domingo, outubro 11, 2009

O interesse de Eike na Vale

Parte de uma entrevista (manchete principal) do empresário ao jornal Estado de São Paulo neste domingo, que pode ser lida na íntegra aqui:
"Estadão: Mas não foi esse o trato com a Baosteel (siderúrgica chinesa que iria construir uma unidade no Brasil em sociedade com a Vale)? Eike: Por que a Baosteel saiu do Brasil? Ela foi convidada para fazer uma siderúrgica no Maranhão, a licença ambiental não saiu. Foram para o Espírito Santo. Eles estavam falando com a Vale! Eles conversaram com governadores de Estado! Isso para os chineses é a última instância de poder! Aí o cara, depois de seis anos, depois de milhões de dólares de investimento, recebe dois nãos. Estadão: A Vale estava batalhando para conseguir a licença. Eike: Mas eu, como grupo, não vou chamar a Wuhan (outra siderúrgica chinesa), que eu chamei para se instalar no Estado do Rio, sem antecipadamente saber se ali poderia conseguir uma licença. Isso é gestão. Como é que os chineses vão entender que uma Vale, junto com os governos, não conseguem licença ambiental? Ele disse tchau. O Roger (Agnelli) sempre fez tudo para investir o mínimo possível na siderurgia, porque na visão dele a Vale não tinha que se meter no negócio do seu cliente no final da linha. É o conceito dele. Estadão: Não haveria um conflito de interesses? Ao mesmo tempo a empresa vende minério para uma siderúrgica e compete com ela? Eike: Ele acredita nisso e administrou assim. Mas uma hora você tem de enxergar um outro sinal. Fazer os chineses virem para cá. A Baosteel teria sido um cordão umbilical com a China. O Wuhan quer construir uma siderúrgica no Porto Açu (RJ). Eles chegaram e disseram que, se fosse na China, já estariam construindo. Fui no governador Sérgio Cabral e pedi pelo amor de Deus para nos ajudar a conseguir a licença até junho do ano que vem. Desculpa, mas um estrategista tem que enxergar essas coisas. Estadão: Qual o patrimônio do grupo hoje? Eike: O valor em bolsa das quatro empresas é de US$ 35 bilhões. Somos hoje o terceiro maior grupo do Brasil, depois de Petrobrás e Vale. Estadão: O sr. vai abrir capital de outras empresas na bolsa de valores? Eike: Vamos abrir o da OSX, de estaleiros e serviços para a área de petróleo, até fevereiro. Essa empresa nasce com um valor de US$ 4 bilhões e a gente quer captar uns US 3 bilhões. Então, é mais um brinquedinho aí. Estadão: Há outra empresa, não? Eike: Estou voltando para o ouro. Compramos duas jazidas na Colômbia."

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