quinta-feira, março 18, 2010

Pós manifestação - II

Há conversas aqui e e ali, mas a estratégia de estados e municípios produtores não está alinhavada. Há divergências de encaminhamentos. Tem gente que defende que tem que esticar a corda e outros que admitem a negociação e compreendem que a manifestação ajudou a mostrar força. No plano nacional fala-se em negociação, mas, ora se diz que é melhor deixar tudo para depois das eleições, ora outros propõem alterar o texto da emenda no Senado, já com uma negociação. Já está confirmado o pedido de urgência que estabelece o prazo de 45 dias para a tramitação dos projetos do marco regulatório no Senado. Há quem também prefira empurrar tudo para a esfera jurídica. Nesta área há quem identifique possibilidades de tentar impedir a votação no Senado e outros que preferem deixar para atuar depois da sanção ou veto presidencial e nova decisão do Congresso. Diante de tantas opções, o resultado acaba sendo na prática, não ter opção nenhuma ou deixar a coisa correr para ver como é que fica. O presidente Lula está sensibilizado com a questão, mas é preciso ajudá-lo a ajudar a encontrar solução e isso, parece que está distante de ser encaminhado. É evidente que o governador Sérgio Cabral é quem tem a obrigação de fazer esta condução. Abrir diálogo com outros governadores da região não produtora, com os líderes do Senado, com os ministros que já se manifestaram favoráveis à uma solução negociada, etc. O que não se pode é deixar a coisa continuar à deriva com cada um falando o que quiser. Quanto mais dias passarem da manifestação para as conversas, menos cacife se terá e será quase impossível ficar mobilizando tanta gente em espaços tão curtos de tempo. As divergências nas bases defensoras dos royalties estão eclodindo por conta de outras disputas. O cenário é confuso e nele, tudo pode acontecer. O blog espera que tenham juízo e capacidade de articular e negociar. Fora daí o resultado não será bom para ninguém! PS.: Atualizado às 12:48: Informação veiculada há poucos instantes no Globo Online (texto abaixo) reforçam os rsicos se não houver rapidez, habilidade e capacidade de articulação para se encontrar uma saída: "Lula sobre royalties: 'O Congresso que resolva o problema'" Publicada em 18/03/2010 às 12h12mEliane Oliveira - O GloboReuters "AMÃ, Jordânia - Momentos antes de voltar para o Brasil, depois de uma viagem de cinco dias ao Oriente Médio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feiraque não vai se envolver na polêmica sobre os royalties, que provocou protestos e resultou em uma passeata com mais de 150 mil pessoas no dia anterior no Centro do Rio de Janeiro. Lula disse que já havia alertado a todos os líderes sobre o risco de haver problemas este ano, devido às eleições, e avisou que a questão terá de ser resolvida no Congresso Nacional. " Já cumpri minha parte. Minha vontade era não votar os royalties este ano, pois sabia que era um ano político " - Já cumpri minha parte. Minha vontade era não votar os royalties este ano, pois sabia que era um ano político e que em ano de eleição todo mundo quer fazer gracinha. Disse que era para deixar para o ano que vem, pois tudo isso é para 2016. Não precisaria dessa pressa agora. Portanto, meus companheiros, a bola está nas mãos do Congresso Nacional e o Congresso que resolva o problema - declarou. Lula não quis dizer se faria o veto pedido pelo Rio e evitou fazer qualquer comentário a respeito. Ele disse que, se o que sair do Congresso for muito diferente da proposta do Executivo, vai se "debruçar em cima do que for aprovado". O presidente destacou que, com exceção do projeto dos royalties, tudo tem sido feito de comum acordo. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, por sua vez, afirmou nesta quinta-feira acreditar que o Senado irá reformular o projeto de lei que institui o regime de partilha de produção e que inclui também a questão da redistribuição dos royalties do petróleo. - O entendimento que eu tenho é que parece que há falta gravíssima no que foi votado, porque a Constituição diz que uma parte deve ser destinada aos estados produtores. Não fala quanto (mas que uma parte precisa). Com certeza isso é algo que exige no Senado uma reformulação - afirmou Bernardo no programa " Bom Dia Ministro". "

11 comentários:

Maurício Faez disse...

esqueceram que o presidente tambem está em "ano eleitoral".

Ele pode perder a guerra, mas nao a eleição.

Alguem se lembra do julgamento de Cristo? "Nao vejo nada contra este Homem", disse Pilatos. E o "congresso" gritava "crucifica-o!".

