quinta-feira, novembro 19, 2009

Bicicleta e cidadania

O seminário organizado pela coordenação de Arquitetura do IFF, tratou do tema na manhã, tarde e entrou até a noite desta quarta. Mesmo estando no IFF, das nove até depois das 22:00 horas, não consegui tempo para asssitir algumas das palestras e nem a mesa-redonda. Na verdade, no final da manhã, já início da tarde, peguei os últimos dez minutos da palestra de uma arquiteta que passava sua experiência na projetação de ciclovias. Pela objetividade e capacidade de resumir o essencial, ao final de sua exposição deduzi que, talvez, a palestrante fosse também professora. Algumas ideias ficaram gravadas sem que eu as tivesse anotado e arriscarei descrever: 1) Não faz sentido começar projetos de ciclovias divulgando que se fará dezenas de quilômetros. Ela disse que é melhor começar de trechos em trechos, por exemplo, entre bairros, especialmente naqueles em que seus moradores, hoje, mais usam este veículo para locomoção e, que possuam espaços mais fáceis para se projetar a ciclovia. Daí, em diante a coisa será mais fácil para avançar; 2) É preciso conversar e ouvir as opiniões e sugestões dos principais usuários destes veículos; 3) É necessário superar a visão de que a bicicleta é apenas para o lazer e para transporte das pessoas de baixa renda. Além destes, o uso deste veículo de locomoção é uma alternativa saudável e interessante para todos que habitam áreas urbanas; 4) Não esquecer que ao articular o projeto de ciclovias é necessário ampla articulação dento da sociedade e da gestão pública. Entre os últimos, há quem só se movimente se for o "pai do projeto". Com pai ou mãe do projeto é inconcebível que nossa plana urbe, não tenha um projeto de estímulo ao uso de bicicletas, com a construção paulatina de novas e seguras ciclovias. Se for caso, os "conselhos" acima poderão ter alguma utilidade. Torçamos!

4 comentários:

Prof. Isaac Esqueff disse...

Professor Roberto Moraes:

Em postagens anteriores sobre o tema, sempre defendí o uso da bicicleta, a necessidade e benefícios à qualidade de vida, ecológicos e a urgente necessidade da reestruturação das ciclovias de nossa cidade, assim como a interligação das mesmas aos bairros e distritos.

Tristemente, quando este assunto é discutivo, chovem comentários contraditórios e desinteressados ao assunto, suscitando o teor preconceituoso ao qual a grande maioria possui ao uso de bicicletas, por achar que as mesmas são desnecessárias, antigas e até mesmo, desprovidas do "status", por ser um meio de transporte popular e de fácil acesso.

Como perfeitamente foi exposto na postagem, é preciso repensar sobre suas possibilidades e necessidades, pois a mesma é consagrada em países mais abastados economicamente tal como Suécia, Dinamarca, França e Alemanha, como uma forma de transporte barata e perfeitamente em sintonia com as preocupações ecológicas.

Modernismo e progresso não é apenas a criação de estradas modernas, ruas asfaltadas e condizentes com as imagens cinematográficas das metrópoles futurescas, mas sim, pensar em formas possíveis de tornar as ruas menos dependentes da insidência de veículos e suas consequências.

Bicicleta é sempre ligada às camadas populares e na realidade, o povo, somos todos nós, entretanto, devemos ampliar nossa visão referente ao tipo de ordem urbana que queremos no presente e futuro.

AngelMira disse...

Pareceu-me interessante!
Principalmente, no aspecto de como a sociedade poderá conquistar esses desejos... seria interessante que a professora fizesse um artigo nesses sentido, o que acha?

Anônimo disse...

Professor Roberto, infelizmente vivemos na "cultura do automóvel". Essa cultura contribui muito para a atmosfera de conflito em que vivemos hoje. Observe que nossa cidade está insalubre, que o ar que respiramos está contaminado, a água impura, e o barulho constante dos motores faz parte do nosso cotidiano. A cultura do consumo fincou em nossas mentes o ideal do carro individual como sonho de aquisição, promessa de liberdade e segurança. A ideologia do automóvel conquistou todo mundo. Observe Professor, que nossa cidade foi construída para os carros. Para mim, o carro perde o seu valor de uso quando todo mundo possui um, tornando-se símbolo de ostentação e vaidade.

É por causa dessa cultura, que as ruas não são mais espaços para convivência, são apenas fluxos para os carros. Para satisfazer nosso desejo social, nos dão pequenas calçadas, estreitas, irregulares, algumas praças e o ambiente controlado dos shoppings e hipermercados da cidade. Entendo que essa postagem Professor, propõe uma reflexão sobre nossa mobilidade. Temos que provocar uma verdadeira revolução em nossos hábitos e provocar transformações efetivas em nossas vidas. A fórmula é simples, precisamos cada vez mais gastar menos Professor Roberto, produzir menos lixo. Tenho uma proposta. Que tal reavaliarmos a lógica da produção, do trabalho e do consumo? Você não acha que essa vida moderna aumenta a ansiedade e que os desejos nunca se satisfazem?

Acredito Roberto, que a inserção da bicicleta no nosso dia-a-dia pode libertar nossas mentes das angústias do nosso cotidiano, desacelerar nosso ritmo mental desenfreado. Fica a pergunta: "Será que falta oxigênio na cabeça das pessoas que se propõem a organizar e direcionar a sociedade?". A Bicicleta pode resolver esse problema! (risos)

Roberto, o carro nos condiciona, ficamos obesos, irritados, tensos, indolentes, preguisoços, impacientes, etc, etc e etc ....

Somos seres racionais? Algo está errado ... por qual motivo, o ato de nos transportarmos, é causa de tanto resíduos e lixo? Por qual motivo não mudamos a maneira de nos relacionarmos com o meio ambiente?

Fica umas dicas:

1º - O trajeto feito de bicicleta é bem mais eficiente, rápido, sem custos, não polui, estimula e faz bem à saúde;

2º - Usar capacete é ótimo;

3º - Use o lado direito da via (CTB);

4º - A bicicleta não atrapalha o trânsito.

Roberto, estou propondo no seu espaço, que o uso do carro deve ser racional e consciente.

Evandro LRC

Anônimo disse...

Se fosse na Europa seria chique, mas em Campos quem utiliza bicicleta, é considerado pobre, claro que muita gente utiliza por não ter condições de adquirir um automóvel.
Mas quem está certo nisso tudo?
O motorista que polui, que transforma a paisagem urbana em um caos e ainda se torna um sedentário ou as pessoas que mesmo podendo adquirir um automóvel preferem a magrela.
Essa preferência e cultura do automóvel, mostra o quanto as pessoas são ignorantes por não terem consciência do que o fato representa na sociedade, falta opnião própria ao invés de fazer o que todo mundo faz.
Campos é uma cidade plana, perfeita para o ciclismo, poderia ser muito melhor explorada com mais ciclovias. A propósito , andar na ciclovia da 28 de março é bastante tóxico, você ganha saúde pedalando e ao mesmo tempo perde com a fumaça dos veículos.
Vamos abrir a mente gente e perceber o quanto ultrapassados seremos com essas atitudes.