quarta-feira, novembro 28, 2007

A dor do pesca-dor

Alguém já disse que não há dor maior que a da perda de um filho. A foto reproduzida aqui, do Silésio Corrêa, do jornal Folha da Manhã, está também estampada nos demais jornais da cidade, o que demonstra que a cena imóvel e doída, deve ter permanecido por longo tempo expondo a dor e a agonia do pai, o lavrador e pescador de Barra do Furado, Magno Ribeiro da Silva. Em posição desolada, com a cabeça emborcada, Magno, lamentava a perda seu filho, Michel Ribeiro de Souza, de 15 anos, o mais velho de um total de cinco filhos.

A cena me fez lembrar a imagem do pai abraçado, ao corpo da filha morta, num outro desastre automobilístico ano passado, em que cinco jovens perderam a vida, na pista da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. Gabriel F. Padilla, pai de Ana Clara lançou recentemente o livro “Relato de um amor” que vem fazendo sucesso entre os adolescentes e jovens.

O relato de Padilla, que é um publicitário, talvez ajude a fazer os jovens pensarem no que todos, quando temos aquela idade, irresponsavelmente fazemos, correndo o risco de marcar irremediavelmente com dor o destinoo dos pais que tanto amamos. Magno sofre agora, tanto quanto, o Gabriel Padilla. A sua dor pescada sem desejo, numa beira da estrada, não mostra uma juvenil irresponsabilidade, mas a madura e dura realidade da violência do trânsito em nossa região.

O progresso material e econômico sonhado por muitos, ainda dista desta região, mas a violência, em suas mais variadas formas, está sendo pescada por muitos campistas que com dor e lamento vivem a vida que a região lhes proporciona.

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