terça-feira, março 24, 2015

O que se pode intuir da entrevista do presidente da petrolífera francesa Total sobre a Petrobras e o Brasil?

O Fernando Brito do blog Tijolaço repercutiu uma entrevista do presidente da petrolífera francesa Total sobre a forma como a empresa vê a Petrobras e o Brasil. É impressionante a forma como a entrevistadora da Folha de São Paulo tenta obter uma posição diferente do que o Patrick Pouyanné revela.

Nosso blog já havia comentado aqui em nota aqui no dia 28 de fevereiro, que a Total era uma das três petrolíferas que tinham manifestado que os investimentos no pré-sal brasileiro eram estratégicos para as suas companhias.

Vale você conferir o trecho da entrevista divulgado por Brito. É de estarrecer a visão da jornalista que sequer deve ter procurado ter mais informações sobre a posição da Total antes de ouvir seu presidente. A posição reflete mais que uma torcida contra e sim uma tentativa de influenciar, mudar ou truncar a opinião da empresa francesa sobre a Petrobras e o Brasil:

"O que quer dizer um empresário francês defender o Brasil do ataque da mídia brasileira?"
23 de março de 2015 | 18:29 Autor: Fernando Brito



"Patrick Pouyanné é presidente do grupo Total, quinta maior petrolífera do mundo, francesa.

Provavelmente gosta mais de dinheiro do que eu da Marselhesa.

Deu entrevista à Deborah Berlink, coleguinha veterana da Folha, com idade e experiência para escapar do “pensamento voraz” da imprensa brasileira.

A leitura é chocante.

A repórter repete “verdades” sobre o “fim do Brasil”.

E o francês diz o que, em português, poderia bem ser traduzindo por “ôpa, pera lá, né assim não!“.

Embora fosse mais fácil para ele concordar e exigir mais (ou menos, no caso dinheiro, de sua empresa na fase inicial do projeto do campo de Libra, no qual é sócio) mostra que não é camelô vendendo capa em dia de chuva.

Não está interessado em “enxugar” a Petrobras, apenas em enxugar custos, repeitando, entre outras, as regras de conteúdo nacional com que se aceitou ser sócio.

Não preciso comentar, só transcrever trechos:

Folha – O crescimento do Brasil está em queda e a Petrobras, sua parceira no pré-sal, está metida num escândalo de corrupção. Isso o preocupa?

Patrick Pouyanné - Acho que a Petrobras é suficientemente sólida para enfrentar essas dificuldades. Tem recursos importantes. Tenho certeza de que a Petrobras vai sair dessa. Na Total, temos altas exigências em governança. No que diz respeito à nossa relação com a Petrobras e a nossos associados no projeto Libra, queremos que a forma como o projeto é administrado esteja em conformidade com essa filosofia. Acho que a Petrobras é capaz de enfrentar esse tipo de debate, essa tempestade.(…)

Mas a Total é parceira da Petrobras, que, além de enfrentar denúncias, está endividada.

Espere! A Petrobras é uma empresa nacional que tem imensos recursos de petróleo. O Estado do Brasil tem 60% do pré-sal.

Estou convencido que a Petrobras tem todos os recursos petrolíferos para poder enfrentar essa dificuldade financeira. Estou convencido de que o estado do Brasil não vai deixar a Petrobras quebrar.

A situação da Petrobras poderá ter uma influência numa questão: em que ritmo vamos desenvolver o projeto Libra? A Petrobras estava indo muito rápido. Nós, da Total, também queremos ir rápido, mas de uma forma que o desenvolvimento seja otimizado no plano de custos. Estou convencido de que vamos poder achar um bom plano de desenvolvimento de Libra que concilie as restrições da Petrobras e da Total.

O senhor prevê uma desaceleração do desenvolvimento de Libra?

Não, eu penso que vamos avançar. Mas a prioridade deve ser desenvolver o projeto da forma mais eficaz possível em relação aos custos. Queremos desenvolver, vamos discutir isso com a Petrobras e estou certo de que vamos encontrar um meio de avançar no ritmo adequado.(…)

É uma oportunidade. É uma ocasião para mim de passar uma mensagem forte à empresa e à indústria, assim como no caso do projeto Libra.

