terça-feira, junho 10, 2008

Saúde: o calcanhar de aquiles da administração pública em Campos

Referendando o que o TeleGiz do Irajá hoje realçou e foi mostrado aqui pelo blog do Ricardo André: "Saúde Pública, salve-se quem puder!" todas as últimas pesquisas feitas em Campos, em que se perguntou sobre a prioridade de política pública a que o novo prefeito deveria se dedicar, a saúde tem sempre sido destacada, por cerca da metade das citações, em um percentual bem acima da segunda que é o emprego com algo próximo de 1/3 das indicações de saúde. Interessante esta observação numa cidade, em que a administração pública está há mais de uma década entregue a médicos. O ex-prefeito que hoje é deputado federal e que é novamente candidato a prefeito, é médico. O atual é também médico. Um deputado estadual ex-secretário de saúde é médico. A atual legislatura tem a maior bancada de médicos da história da Câmara Municipal com cinco dos dezessete veradores, quase um terço de toda a bancada. Mais interessante ainda é observar que o orçamento previsto para a área de Saúde de R$ 332 milhões pode ser considerado mais que suficiente. Temos uma boa e tradicional Faculdade de Medicina, além de outras também qualificadas instituições que congregam médicos e se aprofundam em estudos relacionados à saúde. Olhando para trás, vê-se que é infrutífero e falso, o argumento de que o município necessite de um especialista para melhorar a gestão do setor. Na verdade, nosso município precisa de um choque de gestão e de moralidade em todas as áreas, numa perspectiva em que a política pública seja o objetivo e não o voto. Taí mais um ponto para discussão!

2 comentários:

Anônimo disse...

Roberto, você tocou em um assunto que sempre me incomodou muito. A privatizaçãoda da medicina começou com FHC e nos últimos 15 anos a "bancada da saúde" em Brasília e nas cidades só fez aumentar. A saúde pública perdeu e a particular vem se tornando um SUS volume 2. A ANS por sua vez não faz muita coisa a respeito dos planos de saúde. Em nível municipal, como você citou, além de deputados e prefeitos, temos tido ao longo dos anos vereadores, secretários e colabores diretos da administração municipal que - em termos práticos - não disseram a que veio: a pesquisa citada reflete isso, não é uma "opinião particular". Concordo com você: cai por terra a teoria de que médicos presentes no governo melhoriam a situação - a coisa só piorou. Infelizmente, com o os contatos e poder junto à população mais carente, tudo indica que essa coisa vai continuar. Precisamos de bons médicos bem remunerados nos hospitais públicos e particulares, clínicas, consultórios, domicílios de pessoas que não podem se deslocar, instituições científicas de pesquisas, laboratórios, mas longe da administração política (é claro que boas exceções existem).
Abs.

Anônimo disse...

Roberto

Concordo inteiramente com o seu postado. O problema da saúde, em Campos, não é de recursos e sim de gestão, ao contrário de outros municípios do país.

Infelizmente a saúde pública em Campos é vista pelos governantes locais, como um cabide de emprego e um local para fazer politica pessoal e partidária, além de servir para alavancar amigos com pretensões politicas.

Não existe preocupação e nem interesse, dos governantes, em organizar e profissionalizar a gestão da saúde pública, em nosso município, porque deixaria de ser um campo fértil para as suas politicas personalistas, populistas e eleitoreiras, apesar de ter muitos profissionais capacitados na área de gestão em saúde, nos quadros municipais.

Caso a saúde pública, em Campos, fosse gerida de forma profissional e técnica, e se conseguisse afastar ou controlar os interesses corporativos, privados e políticos, existentes e poderosos no município, certamente o quadro seria outro. Com a quantidade de verba disponível para a saúde, no município, seguramente, Campos teria condições de ter um dos melhores sistemas públicos de saúde do país.

Um abraço

Guerreiro