Pilula, ops, Pilatos, então, lavou as mãos e saiu jogando a responsabilidade sobre aqueles que o aclamavam como rei.

Qualquer semelhança com um reino (e um povo) em ruínas depois disto, é mera coincidência histórica.

Haja O Globo e JOrnal Nacional pra sair dessa.

Anônimo disse...

E agora, Cabral? Aos 44min do segundo tempo, vai entrar no jogo ou vai se acovardar de novo?

Anônimo disse...

Hipócritas os politicos que dizem estar defendendo uma melhor distribuição de riquezas atraves do petroleo !
Será que eles esqueceram que o preço do nosso combustivel é o talvez o mais caro do mundo ?
Onde está a amiga do povo brasileiro que se chama petrobras ?
Porque o políticos não fazem um projeto para que o combustivel tenha o preço justo ?
O preço justo também é regra para uma nova ordem de "gestão de riquezas" !!!

Rudy Klug disse...

Depois de uma declaração dessas vocês ainda querem defender o Lula? Claramente ele não quer mexer no assunto com medo! Ele está deixando claro que só faz o que importa a ele e à agenda do partido dele quando não for ameaçado pelas eleições.

Essas comparações entre Jesus e Lula são nada menos do que ridiculamente pecaminosas.

Maurício Faez, por outras coisas você não merecia um xingamento; mas por essa comparação eu digo: você é um idiota!

Roberto, ou você é cegamente apaixonado por Lula ou não soube interpretar o que ele disse.

Prof. Isaac Abdalla disse...

Professor Roberto Moraes:

Como sempre, e demonstrando ser esta a sua maior característica, o Presidente coloca-se a "lavar as mãos" diante de uma situação nevrálgica que culminará com grandes perdas, para todos os lados.

Para o Governo Federal, o "tiro" poderá sair pela culatra, visto que uma vez decretada falência de um município, caberá ao Estado suprí-lo e, em contrapartida, quando este mesmo Estado também está "falido", remete ao Governo Federal a responsabilidade de apoiá-lo financeiramente.

Curiosamente, tais fatos estão sendo noticiados de maneira "morna" pelos principais telejornais brasileiros. Curioso, não?!

Abraços aos amigos do Blog.

Anônimo disse...

Vale a pena ler uma entrevista com o professor Cláudio Dantas da Unesp, ele coordena um estudo sobre o impacto dos royalties nas cidades beneficiadas.O link está aqui:
http://noticias.uol.com.br/bbc/2010/03/19/royalties-nao-melhoraram-vida-em-municipios-produtores-diz-estudo.jhtm

Bruno Souza.

Anônimo disse...

Caro Prof. Roberto, hoje, no Último Segundo do ig, saiu uma matéria interessante sobre os municípios produtores de petróleo (falando de Campos e Macaé), com o seguinte título: "Royalties não melhoraram vida em municípios produtores, diz estudo".

Segue o endereço:
http://ultimosegundo.ig.com.br/bbc/2010/03/19/royalties+nao+melhoraram+vida+em+municipios+produtores+diz+estudo+9433160.html

Anônimo disse...

Caro Companheiro Roberto,

Obrigado pelo espaço neste blog, que tanto suscita e elucida discussões de nível elevado.
Tentam a imprensa maldosa/tendenciosa e políticos de ocasião çem jogarem toda a responsabilidade e decisões nas costas do executivo (LULA). Mesmo sabendo eles que quem legisla e fiscaliza de fato é o Congresso Naional. "Camara, Senado e STF) tem suas origens regionais e conhecem os ploblemas relatados para tomarem decisões justas caso queiram. Porém, se a vontade for adversa com certeza o PRESIDENTE não a revertera.

Adwalto

Anônimo disse...

Prezado Roberto,

Gostaríamos de recomendar a todos que leiam o comentário da Mirian Leitão, hoje n'O GLOBO.
Vc o publicaria na íntegra?

Observador Atento.

Roberto Moraes disse...

Caro Rudy,

Se há alguém aqui apaixonado e cego é o antiLula que você vem demonstrando nas suas postagens, mesmo em assuntos, que tratam de outros temas.

Casos como estes já são aqui conhecidos.

O tema dos royalties e dos regime de partilha/concessão são complexos e deveriam estar acima das questões partidárias, mas é compreensível, que na sociedade democrática em que vivemos, o debate, as articulações e as negociações fluam, qualquer que seja o resultado.

Sds.

Sds.

Rudy Klug disse...

Roberto, diga ao Lula para ele agir sem influência partidária. Não é a mim que esse conselho deve ser dirigido.