quarta-feira, novembro 04, 2015

A financeirização alimenta a crise, enquanto a política cuida do circuito inferior da economia

Avançando um pouco mais na avaliação sobre o movimento das corporações globais, se percebe – embora pouco se fale disso – que a crise produtiva mundial avança quase que na mesma proporção em que cresce o fenômeno da financerização da economia.

O professor francês Chesnais já falava disso há duas décadas. Não há como observar a movimentação das fusões, incorporações e lideranças das corporações globais, sem deixar de observar o movimento dos capitais.

Paulatinamente, foi possível identificar que a produção material se tornou a etapa menos lucrativa do processo de acumulação e obtenção de lucros no circuito superior da economia, onde atuam as corporações do setor de óleo e gás e também de gestão e controle das infraestruturas de circulação material e dos fluxos financeiros.

É em meio a este grande processo que a política e a disputa do poder se situam, nas diferentes escalas. Aí são quase que apenas resistências ou engrenagens, que optam pela gestão quase exclusiva, do circuito inferior da economia.

Mudanças no interior das estruturas dos partidos que disputam o poder ainda são confusas e não parecem dar conta da superficialidade que a contemporaneidade nos remeteu, onde a individualidade ganha força diante dos coletivos esmaecidos, que une crise econômica à crise política e de representação, em diferentes espaços e sob várias condições, mas diante de uma égide similar.

Assim, o debate continua quando muito conjuntural e bem de distante das estruturas.

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