segunda-feira, novembro 02, 2015

Outro investimento do fundo EIG prioriza projeto portuário no ES: movimento do capital

O fundo americano EIG que controla a holding Prumo Logística Global S.A. também participa do projeto Manabi no Espírito Santo. Seu percentual de investimento que está em fase pré-operacional era de 11,5% até a reformulação que aconteceu agora em outubro com a entrada de novos investidores e transferência de nome de Manabi para MLog.

A mudança de nome se deu também através da operação de aumento de capital, feita na reestruturação da companhia com a entrada do grupo Asgaard que atua no setor de navegação através da empresa (EBN), especializada na prestação de serviços à indústria de petróleo e gás.

Assim, a MLog saiu de R$ 73 milhões que a Manabi já dispunha para R$ 282 milhões com a entrada de R$ 209 milhões da EBN. A Asgaard opera três navios offshore para atender plataformas e tem planos de construir seis embarcações e teria receita líquida de cerca de R$ 60 milhões.

A mudança de foco da Manabi, uma companhia pré-operacional, se relaciona com a queda no preço do minério de ferro. O plano original da empresa previa atingir capacidade de produção de 25 milhões de toneladas de minério de ferro por ano em Morro do Pilar, na serra do Espinhaço, em Minas Gerais, um mineroduto e um complexo portuário no município de Linhares, no litoral capixaba, denominado, Porto Norte Capixaba que está em processo de licenciamento ambiental, com pareceres técnicos, ainda prévios, contrários.

Segundo matéria do Valor Online, na nova estrutura, a Manabi, futura MLog, passa a ser uma holding com quatro subsidiárias: Morro do Pilar (mineração), Dutovias do Brasil (mineroduto), Manabi Logística (Porto Norte Capixaba) e Asgaard.

Composição acionária projeto Manabi (atual MLog) em 2013
Sobre o assunto veja aqui nota do blog em 11 de dezembro de 2013 e outra aqui em 13 de dezembro de 2013, em que foi identificado a "coincidência" da participação do fundo de professores de Ontário, Canadá (OTPP) que também, foi acionista da LLX (Porto do Açu) hoje controlado pelo Fundo de Investimento americano EIG.

Interessante ainda observar que o diretor-presidente do projeto Manabi, Ricardo Antunes, foi o também presidente da MMX, empresa de minério do empresário Eike Batista que também tinha a participação do fundo canadense OTPP e depois foi controlado pelo fundo americano EIG que também se faz presente no projeto capixaba.

A presidência da MLog que substitui a Manabi foi passada para a advogada com experiência no mercado financeiro, Patricia Tendrich Pires Coelho, nova sócia controladora da MLog que disse que "a desvalorização do real levou ativos de logística no Brasil para um preço mais realista: "há oportunidades na crise para comprar ativos." Para fazer as aquisições, a MLog conta com caixa próprio, com dinheiro dos atuais sócios da empresa e de novos investidores".

Patricia com 58% das ações,assumiu o controle acionário da Manabi, agora MLog. Os antigos sócios, entre os quais estão o Korea Investment Corporation (KIC), OTPP, EIG e Southeastern Asset Management, entre outros, ficaram com 42% da empresa da MLog.

Há coincidências demais nestes dois empreendimentos que de certa forma são concorrenciais, sejam antes no projeto de exportação de minério, seja agora, na aparente readequação do projeto portuário para as atividades de apoio à exploração de petróleo offshore. Vale ainda observar como os capitais vão se movimentando entre papeis até se transformar em investimento real e físico sobre o território. A conferir!

Fontes de informação: Valor Online e dados do blog.

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