terça-feira, fevereiro 25, 2014

O lucro da Petrobras de R$ 23,5 bi e o resultado de outras petroleiras em 2013

No dia 3 de fevereiro passado, este blog fez aqui uma postagem sobre os resultados de importantes petroleiras do mundo e iniciava uma comparação com a Petrobras. Apesar de não haver comentários na nota aqui no blog, a sua repercussão no facebook foi grande, assim como indicam as estatísticas por notas do blog oferecida pelo Google.

Pois bem, hoje, ao final da tarde, contrariando a expectativa (e parece que torcida) de muitos analistas econômicos que atuam na mídia comercial) a Petrobras anunciou um de R$ 23,5 bilhões em 2013. Lembro que isto é lucro líquido.

Era de esperar que esta mesma mídia usasse mais uma vez, as conjunções adversativas nas manchetes que não lhe agradam. Tem sempre um senão, apesar de haver o fato. O Globo Online estampou: "Lucro da Petrobras sobre 11% em 2013, mas ganho cai 18,92% no quarto trimestre".

Então, eu voltei à nota (veja aqui) que sugiro que se relida e trouxe os dados sobre os resultados das outras petroleiras em 2013: Shell US$ 17,7 bilhões menor que os US$ 27,2 bilhões de 2012. O lucro da Esso em 2013 foi de US$ 8,3 bilhões quando caiu 16% em relação a 2012. Já a Chevron teve lucro líquido de US$ 21,4 bilhões em 2013, também com uma redução de 18,2% em relação a 2012.

Vejam então as maiores petrolíferas do mundo, privadas tiveram redução dos seus lucros entre 2012 e 2013, entre 16% e 40%, enquanto a Petrobras aumentou seu lucro em 11%, totalizou o lucro em R$ 23,5 bilhões em 2013. Isto significa que seu lucro relativamente foi maior do que todas as outras grandes petrolíferas citadas.

Em números absolutos, o lucro da Petrobras, ultrapassou a da gigante holandesa Esso (aproximadamente US$ 10 bilhões contra US$ 8,3 bilhões).

O resultado é significativo levando em conta o tamanho dos investimentos que a Petrobras está realizando para dar conta da cara exploração offshore na camada do pré-sal, além da construção das refinarias em Pernambuco e no Comperj, depois de três décadas que o país não construía uma nova planta de refino* no país.

Não sei se estas comparações você vai ver na mídia comercial que vive defendendo reajustes de preços dos combustíveis e ao mesmo tempo critica a inflação, sem reconhecer que seja possível administrar um meio termo disto em nome da população, proprietária maior da empresa. Além disso vive criticando a gestão da empresa que tem muito a ser melhorado e não faz nenhuma comparação com a realidade de empresas similares e privadas de outras partes do mundo.

Eu não sou especialista em análise de resultados e balanços das empresa e muito menos tive acesso a todas as informações oficiais da empresa, a não ser o resumo publicado na página da Petrobras que você pode ver aqui. Porém, insisto cuidado para você continuar a comprar gato imaginando que é lebre!

PS.: Atualizado às 11:40: Para corrigir a redação, onde se lia plataforma no sétimo parágrafo, marcado com um *, leia-se planta de refino. Correção a partir da identificação do Alexandre Ribeiro em comentário.

4 comentários:

Anônimo disse...

Professor Roberto, acho que em ralação a construção após 3 décadas seria de refinarias não? Alexandre Ribeiro.

Roberto Moraes disse...

Obrigado Alexandre. Correção já feita.
Sds.

Roberto Moraes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Cid disse...

Roberto, muito bom seu artigo! Graças a Deus existe a Internet! Senão seríamos meros expectadores desinformados pelas 5 grandes famílias que publicam o que querem e da maneira que querem! Parabéns!