quarta-feira, abril 29, 2015

Crise? Que crise? Para quem? Bradesco tem lucro líquido apenas no trimestre de R$ 4,2 bi

A que servem as crise no sistema? A pergunta ajudará você a compreender como e por que elas são parte da realidade capitalista. Ninguém sai igual a como entrou.

A crise quase sempre amplificada para além do que é real, pelos mesmo de sempre que alegam a necessidade do arrocho e mais juros, serve para coletar aquilo que os economistas chamam de excedente do "mercado".

Assim, as crises servem na prática e no mundo real para empobrecer uns e enriquecer outros. Sim, muitos dirão que se trata de um discurso surrado. Compreensível que seja assim, é preciso romper resistências e naturalizar e banalizar a tremenda contradição.

O fato: o Bradesco teve lucro líquido no bimestre de R$ 4,244 bilhões. Uma alta de 23% sobre igual período do ano passado. Sim, em plena "crise" os bancos cresceram o lucro em 23%.

Porém, o fato ainda traz mais dados para que a gente compreenda de que crise estamos falando. O maior aumento do lucro foi sobre empréstimos a grandes empresas.

Ora, o discurso não é o de que estaria tudo ruim desde o ano passado? Que precisam por isso ampliar os juros do Banco Central? Pois então. Veja que a taxa de inadimplência, mesmo em plena crise foi de apenas 3,5%.

Enfim, não pode ser difícil entender essa realidade. O que existe de real é que vendem para você, para mim, ou para todos nós a ideia de que isso não seria assim. Que a realidade é mais complexa, que só os entendidos podem explicar essa realidade, etc. Aí surgem os "calunistas econômicos" na mídia comercial. Eles escrevem, falam no rádio e na televisão e voltam a mostrar que o arrocho é necessário, que o negócio é sofrer um pouco, apertar os cintos que logo-logo a coisa melhorará.

Pois bem, enquanto isso, as máquinas registradoras continuam tilintando na mesma direção de sempre, os bancos, os mercados financeiros aumentando seus lucros e faturamentos.

Por isso, a reação foi violentíssima e é percebida até hoje quando se forçou que os juros fossem rebaixados com a entrada dos bancos públicos nessa concorrência.

O resultado você já conhece, pressão contra, mídia paga pelo rentismo para enfraquecer que mobilizava essa pressão, para que o resultado pudesse ser retornado.

Essa etapa de superar o rentismo doentio e de lucros anormais e único entre as nações é uma das mais urgentes que temos pela frente. Resta saber quando e como faremos isso. A conferir!

5 comentários:

Anônimo disse...

Não há crise para banco no Brasil. Nunca na história deste país os bancos ganharam tanto dinheiro...

Anônimo disse...

Prof. Roberto,

Há anos venho tocando nesse assunto.
Um banco ganha por segundo em torno de R$500,00.Isso mesmo ...pasmem !!! quinhentos reais por segundo.
Desde a tal da inflação(anos atrás) os bancos compravam os melhores terrenos em todas as cidades do brasil e construíam imensos prédios.(..alguém ganhava com a tal inflação).
Hoje parece que a coisa e maior ainda.Lucros estratosféricos..sem diretamente produzir nada.
Como pode ?!
Como os governos deixam ?
Gostaria de um comentário sobre o assunto pois eu não entendo essa matemática dos $$$$$$ que existe já a várias décadas !
Por favor me ajudem a tentar entender.
Fica difícil até de existir !

Roberto Moraes disse...

Esse processo se dá em todo o mundo. O capital financeiro hoje fatura mais que a produção. Assim, o rentismo se ampliou.

As nações regulam umas mais outras menos. Aqui no Brasil, se tentou fazer isso recentemente, reduzir os juros a um patamar menor, mais ainda muito lucrativo. O que vimos, foi a gritaria de que a inflação estava aumentando (e aí ela aumenta, porque uma de suas principais variáveis é a expectativa futura) e que os juros precisavam ser aumentados.

O resto da história é conhecida.

Fora esse hiato de tentativa, se deixou o "mercado dos bancos" à vontade" para incluir os de baixo num clima político de "coligação reformista", sem mexer no essencial.

Só que o crescimento econômico pela inclusão social e pelo consumo tem seus limites, assim, chegamos à necessidade de uma revisão.

Os bancos e o setor financeiro, então, resolveram apostar na disputa política defendendo o modelo neodependente liberal tentando reativar a "negociação da dependência" defendida pelos tucanos. Derrotados nas urnas continuam a luta para enfraquecer o poder executivo e, assim, via legislativo operar a política que pretende favorecer ainda mais aos bancos, porque consideram o patamar de lucros atual insuficiente.

Os bancos não se interessam diretamente por território, eles preferem ganhar com o dinheiro. Assim, sob a forma de fundos financeiros procuram, aí sim o setor imobiliário e incorporadores para com dinheiro fazer mais dinheiro. A mídia comercial está aí para isso, para ajudar na especulação de preços e naquilo que os economistas chamam de formação do valor, ou simplesmente valorização.

Alegar que nunca o setor financeiro nunca ganhou tanto é reconhecer que a economia cresceu. Simples assim, na medida que as taxações sobre os bancos continuam praticamente as mesmas, fora o esforço de enfrentar os bancos privados jogando os públicos (BB e CEF) na concorrência.

O resto é conversa fiada, rs.

Os bancos e os empréstimos são parte do sistema. Desde antanho. Isso não é o problema. O problema é como enfrentar o rentismo como prática com a realidade do sistema político que se tem.

Anônimo disse...

A verdade é que o PT de Lula, ganhou várias eleições, prometenso, acabar com esaa farra nos lucros dos banqueiros, mas, está acontecendo o inverso, cada vez mais, banqueiros faturando cada vez mais. Enquanto a população sofre com inflação alta, baixos salários, desemprego, combustível e energia elétrica e Imposto de renda, nas alturas.
E, pra selar esse excelente relacionamento entre governo do PT e bancos, o Ministro Levy, veio do banco Bradesco, onde era executivo.

Anônimo disse...

Meu Deus aonde vamos chegar!