sexta-feira, setembro 13, 2013

Anglo e Eike: água, licenciamentos e outras questões

Em 2007/2008 quando ainda era a MMX que tratava dos assuntos referentes ao projeto de exportação de minério de ferro de Conceição de Mato Dentro, MG, através do desenhado mineroduto de 525 quilômetros e da unidade de "beneficiamento" (filtragem e secagem) para embarque no Porto do Açu, antes ainda do licenciamento ambiental (feito depois fatiadamente), já se falava no problema da água que seria misturada ao minério, para, sob a forma de pasta ser bombeada até o Açu.

Tocamos no assunto em nota aqui no blog último dia 28 de agosto de 2013 e também aqui no dia 5 de setembro.

Só agora, os problemas estão levando a preocupações maiores. A própria Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG) está cada vez mais atuante e preocupada com o déficit hídrico gerado pelos projetos de mineração.

Ontem o jornalista Ancelmo Gois, ontem, em sua coluna em O Globo tocou no assunto e no aumento dos custos de implantação do Sistema Minas-Rio. Confira:



O blogueiro se recorda, que em reuniões preliminares em 2006 e 1007, às audiências públicas, o problema da água já era comentada. Na ocasião chegou a ser cogitada a instalação junto do mineroduto para circular a pasta de minério, um outro, para levar a água de volta depois de filtrada da pasta no Açu, formando um ciclo fechado.

A hipótese depois o blog não sabe porque foi descartada, parece que por economia e por outros usos que a mesma teria nos projetos do Açu, incluindo a(s) siderúrgica(s) projetada(s) e termelétricas. Hoje com mais de 80% dos dutos do minério instalados e enterrados e sem expectativa de siderúrgicas e termelétricas a questão parece que ficou em aberto, sem que os órgãos licenciadores se deem conta disto.

É importante ainda lembrar que o licenciamento de instalação foi obtido em 2010, embora até hoje questionado judicialmente pelo MPF em diversos quesitos. Diz-se que hoje o projeto como um todo estaria com 70% de suas obras construídas.

A falta de análise da sinergia entre os empreendimentos, por conta do já citado parcelamento dos licenciamentos contribui para o problema atual. Ainda assim, cabe aos mesmos a fiscalização e regulação sobre o que está acontecendo que é diferente (do originalmente projetado e licenciado).

Há problemas em trechos do mineroduto, na mina do Sapo em MG e também na conclusão da implantação do sistema de filtragem e também no terminal-1 do Porto do Açu.

O projeto ficou mais caro para os empreendedores, ao mesmo tempo, que as comunidades atingidas ao longo do projeto também ficaram muito mais pobres e com mais problemas para lidar, enquanto, os projetos de compensação ambiental e social, não dão conta de atenuar e mitigar os problemas.

Enquanto isto, a Anglo American (corporação -transnacional - mas, mais sul-africana-inglesa especializada em mineração de diversos tipos) demitiu a CEO (presidente) que apostou no Sistema-Rio e defendeu sua aquição junto à MMX.

Os quase US$ 6 bilhões obtidos por Eike foram jogados no projeto de exploração de petróleo, aquisição em leilão do direito de explorar campos de petróleo no litoral, no lançamento de ações da empresa OGX, e depois do estaleiro OSX, através da qual adquiriu e alugou sondas e plataformas e a seguir decidiu construir a UCN, junto do Terminal-2 do Porto do Açu.

O restante da história todo mundo conhece, embora se desconheça quem esteja interessado em acompanhar as mudanças do projeto e dos titulares dos empreendimentos que saíram de mãos brasileiras para mãos de corporações instaladas em todos os continentes sendo assim, não apenas trans-nacionais, mas, trans-continentais (Anglo: África-Europa; E.ON: Alemanha-Europa; Porto Sudeste-Trafigura-Holandesa-Europa e Mubadala-Abu Dhabi-Ásia; Porto do Açu - EIG - EUA, América do Norte).

Os chineses colocaram um dinheiro na MMX e permitiram que sinalizassem que aqui instalariam também uma siderúrgica, embora a produção de aço aqui saísse o dobro do valor que produz em seu país, mas, estaria, perto do petróleo, um de seus interesses na disputa de poder geopolítico com os americanos. Mas, isto já é outro assunto mais macro e geopolítico e de outra escala, embora, ligado, à questão dos licenciamentos e da água.

Um comentário:

Zé pindoba da mula manca disse...

Cabrunco sô!

Fui num posto de saúde cua tossi danada e a medica falou: moço, ce tein que fazê um raioX dos pulmao. Eu falei: Cabrunco sô! to ferrado! Se as impresaX tão afundando e o SrX tá falindo, agora eu tô ferrado, purque cumoas coisa tão, esse tal de raioX pode estar falido e nao vai ter como eu fazer esse troço, purque eu li na terneti que tudo que tem X é do SrX e o raioX tem X e agora danosi.

Cabrunco sô!