quinta-feira, março 25, 2010

Sobre a operação no Camelódromo

O blog recebeu dois comentários que traz para este espaço. O primeiro em comentário da nota abaixo e o segundo enviado por e-mail: Do Douglas da Mata: "Professor Roberto, Apenas um comentário provocador:Ótimo que as instituições policiais continuem a sua repressão aos crimes de pirataria, sonegação, contrabando e descaminho.Uma pena que essa eficiência e persistência reproduza o bom e velho corte de classes.REPITO, para que fique claro: tem que reprimir onde o crime estiver.Mas eu duvido que esses crimes se restrinjam ao comércio popular(camelôs). Ali nos shoppings mais chiques é possível comprar "cópias não-autorizadas"(nome chique para pirata)de óculos famosos, dentre outros produtos.E para que não me acusem de querer "proteger" camelôs, não custa lembrar que uma das maiores operações de combate a contrabando e evasão fiscal foi na DASLU. Um abraço." Do Jean Ribeiro - Estudante de comunicação social do quinto periodo. "-Olá a todos, Informações que chegam, informam que a polícia federal está no shopping popular Michel Haddad desde as seis da manha, as ruas que dão acesso ao shopping estão interditadas, cinco caminhões estão no local, em um trabalho de busca e apreensão. E duro ver que mesmo com a aprovação e sanção pelo presidente Lula, da Lei nº 11.898/09 a lei do sacoleiro que retira o comerciante da informalidade, o governo não se fecha em torno de si para finalmente definir o sistema e software de fiscalização, a unica coisa que falta para que se acabe com a informalidade de milhões nesse país. já que o dados e o teto de imposto foi fixado em 25%.É preciso ver tambem que apesar da questão do descaminho, os comerciantes só querem trabalhar, e eu tenho como cidadão medo pois, quando se tira o emprego de um homem e não lhe há alternativas viaveis para o seu ganha pão, se dá a oportunidade para que ele entre numa rota e vá para o caminho errado."

8 comentários:

O olho que tudo vê disse...

Amigos do Blog:

Acho meio que questionável tal "mega operação", pois todos sabemos dos reais interesses da PMCG em legalizar o "camelô" e ainda por cima, mudá-lo de localização.

Para mim, tal operação é uma daquelas onde o "dedo" das autoridades municipais tem grande parcela na execução da mesma.

Parece ser algo verdadeiramente, "contra a pirataria", mas todos sabemos que a mesma não se restringe somente ao "camelô", informal, mas também aos "comerciantes" formalizados que fazem a "pirataria" travestida.

Tenho dito!

Zé das Couve disse...

Se cortado fosse ja na raiz, este mal (e suas ladainhas típicas) nao seriam ouvidas.

Sempre que ocorre esse tipo de coisa, junta-se um tanto destes "comerciantes" para chorar, lamentar e sempre dzer: "sustento minha familia com esse dinheiro! e agora? o que sera de mim?"

Como assim, cara pálida? Vai nos dizer agora que nao sabia do risco? Que nao sabia que o que fazia era ilegal e, por isso, poderia sofrer consequencias???

O povo brasileiro tem o costume deplorável de criticar politicos mas fazem de igual a pior: furtam coisas pequenas nos locais de trabalho, como canetas e clips, como se isso nao fosse tao errado quanto secar o caixa.

Depois, acampam ilegalmente nas calçadas e compram mercadorias de origem "duvidosa" e qualidade idem, lesando os cofres publicos (e principalmnete: as empresass que tentam vender legalmente) e acham q vao ficar por isso mesmo!

(i)Responsáveis sao quem vende, quem compra e QUEM DEIXA VENDER! Pq o espaço é locado, é público e se a fiscalização acontecesse de forma permanente, impedindo que fossem vendidos produtos piratas desde o primeiro que chegasse, ninguem faria ESTOQUE DE CONTRABANDO e não estaria chorando uma hora dessas!

Anônimo disse...

Concordo com o Douglas da Mata, tem que fazer operação nas áreas denominadas de nobres como os shoppings da pelinca e o 28 onde também existem irregularidades do mesmo tipo. Mas também é bom alertarmos para uma falsa impressão, que é a de que ali quem está trabalhando são pobres desempregados que na falta de oportunidades foram ser vendedores ambulantes, quando na verdade essa já deixou de ser a realidade do local a muito tempo. Hoje o que se acontece ali é que certas pessoas possuem muitas vezes mais de 5 boxes, tendo se transformados em verdadeiros reis da muanba que nem ficam no local, deixando as vendas por conta dos funcionários. É isso só queria fazer esses alertas.

Anônimo disse...

Roberto, arabéns pelo Blog!
Estou revoltado com a ação da Polícia Federal hoje em Campos no Shopping Popular.

