terça-feira, março 10, 2015

Excesso de petróleo por alta produção e baixa demanda cria problemas para armazenamento

Como já vimos por aqui, os baixos preços do barril do petróleo se relaciona a diversos fatores. Porém, além da decisão dos maiores produtores de manter o nível de produção, há uma queda mundial da demanda.

A redução da demanda acontece mesmo que os países que mais consomem estejam ampliando as suas importações para aumentar suas reservas, aproximando do nível recomendado pela Agência Internacional de Energia (AIE), de estoque equivalente a consumo de 90 dias.

Nesse sentido vale conferir a matéria do The Wall Street Journal, reproduzido pelo Valor, edição de ontem, cujo título é: "Mar de petróleo gera preocupação de armazenagem". O texto da reportagem se inicia dessa forma: "Em um mundo inundado de petróleo, produtores e negociantes enfrentam um dilema de bilhões de barris: Onde colocar tudo isso?".

A China, os EUA, que pelas suas leis não pode exportar o petróleo produzido em seu país, entre outros correm para construir locais para armazenar o produto.

Os locais são os mais estranhos e não apenas em tanques metálicos como se imagina num primeiro momento. Usa-se cavernas de sal (cavernas abertas em camadas salinas), jazidas petrolíferas exauridas, aquíferos confinados e delimitados por camadas selantes, em cavernas naturais e artificiais, maciços rochosos preparados para armazenamento de gás natural, gás liquefeito de petróleo GLP ou petróleo cru. (Gonçalves, E. 2012)
Em 2008, a Petrobras chegou a cogitar dessa possibilidade ao projetar a produção futura do pré-sal. Os custos dos diferentes tipos de estocagem varia e a mais cara segue sendo a estocagem em navios.

Abaixo veja o infográfico sobre a realidade atual dessa estocagem mundo afora.

Considerando as duas últimas postagens, o blog aproveita para relembrar convite (veja aqui) para a Mesa Redonda, hoje às 19 horas, na Ucam-Campos "Royalties em queda: A atual crise nos orçamentos municipais no NF - Perspectivas e Desafios", onde a questão internacional da economia do petróleo e da economia dos royalties regional será debatida.


2 comentários:

Anônimo disse...

É lógico, quando a oferta, é maior, que a demanda, os preços tendem a baixar. E baixaram. Tais fatos acontecem em todos os segmentos da economia.

Esse fato,de baixa no barril do petróleo, não aconteceu somente com o petróleo, pois aconteceu também, com o minério de ferro. Há quanto tempo, o minério de ferro, está em baixa, por causa da crise mundial.

A Vale do Rio Doce e outras gigantes do ramo de minério de ferro, estão sofrendo. Mas nenhuma delas, veio a público acusar, complôs de países, contra as mesmas. Entenderam, que isso se chama lei de mercado, e pronto.

Roberto Moraes disse...

A mesma ladainha de sempre do deus mercado, desconsiderando papel estratégico da energia sobre todas as outras mercadorias.

Além do desvio ideológico há ainda falta de estudo.