmo trecho, quem sabe eles não invistam nesse novo meio de transporte comprando uns vagões a mais para esse trem e cobrem as passagens, acredito que o lucro será maior, já que um trem tem capacidade de carregar bem mais passageiros que os ônibus! Hehe.

Marysila de Oliveira disse...

Professor, é a primeira vez que comento em seu blog, o qual eu gosto muito e acesso todos os dias, lendo com atenção e comentando todas as novidades com os familiares. Acho que o transporte de passageiros (e o de carga também) vai beneficiar muito a nossa região e que, infelizmente, existem "1001 razões" pro projeto não dar certo... mas eu gostaria de salientar que o termo correto para designar o esposo de nossa prefeita é "primeiro-cavalheiro", ao invés de "primeiro-damo".

Roberto Moraes disse...

Cara Marysila,

É verdade, acho que o tom que dei a esta parte da nota acabou me fazendo usar um termo inexistente (damo, rs,rs,)

Ainda bem que "damo(s)" espaço para os comentários inteligentes e de correção.

Agradeço duplamente também pelo acompanhamento do blog.
Sds.

Unknown disse...

Professor, boa tarde! Conheci seu blog a pouco tempo, e o venho acompanhando desde então.
Antes de tudo gostaria de parabenizá-lo por colocar em pauta assuntos tão importantes para nossa região. Achei esse post sobre a retomada da utilização do trem no trecho Campos-Macaé e gostaria de saber se houve algum avanço no projeto do governo federal de retomar este tipo de transporte público, principalmente no trecho existente na nossa região? A pouco tempo atrás soube de um estudo de viabilidade que estava sendo feito, porém parece que o assunto "esfriou", o Sr. Tem alguma novidade relacionado a este tema?

Roberto Moraes disse...

Caro Antônio Almeida,

Eu venho batendo neste tema há tempo, muito antes desta postagem.

Veja este artigo em 2006, há sete anos:
http://artigosrobertomoraes.blogspot.com.br/2006/06/finalmente-uma-proposta-interessante.html

Sei que este estudo foi adiante, parece que concluído. Só que alguns trechos de ferrovias de ligação intra-regional ou inter-municipal só serão levadas adiante se houver mobilização comunitária e de governos locais e estadual, mas, isto, até onde sei não está no âmbito da preocupação e da intervenção deles.

É viável e poderia ligar não apenas Campos-Macaé, mas SJB, se o porto do Açu for adiante e também interligar a Região dos Lagos e Itaboraí, onde está sendo instalado o Comperj.

A obra é estratégica, mas, é bom lembrar que hoje a concessionária da BR-101, seja lá quem for, vai lutar muito para esta alternativa não ser viabilizada.

Sds.