A mensagem é a de que é preciso aproveitar agora para gastar menos e reduzir custos, ser mais eficaz. Gastamos muito dinheiro porque tínhamos muito dinheiro com o barril do petróleo a US$ 100. Esquecemos um pouco dos fundamentos (econômicos). Risco faz parte da nossa profissão.

Além de redução de custo, que outra mensagem o sr. está passando à Petrobras neste momento?

A de que somos um parceiro de longo prazo. Fomos ao Brasil porque, primeiro, os países têm recursos importantes no pré-sal. Em toda essa discussão, há muitos elementos de curto prazo que você evocou. Mas acho que é preciso manter uma visão de parceria de médio e longo prazo. Isso é muito importante na nossa indústria.

E o baixo crescimento econômico do Brasil? Não o preocupa?

Não, o Brasil tem uma grande população. É um país que tem evidentemente um grande potencial.

Estamos com crescimento zero.

Neste momento, mas espere… O mundo inteiro hoje tem problema de crescimento e dificuldades por todos os lados do planeta ligados a problemas monetários e financeiros.

O que sei é que o Brasil tem o fundamental para o crescimento econômico, que é sua população. A população exige acesso ao bem-estar, ao desenvolvimento social, à energia elétrica e etc.

Acho que o Brasil pode oferecer aos investidores um potencial significativo. E é por isso que continua a ser um país que atrai.

(…)

A queda no preço do petróleo não muda os planos?

Libra tem entre 6 e 12 bilhões de barris. Tem uma concessão de 35 anos e é tipicamente um exemplo de projeto onde não se deve reagir e mudar de ideia em função do preço do petróleo, porque teremos 35 anos pela frente. Sabemos que o preço do petróleo vai ser volátil, subir e descer.

Nosso grande interesse com o projeto Libra é que não é um projeto de curto prazo. É um projeto de produção de longo prazo que pode resistir a altos e baixos.(…)

Vocês estão buscando parceiros no Brasil?

Sim, estamos buscando parceiros neste momento. Ainda não achamos e se tivesse achado, não lhe diria.

Pano rápido, porque só faltou perguntar “por que vocês estão perdendo tempo com este país de m…?”

4 comentários:

Anônimo disse...

Na verdade, se a Petrobras, não fosse uma empresa majoritariamente estatal,hoje, com seu valor de mercado, valendo hoje, 1/3, de sua dívida total, certamente a Petrobras, seria vendida, para saldar débitos com credores.

Pois foi assim, que aconteceu, com várias empresas de vários segmentos da economia, que estavam na mesma situação da Petrobras. Caso específico, empresas do falastrão Eike Batista.

Sabem muito bem os credores,da Petrobras, que o governo brasileiro, quer dizer, nós povo, seremos obrigados a pagar essa conta gigantesca(dívida), através de aumentos de combustíveis, etc.

Roberto Moraes disse...

O que isso tem a ver com a entrevista.

O sujeito (o mesmo de sempre) repete as mesmas coisas da Globo como uma espécie de ventríloquo.

A Petrobras tem uma grande dívida, mas perfeitamente compatível com seus ativos que o CEO da Total confirma que quer continuar parceira, assim como a BG (britânica), a norueguesa Statoil e as chinesas Sinopec, etc.

A Petrobras valia us$ 15,4 bilhões em 2003 e agora vale a bagatela dez vezes maior que isso, pelo meos, mesmo em meo às crises da petrolíferas com o baixo valor do barril e dos desvios da empresa.

Ainda assim, o interesse do sujeito é só o de entregar aos gringos a empresa e toda a cadeia do óleo, sem preocupação geopolítica, de política industrial, nem nada.

É ujieto do tal mercado, das ações, etc. Nação para ele não existe.

Perda de tempo ficar discutindo com leitores do Globo.

Roberto Moraes disse...

rs vou deixar com raiva rs rs

Roberto Moraes disse...

Alegrete, rs,

Fake novo do mesmo IP, rs rs