domingo, junho 26, 2016

Chevron, uma das duas maiores petroleiras dos EUA produz hoje menos de 20% do que produzia há 40 anos. E se fosse a Petrobras?

Como sujeitos, raramente temos ideia de como as informações soltas e mal intencionadas produzem construções mentais que são distantes da realidade. Isto não se dá por acaso. É fruto dos interesses de quem produz estas narrativas. São vários os casos.

Vamos a mais uma sobre a área do petróleo e do gás. Os setores liberais que hoje controlam a Petrobras e o governo interino repetem, como mantra, que a abertura aos investimentos estrangeiros para aproveitar nossas reservas transformariam a realidade do setor e da economia nacional, nesta fase de colapso do ciclo, seja do petróleo, ou da economia de maneira mais geral.

Nesta linha observemos o caso da americana Chevron (aqui conhecida como Texaco, nome de uma das empresas que adquiriu) e que o Serra tem relações e chegou a fazer promessas divulgadas pelo Wikileaks.

“A Chevron é uma empresa, das Sete Irmãs originais do petróleo. Foi fundada em 1876 por californianos e comprada em 1885 pelo lendário John Rockefeller, fundador da Standard Oil, teve que ser separada do truste dos Rockefeller por determinação do Sherman Antitrust Act de 1911, tornando-se então independente com o nome de Standard Oil Company of California, com sede em San Francisco.” [1]

No Brasil, a americana Chevron foi responsável pelo grande vazamento de petróleo em março de 2012, ao fazer perfurações, no campo de Frade, na Bacia de Campos. Por conta disso, a Chevron teve suas operações suspensas por mais de um ano pela ANP (Agência Nacional de Petróleo).

Apesar de ser a maior petroleira americana, a Chevron hoje produz no mundo menos que a Petrobras, só no Brasil: cerca de 1,78 milhões de barris por dia, aproximadamente 20%, menos que a nossa estatal.

Porém, a Petrobras está com produção ascendente e, especialmente com o volume de reservas provadas, em níveis bem maiores que antes.

Com, a Chevron ocorre o inverso. Ela já chegou a produzir mais de 10 milhões de barris por dia na década de 70, especialmente por suas atividades na Arábia Saudita.

Portanto, hoje, em termos de produção a atual produção de petróleo equivale a menos de 20% do que foi há quatro décadas. O que representa uma taxa de declínio anual após o pico de 1973 de cerca de 4%.

Sobre isso, cabe uma uma brincadeira irônica, mesmo que "light". Talvez, esta realidade explique as razões das setas do símbolo da Chevron serem apontadas para baixo.

Fenômeno similar ocorre com a outra importante petroleira americana ExxonMobil, que hoje produz 2,48 milhões de b/d (depois que houve a fusão Esso com a Mobil), cerca de 1/3 do que produzia na década de 70.

Agora, imagine você se este fosse o caso da Petrobras, num momento em que dez em cada dez integrantes do governo golpista consideram que uma das saídas para o Brasil é entregar as nossas reservas para as “competentes” petroleiras privadas estrangeiras.


[1] “Chevron, a aventureira do Petróleo, por André Araújo”. GGN em 21/07/2015. Disponível em: http://jornalggn.com.br/noticia/chevron-a-aventureira-do-petroleo-por-andre-araujo.

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