sexta-feira, agosto 09, 2013

Pleonasmo, política & hipocrisia

O termo cartel para parte de nossa população pode até parecer um elogio. Desvio de recursos, corrupção, quadrilha não. Cartel junta empresas em esquema para desviar recursos. Então cartel é instrumento da corrupção que neste caso gera crime que deve ser punido com até 45 anos de prisão.

Por que então a maior parte da mídia corporativa só abordou o esquema de desvio de recursos do PSDB (que chama de cartel) em São Paulo, depois de muita pressão nas redes sociais?

Quer lembrar de outro pleonasmo usado pela mídia corporativa: sonegação de tributos e depósitos em paraísos fiscais, acusação que continua pesando contra a Globo? Por que umas acusações são identificadas por nomes e partidos?

Como se vê pleonasmos & política tem uma relação cuja pílula é intermediada e dourada pela mídia corporativa conforme seus interesses.

Sendo assim, até quando noticia os dois lados (mesmo após as atuais e possíveis pressões das redes sociais), a neutralidade ou imparcialidade estão longe a verdade.

Mais uma vez o financiamento de campanhas políticas continua sendo deixada como detalhe e os casos, como questões pontuais, selecionados conforme interesses e pleonasmo da ocasião, levando à hipocrisia e à cretinice.

3 comentários:

Anônimo disse...

De fato, as figuras de linguagem distorcem o fato dependendo de quem o narra. Como discurso algum é isento de interesses, também os chamados "progressistas" deitam e rolam nos eufemismos e que tais.
O mensalão petista é chamado de Ação Penal 470. Quando o governo compõe com Maluf, Renan ou Sarney é pragmatismo. O biógrafo do José Dirceu é um "invencionista delirante" porque erra dados biográficos pouco relevantes do famoso petista condenado pela justiça. Fingem não ver o crescente déficit comercial especialmente pela compra de combustível, e no lugar escrevem "vitalidade econômica".
Basta ter vocabulário razoável (ou comprar um Caldas Aulete) e inclinação para o cinismo que se pode escrever sobre quase tudo. 131

douglas da mata disse...

Uma pequena correção, caro Roberto.

O termo cartel não se aplica a reunião de empresas para burlar uma licitação pública.

Esta foi uma invenção da mídia dócil, para tentar livrar a cara da demotucanalhada paulista.

Cartel é fraude a livre concorrência, e atinge o direito econômico do consumidor e do mercado, baseada no desequilíbrio provocado pela reunião da maioria(ou todos)fornecedores de um bem ou serviço.

O que as empresas e os governos paulistas cometeram é fraude a licitação, peculato, quadrilha ou bando, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, só para começar.

O propinoduto tucano não tem nada a ver com cartel.

Roberto Moraes disse...

Sobre o comentário das 7:12 PM,

o dogmático comentarista repete o que diz a mídia corporativa.

A nota chama a atenção para o que ela escolhe ou não como notícia.

É isto que o blog sempre se bate contra aqueles que querem parecer neutros, imparciais, como a "Falha da Mentira".

O blog é um espaço sim de emissão de opiniões e debates, sobre o que se reflete, lê ou se interessa.

Diferente daqueles que nos manuais de redação dizem que tem que ouvir os "especialistas", como estes fossem técnico isentos e neutros, quando na verdade não são.

Para estes, quando o especialista não fala o que lhe interessa, edita-se escolhendo e dando ênfase ao que considerou válido conforme os interesses da mídia corporativa, com ou sem Aulete.

Simples, assim, sem precisar ser mais ou menos católico.