quarta-feira, dezembro 16, 2015

Nações petrorrentistas e a necessidade da região se olhar para dentro e enxergar as alternativas!

Além dos nossos municípios petrorrentistas que se sustentam hoje, baseados nas receitas oriundas da renda do petróleo (royalties e PE) há ainda, estados e nações petrorrentistas.

No quadro das nações a Nigéria merece ser destacada. É hoje, o país de maior produção e maior exportador de petróleo no continente africano. A Nigéria tem quase a população brasileira, com 182 milhões de habitantes e possui 75% de sua receita vinda do petróleo.

Assim, a Nigéria crescendo nos últimos anos a uma taxa anual de 6%, se tornou a maior economia da África, com PIB similar ao da Polônia, segundo matéria do The Wall Street Journal. No terceiro trimestre de 2015, o PIB caiu para 2,8% e metade de suas províncias não conseguem pagar seus funcionários públicos.

O ERJ por aqui vive também realidade similar, embora a consequência não seja apenas do baque do baixo preço do petróleo. Porém, para mim, o mais interessante diante da realidade difícil, cruel num país que tem uma economia menos diversificada que a nossa, em termos de parque industrial e desenvolvimento tecnológico, foi a frase dita pelo ministro da Fazenda da Nigéria, Kemi Adeosun: "agora vamos ter de olhar para dentro".

Comentei sobre isso ontem, numa mesa redonda organizada pelo professor Linovaldo Lemos, da Geografia do IFF, sobre os impactos da crise da economia dos royalties no estado do Rio de Janeiro e na região.

Diante da nossa realidade no curto e médio prazos, mesmo diante da violenta disputa pelo poder político local, não haverá saída, sem um olhar menos municipal e mais regional para que as soluções sejam articuladas e integradas regionalmente.

Porém, mais que isto vale registra a fala do gestor nigeriano: "agora temos que olhar para dentro". Evidentemente, que o olhar para dentro é para ver as potencialidades, mas sem deixar de observar os impactos da ligação com a cadeia produtiva global, como a do petróleo, vem operando sobre o nosso território.

PS.: Atualizado às 17:07: para breves ajustes.

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