quinta-feira, agosto 29, 2013

O Barão de São João não é mais o controlador do Porto do Açu

Mesmo antes do fechamento do acordo que, pode ainda levar dois a três meses para o grupo americano EIG adquirir participação e assumir o controle da empresa de logística LLX, que possui como principal empreendimento, o porto em construção no Açu, em São João da Barra, o empresário Eike Batista, líder do projeto, já não é mais o seu "controlador".

Podem dizer que o controle pode ser indireto, porque o novo presidente é uma pessoa indicada por ele mesmo em assembleia de acionistas, mas, na prática Eike deixa de ter injunção no empreendimento que chamava de superporto.

Em 25-06-2008 - Foto Divulgação da PMSJB
O empresário que em 2008 recebeu o título honorífico de Barão de São João, das mãos da prefeita Carla Machado, em solenidade na prefeitura do município, ainda está à frente da empresa OSX que ocupa área junto ao terminal-2 do porto com a construção (praticamente interrompida) da Unidade de Construção Naval (UCN)/estaleiro. Na prática este é um dos poucos vínculos que Eike ainda mantem com a região, onde, nos últimos anos foi angariando, paulatinamente, uma enorme resistência.

Nesta região Eike comprou diversas terras e chegou até a planejar construir uma cidade, a Cidade X, que depois teve o nome alterado para Bairro X, por conta de pressão política dos que temiam que a viabilização da construção de residências para gerentes e trabalhadores qualificados dos seus empreendimentos, pudesse vir a ser o embrião de um novo município, apartado de São João da Barra. Por aqui também salinizou terras, prometeu uma gestão integrada do território (GIT) e mais de meia centena de milhares de empregos.

Eike, Carla, Rosinha e Wagner Victer também em 25-06-2008
em entrevista coletiva no gabinete da Prefeita em SJB.
Foto Juarez Fernandes do Monitor Campista.
O que vai ser dos empreendimentos, especialmente, o porto (e seus dois terminais) e também o estaleiro ainda não se sabe. As negociações acontecem. A única coisa praticamente certa é que mesmo que o empresário ainda tenha parte das ações destes empreendimentos, e que os mesmos possam se viabilizar, ele não voltará mais a ser controlador das empresas.

De uma forma ou outra, a pressão e as negociações sobre impactos e relações com a comunidade passam a ter novos interlocutores, possivelmente, sem cara, ligados a fundos de investimentos estrangeiros e/ou nacionais, característicos da economia líquida/financeira e contemporânea. O que isto significará? O que os atores que atuam no território permitirem que seja feito. Nada mais e nada menos. A conferir!

2 comentários:

Anônimo disse...

O "X" aposto em todo nome de empresa do Eike Batista passou de símbolo de multiplicação dos lucros, como seu controlador pregava, a um alvo marcado nas costas do empresário.
Empresário fala pouco e age mais. Faltou isso a ele.

Anônimo disse...

Eikibosta hein!