terça-feira, agosto 30, 2016

Segue a liquidação do Feirão Petrobras com a venda de seu mais caro ativo até aqui: Malha de gasodutos do Sudeste

Depois da venda do campo de Carcará no Pré-sal (para a Statoil por US$ 2,5 bilhões) e da preparação e fatiamento para a venda da BR-Distribuidora, a Petrobras está em vias de fechar a sua maior venda em toda a sua história: a malha de gasodutos do Sudeste, hoje chamada de NTS (Nova Transportadora Sudeste).

Trata-se de uma extraordinária infraestrutura instalada, na maior região produtora e consumidora de gás do país. Vejam abaixo o mapa retirado do Relatório de Administração (RA) da TAG (Transportadora Associada de Gás) uma subsidiária do grupo Petrobras:




























Repito trata-se da maior venda de ativos da história de 53 anos da Petrobras. Observem que não se está vendendo um projeto a ser desenvolvido e sim, um projeto com instalações prontas e desenvolvidas pela estatal. Uma joia. E com colossal potencial de ampliação com tudo que as reservas de gás do pré-sal já começou a produzir.

A confirmação da venda, já anunciada como possibilidade da agência de notícias ligada aos setores financeiros (ou do mercado) Bloomberg. O percentual de participação que será entregue pela rede de gasodutos par ao grupo canadense Brookfield Asset Managment, será superior a 80%.

O negócio já acordado seria selado par ao final do próximo mês (setembro). O valor do negócio está agora estimado entre US$ 5,5 bilhões e US$ 6 bilhões, segundo as fontes da Bloomberg que informa ainda que o fundo soberano de Cingabura GIC, China Investment Corp., Greenwich e First Reserv Corp. também fazem parte do grupo de compradores.

O blog reproduz na íntegra uma frase que a Bloomberg publica que reproduz o que temos dito sobre a sanha acelerada para vender as partes da grande estatal do petróleo do Brasil, sem considerar a fase de colapso do ciclo petro-econômico e as imensas reservas e potencialidades da empresa: 

"A Petrobras está desesperadamente tentando vender subsidiárias para fazer frente a uma montanha de dívida em 2017, 2018 e 2019”, disse o analista Thomas Olney, da consultoria FGE".

O "desesperadamente" reflete o momento político e as origens do golpe político. As dívidas da empresa são grandes, mas mesmo na fase de colapso dos preços, administráveis, considerando o atual fluxo de caixa e o potencial da empresa com seus ativos. Eles sustentam com sobras a prorrogação da mesma, por conta terão enorme potencial quando da chegada da nova fase de expansão do ciclo do petróleo.

PS.: Atualizado às 13:04:
Para completar lembrando o que este blog já havia descrito aqui em nota no dia 23 de junho de 2016. A malha de gasodutos é estratégica. Além de estar pronta, taticamente, quem a dispõe, porque não há outra, não haverá concorrência, seu novo dono cobrará o que quiser daqueles que quiserem transportar o gás natural.

Sem ter que arcar com o ônus de extrair/produzir (na fonte), ou mesmo distribuir até o consumidor final. Vão faturar mais que os da ponta do sistema. Neste caso mais que outros, a etapa da circulação da mercadoria é muito mais rentável e menos trabalhosa. Assim, trata-se do filé mignon que a Petrobras e o povo brasileiro estão entregando pronto, para ser devorado.

PS.: Atualizado às 13:20:
E o feirão Petrobras segue em ritmo alucinante.
Além de Carcará, da malha dos gasodutos do Sudeste (comentada acima), da BR-Distribuidora, hoje o mercado já trouxe à tona, que a parte de petroquímicos que a Petrobras possui, em participação na empresa Braskem, junto da Odebrecht, também está muito perto em ser vendida.

Além de novo da canadense Brookfield que vai ficar com os gasodutos, a Saudi Arabian Oil, a China National Offshore Oil Corporation (CNOOC) e as americanas Dow e ExxonMobil são apontadas como candidatas.

Assim, muito mais cedo do que o blog comentou ontem aqui, as americanas Esso e Dow chegam para faturar mais uma parte do filé mignon, fatiado da Petrobras.

Atualizado às 02:48 de 31/08/2016: Vale acrescentar a informação de que a holding Brookfield Asset Managment que está em vias de adquirir a Malha de Gasodutos do Sudeste (agora chamada de NTS - Nova Transportadora Sudeste) tem sobre o seu controle a empresa de mesmo nome Brookfield Infrastructure que passou a possuir participação na Prumo Logística Global que controla o Porto do Açu, ao comprar uma dívida da prumo de R$ 200 milhões em outubro de 2015.

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