sexta-feira, outubro 02, 2015

Erosão do mar no Açu: impacto já previsto em 2011

Já comentei aqui neste espaço que ando organizando os meus arquivos físicos e digitais, acumulados nos últimos anos que podem ter interesse para as pesquisas.

Entre estes arquivos descobri uma matéria de página inteira, no jornal O Globo, em 11 de maio de 2011, sobre os problemas decorrentes da implantação do Porto do Açu.

Pois bem, há nesta histórica matéria, uma entrevista com o professor Aristides Soffiati que já levantava o problema que estamos vendo hoje. Não há novidade nisto, até porque o próprio Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) feito por contratação da empresa já falava sobre este risco que era considerado "grande". Ainda assim, é importante trazer à tona este registro que também consta dos documentos dos licenciamentos ambientais.

A Prumo, empresa controladora do Porto do Açu continua tentando negar relação com o problema da erosão na velocidade, extensão e intensidade sem igual até hoje, no litoral fluminense.

Internamente a empresa já admite participar de uma solução para o problema, mas para isto pretende que a Prefeitura de SJB faça a mediação, arrumando recursos com o governo federal (Ibama) e governo estadual (Inea).

Além disso, a Prumo sugere que a municipalidade busque os recursos que a empresa diz ter depositado na conta do estado como "compensação ambiental". Para isto a ação começaria com a engorda de areia da Praia do Açu para o qual seria usada a draga da empresa holandesa Boskalis, que hoje continua a fazer a dragagem do canal de acesso do Porto do Açu.

Enfim, o risco existia com indica o EIA/Rima e a estimativa dos estudiosos. Resta agora saber como as autoridades se portarão na fiscalização e cumprimento do que determina a lei.

A reportagem ainda comentou sobre a quantidade de desapropriações na área urbana da praia (loteamentos) e das pequenas propriedades rurais. Hoje se sabe que elas forma em quantidade bem maior do que a matéria comenta sobre 2.112 lotes urbanos e 151 propriedades rurais.

























Sobre o problema, causas e as consequências da erosão, hoje já se tem, de forma clara a interpretação dos fatos que o infográfico abaixo. Ele foi elaborado por Denis Toledo, técnico em Informática, comerciante e morador da comunidade do Açu, com dados do EIA/Rima e identificação das instalações do terminais e quebra-mares do do Porto do Açu, a partir do Google Maps. Ele nos oferece de forma bem clara todo o processo de erosão que vive a Praia de Barra do Açu:


5 comentários:

Arthur Soffiati disse...

Obrigado, Roberto. Não sou nenhum profeta. Apenas fiz uma previsão com conhecimento das características da nossa costa e de suas correntes, bem como nos exemplos de Barra do Furado e Maratízes
Arthur Soffiati

Anônimo disse...

Tdo que Eike coloca a mão quebra.

Arthur Soffiati disse...

De fato, intervir tão pesadamente numa costa tão peculiar como a nossa só podia cuasar desastre, que deveriam ser evitados ou reparados.
Arthur Soffiati

Anônimo disse...

Me lembro de uma audiência pública que ouve na praia do Açu, onde esteve o sídnei salgado (parece um predestinado pois até o nome salgado), alguns elementos do porto e o professor Soffiati. Nesse dia o mesmo contou que já tivera uma conversa com representantes do porto na qual os mesmos afirmaram que o empreendimento não causaria danos ambientais , então o professor perguntou a eles, que iriam retirar milhões de toneladas de areia do continente e jogar no mar e que nada aconteceria? O professor afirmou que então não teria adiantado estudar tanto pois não sabia mais nada. É lógico que o sarcasmo do professor Soffiati foi perfeito e hoje vemos o óbvio, que isso iria dar problemas.

Souza disse...

Me admiro muito de os órgãos ambientais que DEVERIAM estar dotados de TÉCNICOS E ESPECIALISTAS terem concedido as licenças para a destruição.
Ou TODOS ESTÃO VENDIDOS?
Progresso ao contrário.
Primeiro permite-se a destruição para depois tentarem uma correção.
Imaginar que os controladores desse maldito porto vão admitir serem os causadores de tanta destruição é perca de tempo.
Os poderes constituídos estão cegos, surdos, mudos, coniventes, apoiam e acobertam todas essas mazelas provocadas pelo poder do capital que sugam nossas riquezas e deixam como legado um grande rastro de destruição.
A infestação de uma praga que destruiu todos os cajueiros da região ao serem compradas as terras para a instalação do porto nunca foram explicadas.
Muito estranho.
Uma região em que havia peixes em abundância e que desapareceram ao serem dragados os rios e canais para abastecerem as instalações do porto também nunca foram explicadas.
Muito estranho.
Chega de destruição.
Socorro !!!!!!!!