terça-feira, agosto 16, 2016

Eleições e desvirtuamento da vontade popular

A propaganda oficial nas eleições municipais brasileiras que se incia hoje, deverá ser um pouco diferente, com a proibição de financiamento empresarial destas campanhas eleitorais.

Porém, não nos iludamos, as candidaturas majoritárias mais estruturadas terão a favor de si, não apenas as máquinas, mas um controle sobre os desvios dos adversários para questionamentos futuros.

Como sempre bônus e ônus tendo que conviver no ambiente em que democracia e golpe embolam e confundem não apenas as mentes, mas as concepções ideológicas que deveriam apenas respeitar a vontade da maioria.

Do lado de uma boa iniciativa como a redução das possibilidades da forte influência do poder econômico sobre as eleições, tem na outra face, a judicialização da política, onde a força econômica é ainda e cada vez mais avassaladora.

Assim, se percebe que a plutocracia (governo dos ricos, ou fortemente influenciado pelo poder do dinheiro) tem diversas faces e dimensões de atuação no processo eleitoral. A judicialização é apenas uma delas. Evidentemente que isto delimita aquilo que se imaginava uma democracia, onde o poder emanaria do povo.

Assim, o sistema agudiza a crise do sistema representativo não apenas aqui no Brasil, mas em todo o mundo. Desta forma, no curto prazo, não há saída fora da política, mesmo com a agudização das crises políticas.

Enfim, vamos ao debate político-eleitoral nas cidades, onde se tem (ou se deveria ter) a base deste sistema, que com suas falhas e artimanhas jurídico-midiáticas-parlamentares desviam com frequência crescente as decisões da vontade popular.

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