terça-feira, janeiro 26, 2016

10,7% do consumo total brasileiro é de conteúdo estrangeiro

Este dado se origina de uma tabulação da OCDE, a partir do indicador Tiva (Comércio em Valor Agregado entre Nações). O Tiva utiliza a matriz insumo-produto mundial e mede fluxos de importações e exportações em valor adicionado na produção de mercadorias. O percentual de 10,7% é referente ao ano de 2011, o último disponível.

Este dado foi citado pelo diretor do IE da UFRJ, professor e economista David Kupfer, em seu último artigo no Valor "Todo mundo em pânico".

A partir dele, uma série de reflexões pode ser feita. Uma mais simples é a confirmação da baixa inserção externa da economia brasileira nas cadeias de valor global. Para o bem e para o mal.

Por outro lado, indica uma pujança local razoável, bem acima do que se imagina e, muitas vezes, até se divulga ou comenta, sem base na realidade.

Ainda, segundo Kupfer, no setor da indústria de transformação este percentual chega a cerca de 50% do valor adicionado total, a maioria ligada às cadeias de Alimentos, Derivados de Petróleo, Química e Petroquímica e Metalurgia.

De alguma forma estas quatro cadeias são baseadas em commodities. O que se configura como uma preocupação, embora nem de todo ruim, porque ela contém uma agregação de valor através da atividade industrial.

Esta nota tem a intenção em reforçar, a importância de estudos para se conhecer mais profundamente, a realidade sobre as nossas cadeias produtivas. Se sabe pouco sobre elas.

O caso atual de crise do ERJ com o susto com o tamanho da dependência da cadeia do petróleo é uma demonstração inequívoca sobre a complexidade destas cadeias, de suas relações e de sua importância na tomada de decisões governamentais e privadas.

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