Chefes de famílias com filhos para sustentar passando por uma situação difícil, sem falar na humilhação.

Enquanto isto, grandes empresas, que deveriam ser o alvo destas investigações, continuam comprando mercadorias sem notas fiscais, sonegando impostos, vendendo produtos falsificados e nada acontece.

Caminhões entram e saem, andam por onde querem, carregando mercadorias comprometidas, com talões fiscais duplicados e com aval de quem deveria fiscalizar.

Os interesses estão muito além do que sabemos.

Covardia o que fizeram.

Vitor Valente

douglas da mata disse...

Caro Roberto,

Reafirmo que não mantenho nenhuma solidariedade com criminosos, sejam eles pobres ou ricos.

O problema que o "combate" sempre parece mais "eficiente" na parte de baixo.

Não é à toa que 98% dos presos são pobres, e o STF nunca sentenciou ninguém por crimes de improbidade administrativa.

Anônimo disse...

Enquanto eles atacam 180 trabalhadores tirando o sustento das suas famílias, enfrente a Secretaria de Família e Assistência pouco mais de 50 passos uma viela com dez famílias abriga a cracolândia e a policia federal não faz nada para acabar, tirando estra viela. hoje mesmo atiraram em mum homem colocaram em um conteiner e de dia tamanho empurraram rua a fora passaram enfrente ao CCDCm Secretaria e colocaram no fundo da secretaria, o cidadão ainda estava vivo quando a policia chegou e levou para o HFM.
Gente aonde iremos parar linha dura para trabalhadores enquando o trafico corre solto nas portas da PMCG.
Isso é uma vergonha.

Anônimo disse...

Roberto s Não estou aqui para fazer apologia a venda de produtos falsificados, mas acho no mínimo curioso acontecer uma operação de tal "magnitude" aqui em Campos ( perdendo somente para a "telhado de vidro" ) para simplismente apreender mercadorias de camelôs. Não vi isso acontecendo na 25 de Março em São Paulo e nem tampouco na Uruguaiana no Rio, a não ser em pontos isolados com alguns chineses em São Paulo. Me pergunto a mando de quem ou em represália a quem se montou todo esse "aparato", pois trataram trabalhadores, que ainda que estejam na ilegalidade, estão gerando sustento para as suas famílias como bandidos. Por que não se combate esse comércio ilegal na fonte, digo lá nas fronteiras ? Por que não se dá condições a essas pessoas de adquirirem seus produtos de maneira legal e sem tanta burocracia ? A quem interessa mantê-los na ilegalidade para dar margem à Polícia Federal para agir com tamanha truculência não só cortando cadeados, mas usando serra para entrar nos boxs, danificando as portas e como disse tratando trabalhadores como bandidos ? Quero deixar claro que não sou contra a fiscalização, mas tem que ter um peso e uma medida, a justiça que vale para o grande empresário que muitas vezes esquenta a nota e se livra desse tipo de constragimento, há de ser a mesma para o trabalhador que está com seu produto a venda, ainda que por hora, esteja na ilegalidade. Afinal de contas na maioria das vezes se " se gritar pega ladrão,não fica um" como diz a música. Quero parabenizar a Prefeita Rosinha por oferecer ajuda aos camelôs, para se tornarem micro-empresários.

Paulo Cassiano Jr. disse...

Sou o Delegado chefe da Delegacia de Polícia Federal em Campos dos Goytacazes/RJ e responsável pela Operação "25 de Março", que deu cumprimento a um mandado de busca e apreensão, expedido pela Justiça Federal, no Shopping Popular Michel Haddad, na data de ontem.
Considero importante que todos entendam que o espaço do chamado "camelódromo", que é público, tornou-se, ao longo de anos de omissão da Prefeitura Municipal, um antro dedicado à criminalidade.
A operação de ontem foi realizada depois de um sério trabalho de investigação policial, que durou vários meses. Não foi uma incursão aleatória.
No "camelódromo", imperava a sonegação fiscal, a pirataria, o contrabando e o descaminho, dentre outros crimes. Além de caracterizar desrespeito à lei, isso gera desemprego no comércio formal e perda de arrecadação tributária ao Estado.
É dever constitucional da Polícia Federal reprimir esses delitos.
É verdade que a nossa cidade vive um profundo problema sócio-econômico- pelo que eu, como cidadão campista, lamento muitíssimo-, mas isso não pode servir de desculpa para o funcionamento ilegal do "camelódromo", pois esse mesmo argumento serviria para justificar o tráfico de drogas, por exemplo.
Por fim, vale dizer que a Polícia Federal em Campos dos Goytacazes está atenta a todos os crimes de sua atribuição- e não apenas aos praticados no "camelódromo-, como tem sido demonstrado por diversas operações realizadas recentemente.
Atenciosamente,
Paulo Cassiano Jr.
Delegado de Polícia Federal