sexta-feira, outubro 28, 2011

Estudo de pesquisadores da Uenf e UnB identificam posição política majoritária da “nova classe média”

Um estudo dos pesquisadores Vitor Peixoto (Universidade Estadual do Norte Fluminense) e Lucio Rennó (Universidade de Brasília) divulgados no 35º Encontro Anual da ANPOCS (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais) que se realiza em Caxambu, MG) mostra de maneira inédita que a percepção de ascensão social nos anos Lula aumentou em 78% a chance de o eleitor ter votado em Dilma em 2010.

A informação foi veiculada pelo jornalista Uirá Machado da Folha de São Paulo:

“Nova classe média favoreceu Dilma em 2010, mostra estudo” “O PT sai na frente na disputa pelos votos da chamada nova classe média. Os primeiros dados objetivos sobre o comportamento eleitoral desse grupo confirmam as hipóteses dominantes: Dilma Rousseff (PT) foi a mais favorecida em 2010.

"Até seria de esperar, mas isso não tinha sido demonstrado: quem percebe ascensão social recompensa o governo. No entanto, não há diferenças tão significativas de voto entre quem percebe queda e quem identifica imobilidade", afirma Peixoto.

Em 2010, Dilma teve 48,6% dos votos no primeiro turno. Segundo o trabalho, entre os eleitores que perberam ascensão de sua própria classe, ela chegou a 57,4%. A petista alcançou apenas 35,3% entre os que sentiram queda e ficou com 38,1% entre os que identicaram imobilidade.

No segundo turno, o impacto da mobilidade social é ainda mais visível. O candidato derrotado José Serra (PSDB), que teve 36,8% dos votos, conquistou 50,4% (sendo eleito, portanto) dos eleitores que perceberam queda de classe social e apenas 29,1% dos que viram ascensão (e 45,5% dos que notaram imobilidade).

Em contrapartida, Dilma, que teve 57,2% dos votos, chegou a 66% entre os que perceberam ascensão de sua própria classe e 43% entre os que sentiram queda (e 47,1% entre os que viram imobilidade).

O trabalho de Rennó e Peixoto foi feito com base nos dados do Eseb (Estudos Eleitorais Brasileiros), pesquisa realizada com 2.000 pessoas logo após as eleições de 2010. Apresentado pela primeira vez no 35º encontro da Anpocs (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais), em Caxambu (MG), o estudo foi bem recebido pelos colegas por mensurar pela primeira vez o impacto da mobilidade social nas últimas eleições.”

PS.: Atualizado às 12:08: O jornal Valor também trouxe a informação com mais detalhes:

"O trabalho teve como base o Estudo Eleitoral Brasileiro (Eseb), pesquisa coordenada pela professora Rachel Meneguello, da Universidade de Campinas, que sondou as razões de voto de 2 mil eleitores, logo após a disputa presidencial, como já havia sido feito em 2002 e 2006.

Dos entrevistados, 53,6% disseram ter percebido que ascenderam socialmente, em relação à vida que tinham oito anos antes; 33,6% não perceberam mudança e 7,3% acreditam que descenderam. Aqueles que afirmaram ter mudado de classe tiveram 78% de chance a mais de votar em Dilma do que os que não perceberam mudança. Nos outros dois grupos, a chance não se alterou.

"Para efeito da decisão do voto, ser imóvel ou cair é a mesma coisa e não muda o comportamento do eleitor. Mas crescer faz diferença", disse Vitor Peixoto, durante o encontro anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs), em Caxambu.

No trabalho, intitulado "Mobilidade Social Ascendente e Voto: As Eleições Presidenciais de 2010 no Brasil", os pesquisadores descobriram outros dados interessantes. As pessoas que avaliaram o governo Lula como "muito bom" tiveram 1.170% a mais de chance de ter votado em Dilma do que em qualquer outro candidato. Para os que o consideraram "bom" o crescimento das chances foi de 380%, um pouco acima dos 360% dos que disseram gostar do PT.

"O que moveu mais o voto não foi o lulismo, mas a avaliação de governo", afirma Peixoto.

Ser evangélico reduziu em torno de 50% as chances de se votar em Dilma. Ser católico não alterou a probabilidade.

O artigo será publicado em livro que reunirá o trabalho de outros sete pesquisadores que também foram escolhidos para produzir estudos a partir da base do Eseb."

3 comentários:

Anônimo disse...

http://noticias.pgr.mpf.gov.br/noticias/noticias-do-site/copy_of_geral/mpf-denuncia-conselheiros-do-tribunal-de-contas-do-rio-de-janeiro


Olha só o tribunal de contas do rio de janeiro aí.

Pierrô Lunático

Blog Católico do Leniéverson disse...

"Ser católico não alterou a probabilidade."

Talvez a pesquisa deveria perguntar que tipo de católico os adeptos ou não da Teologia da libertação, pque os não adeptos não votaram em Dilma.

Anônimo disse...

Ser cristao e votar no PT é contraditório.