quinta-feira, junho 30, 2016

Humildade e coragem para a construção de novas agendas nos municípios e estados petrorrentistas

O meu perfil no facebook me recordou hoje desta postagem feita aqui no blog há exatamente um ano. Reli e considerei o texto ainda mais atual para a conjuntura pré-eleitoral, considerando que estamos a apenas três meses da escolha dos gestores locais.

Assim esta é a minha contribuição para os debates que todos desejamos que possa ir além das disputas pelo poder, envolvendo ideias e pessoas em movimentos, projetos e causas coletivas:


Humildade e coragem para a construção de novas agendas nos municípios e estados petrorrentistas


O empenho que o governo estadual do RJ está fazendo de receitas futuras dos royalties do petróleo, e em dólares, mostra que a falência deste modelo de gestão vai para além da polarização das disputas pelo poder local.


As "soluções óbvias" tanto de cortes de gastos lá atrás (muitos discutíveis), quanto de buscas de "receitas futuras" no presente, estão sendo "saídas tecnocráticas" gestadas em gabinetes e sem debate e participação da sociedade.

A gênese da questão vou voltar a insistir é Política.

Não há saída fora do diálogo amplo e plural das lideranças com a sociedade e da cooperação entre os municípios.

É preciso estimular (mesmo que este seja um processo difícil, pelo desgaste das lideranças políticas) e ampliar a participação da sociedade.

Será do debate que surgirá a disposição de enfrentar (e repartir dificuldades), pensar e organizar o futuro com projetos de curto e médio prazos.

Não se deve ter ilusão ou ingenuidade com a busca de consensos, porque não há como conciliar quem muito ganhou até aqui, com os que precisam de apoio para a construção de uma nova agenda.

A redução das receitas dos royalties que no presente é fruto da redução do preço do barril do petróleo, em breve, será pela mudança do critério de rateio e divisão desta receita, a partir da decisão em breve da ação judicial no STF.

É preciso ter coragem e liderança para tocar a nova agenda, nos diferentes níveis de governo.

As saídas isoladas municipais são insuficientes e pobres.

Só a cooperação e a articulação entre municípios podem oferecer potência para programas e projetos estruturantes tanto na dimensão econômica, quanto social.

Portanto, só a Política tem a capacidade de mediar e liderar este processo.

Isto exige humildade, desprendimento, mas acima de tudo coragem para admitir que um ciclo está se encerrado e o outro parece teimar e temer em se mostrar.

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