sexta-feira, junho 13, 2014

Contradições tucanas

Dizem que está tudo errado e para isto precisa mudar. Aí leio hoje na primeira página e em matéria ampla do Valor na edição de hoje: "PSDB vai dar garantias na área social".

Até aí tudo bem, mas, no corpo da reportagem está lá dito com todas as letras pelo coordenador do programa de governo do Aécio na área social: "Temos que sinalizar para o eleitor... manter o Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, Pronatec e Mais Médicos".

Ora!? Se é para para manter por que mudar o(a) coordenadora principal destes programas? Vai ser difícil convencer o eleitorado que não querem apenas o poder. Dizer que vai avançar?

Ora, a Dilma como coordenadora dos programas, assim tidos como bons para permanecer é que pode dizer que vai avançar. Não há nada além?

Sem xingamentos e desrespeitos e a apenas 4 meses para o pleito, mais este caso, dão evidências que estamos diante de uma eleição atípica.

Confesso que se morasse em outro país e ouvisse alguém dizer que num determinado país, um candidato de oposição diz que vai mudar tudo e anuncia que vai manter 4, repito quatro, dos principais programas do seu concorrente, eu não acreditaria.

Surrealismo é um adjetivo limitado para explicar tal situação. Além de tudo, o fato confirma o que já se sabe, a parte da população que mais precisa dos governos é que vai decidir, mais uma vez, as eleições gerais no país.
PS.: Atualizado às 19:08: Para corrigir erro de concordância verbal no último parágrafo.

5 comentários:

Anônimo disse...

Sou contra a quase eternizacao de certos grupos políticos no comando de um país.

Num pais democrático onde pluralidade de partidos, a renovação do chefe de governo é salutar.

É hipocrisia, é falta de maturidade, de humildade, um político não dar sequência nao dar continuidade aquilo que já vem dando certo, há décadas.
Porém sabe-se que é preciso avançar.

Na area social o governo tem que exigir uma contrapartida de seus beneficiarios nao poderá ficar para sempre como sendo um meio legal de compra de votos .

Natalia disse...

O governo tem a obrigação de assegurar a garantia alimentar da parte mais pobre de seu povo. Porém, esse mesmo governo, tem que exigir e colocar esses beneficiarios desse assistencilismo, priorizando qualificação desses assistidos pelas bolsas da vida e priorizando também oportunidades de empregos para os mesmos, como forma de tira-los da miséria e inserindo-os na pirâmide social.

Enfim desse modo estaremos diante de um governo sério, não demagógico.

Roberto Moraes disse...

Cara Natália,

Os dados existem até na mídia comercial.

Leia:
http://oglobo.globo.com/brasil/bolsa-familia-mais-de-16-milhao-de-casas-abriram-mao-do-beneficio-8312947

Há diversas outras matérias sobre o assunto.

Há diversos estudos acadêmicos também. Monografias, dissertações e teses.

Há livros: "Vozes do Bolsa Família" com detalhes da repercussão deste Programa Social que agora a oposição também diz que vai fazer. Também diz que vai copiar outros três programas sociais que oferecem às pessoas de baixa renda possibilidades de ascensão social. O Pronatec é um exemplo do programa de qualificação que você solicita e já existe e, está entre os que o tucano diz que vai copiar, junto ainda do Mais Médicos e do Minha Casa, Minha Vida.

Antes de terminar, não se pode deixar de dizer que o maior programa que ajuda na inclusão social com dignidade é a geração de empregos. Tem-se hoje o menor nível de desemprego dos últimos tempos e mesmo do mundo. Há economistas que chegam a se referir a um limiar do "pleno emprego". Também diferente da realidade que se tinha com desemprego na faixa dos 15% dos governos tucanos de FHC.

Como se vê os programas estão muito além da garantia de segurança alimentar. Ele oferece condição de desenvolvimento social e de emancipação, sem tutela.

Muitos já subiram na pirâmide social, só não vê quem não quer.

Agradeço pela questão e pela oportunidade de ampliar as informações e o debate.

Marco Alexandre disse...

Mas o percursor dos mesmos programas assistencialistas foi o opositor do governo que você cita como líder dos projetos(FHC). Não vejo incoerência em um candidato do partido do percursor dos programas dizer que vai mantê-los.

Roberto Moraes disse...

Caro Marcos,

O único a que você pode se referir é o Bolsa Família exatamente aquele que seus seguidores mais questionam na política Atual. Além disso, na ocasião ele tinha uma dimensão de apenas cerca de 2% do que é a atual realidade. Era uma coisa periférica se repercussão que se tem hoje.

Em segundo lugar há os demais programas. Minha Casa, Minha Vida. Mais Médicos e Pronatec.

Porém, pode-se falar de outros derivados destes como o Prouni, Reúne de expansão das universidades federais, dos que criou mais escolas técnicos do que um século de mandatos e governos, Ciência Sem Fronteiras, etc.

Não há comparações e sim incoerências em que diz todo dia que precisa reduzir impostos para atender seus aliados na elite econômica.