domingo, junho 01, 2008

Atafona & Alexandria

O blog recebeu por e-mail texto e fotos da professora, Maria Amelia de Almeida Pinto Boynard, que demonstram o carinho e o interesse em ver a situação do avanço do mar, em Atafona, resolvido:

"Prezado Prof. Roberto, recebi, no início do ano, umas fotos tiradas numa praia em Alexandria que, talvez, possam trazer alguma contribuição às autoridades de São João da Barra que, há mais de 30 anos aguardam que o mar de Atafona resolva, por si só, parar de "provocar" um Paraíba morto. Acompanho, há muito, a terrível erosão que engole ruas, casas e afetos. A única tentativa concreta de minimizar o problema foi a do engenheiro Dr. Raul Thuin construindo um muro de pedras diante de sua casa. Sem sucesso, mas com decisão! Depois??? Nada! Mede-se, estuda-se, mas o mar vem chegando... já tombou o muro do Atafona Praia Clube, sabia?"

"Entreguei as fotos a duas pessoas que moram na praia: Sidney Salgado e "Seu" Jair (do artesanato perto da Igreja da Penha), porém penso que seu blog poderia ser excelente instrumento de divulgação das imagens e, quem sabe, de chamamento das autoridades à ação, caso você ache que vale a pena".
"Sou professora e nada entendo dos problemas de erosão. Assim, não sei se as obras feitas para a contenção do mar em Alexandria seriam "modelo" para Atafona. O casal que tirou as fotos me disse que fez o registro porque se lembrou do caso da "nossa" praia. Assim, quem sabe?Fique à vontade para descartar o material, se o achar irrelevante; e para usá-lo, se o pensamento for o oposto".

"Como o arquivo é pesado, mandarei apenas duas imagens. Caso se interesse, mandarei as demais posteriormente".

Atenciosamente,
Maria Amelia de Almeida Pinto Boynard

2 comentários:

Anônimo disse...

Amigos do blog, saudações...
Diante das mudanças geológicas, nós, seres humanos não temos poder de ação diante das forças "maiores" pertinentes ao criador. Tudo no universo está em constante movimento e isso, é a lei fundamental do cosmos, cumprindo-nos apenas o papel de observarmos atônitos tais mudanças que para nós, em nossa localização geográfica, dá-se modestamente ao contrário de mudanças que deram-se repentinamente e que mudaram sistematicamente o habitat de várias espécies, incluindo a espécie humana, conforme a História comprova. A própria Alexandria sucumbiu diante da natureza, assim como outros locais e civilizações submergiram e irão emergir, conforme as oscilações naturais que persistem em modificar o cenário usado por nós em nossa evolução. Muitos falam em tragédia ou em "castigo divino", mas na realidade, tudo isso faz parte do cenário evolutivo que nós fazemos parte diante do infinito. Quando tais eventos ocorrem em locais inabitados, tomamos o conhecimento sem a sensação fatídica de uma tragédia, mas quando ocorre próximo aos meios urbanos, somos tomados pela sensação de inoperência diante das forças da criação. A prova de que tudo está em constante mudança revela-se quando olhamos para os céu à noite e ao contemplarmos as estrelas, vemos simplesmente o passado que chega a nós na velocidade da luz. Entretanto, o homem também é responsável pela aceleração de tais fenômenos, uma vez que o mesmo vem negligenciando o uso dos recursos naturais, ocupações desenfreadas de áreas preservadas, poluição constante e falta de amor à vida. O progresso impõe seu preço, que está sendo cobrado em grandes prestações e assim sendo, cabe a todos nós, buscarmos meios de alcançar o progresso de forma sustentável, pois a simbiose entre homem e natureza requer responsabilidades que, desde o início da revolução industrial foi negligenciada e que agora, torna-se obrigatória pura e simplesmente pelo fato da necessidade da mesma em detrimento da realidade da auto-destruição. Pra começar, vamos andar mais a pé e de bicicleta e esquecermos o uso constante dos carros, a começar em nossa cidade. Parece uma grande obrigação termos que a cada comercial de TV vermos propagandas de carros, como se os mesmos fossem uma aquisição obrigatória na vida humana. Fala-se muito em energias alternativas e bio-combustíveis, mas o melhor combustível capaz de realizar grandes feitos é o metabolismo muscular humano, esquecido e tão pouco lembrado por nossa sociedade, cada vez mais plugada no sedentarismo diário e em hábitos nada saudáveis, como os fast-food que acabam com a saúde das crianças, jovens e adultos, sintonizados com a desordem e o caos do cotidiano corrido, exigente e implacável com a falta de cuidados com a saúde e com a natureza. Abraços a todos do prof. Isaac Esqueff (Professor de Educação Física e astrônomo amador).

Luiz Felipe Muniz disse...

Parabéns, professor Isaac, a sua colocação nítida é uma bela introdução à Semana do Meio Ambiente...

Talvez as idéias colhidas em praias da Alexandria nos traga alguma esperança ou até mesmo uma nova forma de ver as coisas que ocorrem em Atafona, mas uma coisa é certa: não basta determinação em fazer algo...há limites insuperáveis por aqui e dentre eles: o amadorismo crônico e o egocentrismo abissal de boa parte de nossas lideranças regionais.

Não há como produzir transformações reais a partir do conhecimento científico e tecnológico sem pessoas que saibam operar em equipes multi-transdisciplinares competentes e capazes, sem planejamentos e metas, sem comprometimento e organização...

Enquanto isso, estaremos assistindo "atônitos" sim as transformações dos ecossistemas naturais, e, os seus efeitos radicais nos ecossistemas urbanos, sem que alguém ou instituição nos dê outros sinais de esperança possível!

Creio que veremos ainda muito mais por aqui!